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Já que o pessoal está numa de defesa dos direitos de cada um tendo como pano de fundo um ataque cerrado à Praxe, eis que vou trazer à colação um assunto para o qual ninguém está interessado em analisar e debater.
Como é sabido a maior parte das Ordens Profissionais (para não dizer todas) exigem a quem se inscreve que frequente uma formação teórica e um estágio numa qualquer entidade/empresa. A coisa basicamente funciona desta forma; pagam-se os emolumentos da inscrição, durante um período de tempo frequenta-se uma formação e depois inicia-se a parte prática onde supostamente se deveria aplicar o que se aprende/recorda na formação.
Digo supostamente porque por norma os Estagiários fazem de tudo menos algo que tenha a ver com a sua actividade profissional. Tirar fotocópias, comprar envelopes, ir para os Correios entregar cartas, ir para as Conservatórias e Repartições de Finanças sozinhos sem saber o que lá vão fazer são apenas alguns exemplos.
Vale tudo nestes estágios e se tu ralhas, barafustas e te opões estás bem lixado porque o Patrono/Orientador não assina o que a Ordem Profissional exige para dar por terminado o dito estágio. E se te queixas a quem de direito a emenda é pior que o soneto porque ou te mandam ir chatear outro ou então és alvo de um Procedimento Disciplinar.
Não serão todos estes exemplos de situações humilhantes, atentatórias da dignidade da pessoa e elucidativos de uma forçada subserviência? Se sim onde está aquela malta que grita por respeito e cita ordens de Reis da nossa extinta Monarquia sempre que vêm à baila o “Papão” que se chama Praxe?
Não aparecem. Não falam. Não se indignam. Não criam Movimentos. Não se fazem audiências nos Ministérios. Não se ouvem as partes. Não se criam reportagens. Em resumo, não se faz absolutamente nada porque isto dos Estágios é um tema fantasma que não merece debate na Praça Pública.
Para mais os Estagiários não são pessoas. São objectos que se usa e se deita fora.