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imagem retirada de zerozero
Respeito. Se me pedirem para resumir esse jogo entre França e Portugal a uma só palavra eu respondo de imediato: respeito. Tanto uma selecção como a outra se igualaram por completo numa partida de futebol que foi muito boa de se assistir. E, sublinhe-se, a selecção francesa, actual Campeã do Mundo de futebol, em momento algum teve um domínio claro na partida!
Efectivamente estou em crer que Fernando Santos retirou muitas e boas ilações do anterior empate caseiro diante da Espanha. Só o facto de ter entrado em campo com um meio campo com a dupla William/Danilo já foi algo de positivo e sinal de que se ao levar muito a sério essa partida. Partida que, diga-se desde já, estava longe de ser decisiva até porque a Suécia ainda tem uma palavra a dizer.
Mas atenção. Em momento algum Portugal me pareceu inferior à França. Pelo contrário! É um facto que os jogadores franceses tem uma capacidade física muito maior do que os portugueses e tal tinha, obviamente, reflexos nos duelos individuais que eram quase sempre vencidos pelos gauleses, mas a verdade seja dita que os nossos lusos deram luta e não foram nada inferiores tendo, inclusive, em muitos momentos “apagado” por completo os perigosos Mbappé, Pogba e Griezmann.
Gostei muito da atitude da nossa selecção. Apreciei o respeito que a França demonstrou pela nossa equipa. Não gostei muito foi de em certos e determinados momentos Portugal ter-se esquecido do - sempre muito - importante posicionamento táctico. Tivéssemos sido um pouco mais “certinhos” neste aspecto e, com um pouco de sorte, se calhar estaria agora a dissecar uma vitória portuguesa (mais uma) em Paris. Acredito que a insatisfação de Fernando Santos face a esse resultado passa um pouco por aí.
Quanto a Fernando Santos, sou da opinião de que “mexeu” bem na equipa quando ela precisou. Eu teria tirado João Félix do campo um pouco mais cedo e teria colocado Jota no seu lugar… Mas no cômputo geral o nosso seleccionador nacional esteve ao seu nível e orientou bem Portugal num jogo que todos sabíamos que ia ser muito complicado.
Em suma. Boa partida de futebol e bom resultado. Está tudo em aberto num grupo que Portugal pode muito bem vencer e passar à fase final.
Agora é seguir em frente e “obrigar” a Suécia a ter de vencer a França derrotando os nórdicos em Alvalade já na próxima quarta-feira. E atenção à Croácia que venceu hoje a Suécia e tem ainda uma palavra a dizer sobre quem vai passar a Final Four da Liga das Nações. Isso está ainda longe de ficar resolvido… Convêm é não deitar por terra o que de bom se aprendeu no jogo de preparação diante da Espanha e o que de muito bom se fez em Paris.
Melhor em Campo: Escolha difícil. Todos jogaram bem e atletas lusos houveram que jogaram muito e bem. Escolho a dupla do meio campo William/Danilo que jogaram muito tanto nos momentos defensivos e nos momentos de construção ofensiva.
Pior em Campo: Bernardo Silva. Esteve fora do seu posicionamento normal mas sou da opinião de que esse factor não justifica a sua fraca prestação. Bernardo Silva tem muita qualidade nos seus pés e muita inteligência táctica pelo que se pedia mais hoje a esse grande atleta.
Arbitragem: Noite tranquila em termos arbitrais. Del Cerro Grande teve de tomar algumas decisões complicadas (amarelo a Rúben Dias e golo anulado a Pepe) mas esteve sempre bem e procurou deixar o jogo seguir normalmente não sendo muito interventivo. Bom trabalho da equipa de arbitragem espanhola.
Era uma noite de festa, sem pressão por aí além, e Portugal fez o mínimo para assegurar o estatuto de única equipa invicta no primeiro escalão da Liga das Nações. As muitas mudanças no onze não impediram um arranque de jogo com vários pontos positivos e com um golo justificado, mas a Polónia cresceu e salvou o empate de penálti, ameaçando ainda a vitória com Portugal reduzido a dez jogadores. Não foi com exatidão a festa que se queria, mas haverá nova oportunidade daqui a pouco mais de meio ano. Até já, Guimarães, estes rapazes voltam em breve para lutar pelo troféu.
Sistema igual, caras diferentes
Algumas das mudanças foram forçadas - Mário Rui, Rúben Neves e Bernardo Silva estavam fora das contas -, outras deveram-se ao contexto do jogo, que nada alteraria na classificação. Beto foi para a baliza, Kévin Rodrigues assumiu a lateral-esquerda, Pepe voltou ao seu lugar, Danilo e Renato Sanches juntaram-se a William, Guerreiro e Rafa assumiram as alas.
As dinâmicas de meio-campo, desde logo, eram distintas, com confiança na capacidade de explosão de Renato Sanches que durante tanto tempo num passado mais ou menos recente andou adormecida. Parece estar mesmo de volta e muito facilitou a tarefa de subir no terreno desde cedo, com o 8 português a ter uma função na equipa que não se tem visto e que traz algumas (boas) memórias de França.
Foi dele a primeira ameaça no D. Afonso Henriques. Danilo entregou a bola e Renato fletiu para o centro antes de rematar contra Rafa. Aproximávamo-nos dos dez minutos, tínhamos o primeiro aviso de um lado e o primeiro susto do outro, com Beto a comprometer mas Portugal a salvar-se a custo. As rédeas eram portuguesas, o domínio da posse de bola também e apesar de Dragowski ter conseguido ameaçar Beto - grande defesa do guardião - não houve grande surpresa por o primeiro golo ser português, mesmo perante aparente dificuldade em fazer a bola chegar a zonas de finalização.
Não dava de bola corrida, foi de bola parada, com Renato Sanches a assumir a cobrança de um canto e a dar à bola um efeito exemplar que permitiu a André Silva desviar no alinhamento do primeiro poste, com um desvio que seria sempre difícil para Szczesny travar. Também de bola parada, a Polónia ameaçou ainda no primeiro tempo o empate, mas a trave da baliza de Beto negou o golo a Kedziora antes de o próprio guardião português voltar a destacar-se perante a ameaça de Frankowski.
Castigo a dobrar
A equipa polaca, já despromovida à Liga B, tinha ainda um objetivo a não ignorar: caso não perdesse, garantiria o estatuto de cabeça-de-série no próximo apuramento para o Europeu. Sem demonstrar mais talento do que Portugal - longe disso, até porque não havia Lewandowski - a Polónia parecia pelo menos demonstrar mais vontade no arranque do segundo tempo e depois de ameaças de Grosicki e Frankowski soube aproveitar um erro crasso português.
Um mau atraso de William Carvalho permitiu a Milik isolar-se e Danilo Pereira, em posição de desespero, travou o avançado polaco em falta. Vermelho direto mostrado pelo árbitro, que entendeu que o jogador seguia isolado para finalizar, e o penálti bem convertido por Milik, que até teve de o bater duas vezes por o árbitro ter anulado o primeiro remate.
A Polónia manteve a onda de crescimento para lá do golo, procurou aproveitar a vantagem numérica e aproximou-se do 1x2, mas Beto conseguiu pelo menos segurar o empate que permite a Portugal terminar a fase de grupos sem qualquer derrota
Artigo publicado no site zerozero
NOTA: Peço desculpa por não ter publicado a habitual analise dos jogos da nossa selecção, mas um dia algo trabalhoso onde foi preciso andar de um lado para o outro e o facto só ter visto a segunda parte do jogo em questão impede-me de fazer aquilo que sempre gostei de fazer que é partilhar a minha opinião com todos vós. Grato pela vossa preciosa atenção.
imagem de zerozero
Se me pedirem para descrever o Portugal 3 x Hungria 0 numa frase, eu diria de imediato “crónica da normalidade”. Não que a nossa selecção não tenha tido as suas dificuldades em levar de vencida uma equipa húngara que tanto deu que fazer no último Europeu de selecções, mas a verdade seja dita que hoje Portugal foi muito mais competente do que na altura e, desta forma, evitou os dissabores que já tinha sentido no já aqui citado passado recente.
Mas não se pense que a equipa de Todos Nós teve pela frente uma partida fácil. A Hungria veio a Portugal com um único objectivo: empatar! E para tal o seu seleccionador montou uma equipa que durante muito tempo pareceu a selecção da Bolívia.
A Hungria começou o jogo com uma linha defensiva de cinco defesas (3 centrais e dois laterais), um meio campo densamente povoado e na frente apresentou um ponta de lança que mais parecia um “tanque humano”. Era tremendamente difícil à linha avançada de Portugal criar perigo na baliza húngara. Para mais no meio campo luso coabitavam duas “moscas mortas” de nome William Carvalho e André Gomes que não sabem o que é velocidade de execução. Durante muito tempo o futebol ofensivo de Portugal era quase que exclusivamente lateralizado.
Felizmente nas zonas laterais estava um Ricardo Quaresma, um João Mário e um Raphael Guerreiro que, por força da insistência, ajudaram André Silva a abrir uma brecha no tremendo “muro” húngaro. Cristiano Ronaldo aproveitou esta mesma brecha para derrubar, de vez, o dito muro mas os problemas da nossa selecção continuavam a ser os mesmos por força da estratégia húngara e da insistência de Fernando Santos em manter as duas “moscas mortas” em campo.
Com a chegada da segunda parte e a perder por duas bolas a zero a Hungria mudou o seu sistema de jogo, procurou pressionar os defesas de Portugal e a partir daí as tais “moscas mortas” começaram a jogar melhor. Mas mesmo assim não se pode dizer que Portugal tenha tomado conta do jogo, não obstante a vantagem no marcador e a mediana qualidade do adversário assim o permitir. A tal tranquilidade só apareceu após Cristiano Ronaldo ter marcado um grande golo de livre.
Mas pronto, o importante é que Portugal ganhou e continua a perseguir uma Suíça que teima em não vacilar nesta longa corrida para o Mundial da Rússia.
MVP (Most Valuable Player): João Mário. O médio do Inter jogou e fez jogar. Foi muito por causa do excelente trabalho ofensivo de João Mário que a nossa selecção levou de vencida uma “chatinha” Hungria. Apenas faltou o golo para “coroar” a enorme exibição do médio.
Chave do Jogo: Veio tarde. E veio para resolver a contenda a nosso favor. Apareceu no minuto 65´, altura em que Cristiano Ronaldo marcou o terceiro golo de Portugal. Só neste momento é que acabou a resistência húngara.
Arbitragem: Não há nada a apontar ao trabalho da equipa de arbitragem. A partida foi tranquila e ambas as equipas procuraram - quase sempre - levar a cabo um jogo limpo não obstante aqui e acolá os húngaros terem abusado um pouco do físico. O Sr. Szymon Marciniak e restante equipa estiveram bem neste jogo de selecções que se realizou no Estádio da Luz.
Positivo: André Silva/Cristiano Ronaldo. Qualquer equipa do mundo daria tudo para ter uma frente de ataque composta por Cristiano Ronaldo e André Silva. O entendimento quase perfeito entre ambos permite a Portugal ter uma frente de ataque temível que tem sido o “abono de família” da equipa das Quinas neste apuramento.
Negativo: André Gomes. Agora percebo porquê razão este é tão criticado no FC Barcelona. Lento a executar, lento a ler o jogo e muito lento com a bola nos pés. Pior do que ele na sua posição só mesmo o Héctor Herrera do Futebol Clube do Porto.
Não segui a partida no seu todo, Apenas pide sentar-me a ver com “olhos de ver” este Portugal x Suécia aos 20 minutos da segunda parte desta partida, pelo que não estou completamente á vontade para poder opinar sobre o dito, contudo tenho uma enorme certeza: hoje perdeu-se um Trofeu, mas ganhou-se um futuro.
Bem sei que parece o habitual “discurso de coitadinhos” que nós Portugueses temos muito a mania de utilizar quando a coisa não nos corre como queremos, mas há que ver as coisas como elas são e esta Selecção de Sub. 21 mostrou a todos que Portugal tem um futuro brilhante pela frente. Portugal não sofreu uma única derrota no apuramento e até ao fim, da prova. Se não me engano este é um feito que ainda ninguém ousou alcançar.
Naturalmente que agora haverá quem diga que Rui Jorge arriscou em demasia ao ter apostado nas Grandes Penalidades quando Portugal tinha ainda possibilidade de vencer a partida durante os 90m (a saída de Sérgio Oliveira deu a entender tal), assim como haverá quem se “atire” a William Carvalho porque este não realizou um Europeu por aí além, mas a verdade é que dizer tal sem estar no relvado e no momento das decisões é fácil… Muito temos a agradecer a Rui Jorge e sua equipa Técnica porque fizeram algo que há não muito tempo atrás era impensável.
Uma palavra especial para José Sá. Foi, sem sombra de dúvida, o melhor Guarda-redes do Torneio. Só é pena que quando o seu Marítimo defronta o SL Benfica este se lembre de perder toda a qualidade que mostrou neste EURO que se realizou aa República Checa.
Agora é olhar em frente. Espero que os Clubes Portugueses apostem mais nos seus jovens talentos (alô Futebol Clube do Porto!) em detrimento de Atletas estrangeiros de qualidade duvidosos e sem amor alguma à camisola. Espero sinceramente que esta geração não se perca pelos tortuosos e inexplicáveis caminhos do futebol.
Para o ano há mais. A vingança é um prato que se deve servir frio. A jogar assim de certeza que Portugal trará as suas primeiras medalhas de ouro no futebol. Haja Fé e, sobretudo, muita paciência.