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E na Alemanha?

por Pedro Silva, em 04.12.17

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Em Portugal parece haver uma espécie de trauma sempre que um determinado grupo de trabalhadores decide lutar por aquilo a que tem direito. Parece que cá pelo nosso pequeno burgo reina a ideia de que temos de ser todos um povo de brando costumes senão lá aparece o bicho papão e vamos todos desta para melhor.

 

E na Alemanha? O que acontece quando um determinado grupo de trabalhadores decide lutar pelos seus direitos? Por norma tem o apoio da população em geral e com maior ou menor esforço, estes trabalhadores acabam por conseguir fazer valer os seus direitos. Tal aplica-se a todos os sectores de actividade. Claro que podemos acusar os alemães de serem ultra protecionistas em certos sectores de actividade, mas a verdade seja dita que na Alemanha é rara a empresa privada ou pública que “atropele” os direitos dos trabalhadores em noma da “estabilidade económica”.

 

E vem isto a respeito do que está neste momento a suceder na Volkswagen Autoeuropa de Palmela. Existe um conflito laboral que tem horrorizado o actual Governo, “industriais” e demais “investidores” pertencentes ao mais “fino tecido” patronal português. Tudo isto porque os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa de Palmela não querem aceitar a imposição sem negociação de uma jornada contínua obrigatória para todos onde estes receberão de ordenado ao fim de semana tanto como recebem num dia normal de trabalho. E tudo isto por causa de uma modelo novo da Volkswagen que parece estar a ter uma forte saída no mercado automóvel. Para ser sincero ainda não dei pelo dito cujo nas estradas portuguesas, mas não fazendo eu parte do tal “fino tecido patronal português” é natural que tenha de desviar a minha atenção para outras coisas “banais” tais como pagar as contas ao fim do mês com a miséria que conseguir juntar durante um mês de trabalho (isto quando me é possível fazer o tal ajuntamento).

 

Agora vamos imaginar que a Volkswagen Autoeuropa na Alemanha se lembrava de fazer aos seus trabalhadores exactamente o mesmo que pretende fazer aos da sua filiar de Palmela. Sabem o que faziam os trabalhadores alemães? Exactamente o mesmo que os portugueses. E até metiam ao barulho mais estruturas sindicais do que as que temos cá no nosso país. E acreditem que tanto o Governo alemão como a população se colocaria do lado dos trabalhadores porque aquilo que a Volkswagen pretende impor na sua fábrica de Palmela é, simplesmente, ridículo e um manifesto abuso de poder em nome da “estabilidade económica”.

 

Mas lá está, cá por Portugal temos a mania de que temos mesmo de ser todos um povo de brandos costumes, mas rapidamente ficamos muito indignados quando um holandês de cabelos aos caracóis que dá pelo nome de Dijsselbloem passa a ideia de que os portugueses são todos uns bêbados preguiçosos que não sabem gerir as suas finanças.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (04/11/2017)

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publicado às 12:00


Desonestidade intelectual

por Pedro Silva, em 30.01.17

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A semana passada teve como protagonista Donald Trump. Protagonista pelo lado negativo da questão ora pois. Contudo este protagonismo do Presidente Trump era mais do que esperado dado que Donald sempre disse que ia iniciar uma espécie de “desmontagem” da imagem democrática dos Estados Unidos da América. E os eleitores norte-americanos sabiam muito bem de tal e mesmo assim escolheram-no para seu líder, pelo que não creio que valha a pena estar a perder tempo a analisar a vontade soberana de um povo expressada de uma forma democrática. Prefiro antes centrar-me numa questão que parece ter sido - propositadamente - posta de lado. Talvez por não interessar porque se os comentadores tivessem optado por dissecar o tal assunto de certeza que muita coisa teria começado a mudar – para melhor – na nossa sociedade.

 

Sou da opinião de que se a semana anterior tivesse sido marcada pelo debate em torno do salário mínimo (o seu valor), condições de trabalho, direitos dos trabalhadores e demais temáticas em torno de tal a dita teria sido muito mais produtiva do que passar-se horas a fio a “desancar” em Trump.

 

Donald é um idiota mas a verdade seja dita que o patronato português e alguns comentadores como o escritor e jornalista João Miguel Tavares (por exemplo) são mais idiotas do que a idiotice de Trump. O sociólogo, deputado e activista do Bloco de Esquerda José Soeiro neste seu artigo de opinião (aconselho, desde já a sua leitura e divulgação) desmonta de uma forma categórica a estupidez das aqui referidas personagens, pelo que não vou desenvolver muito mais a temática.

 

Vou antes trazer a lume (repito) um assunto de uma importância tal que se tivesse sido devidamente debatido a nossa sociedade já teria começado a fazer algo por melhorar. Refiro-me à extrema necessidade de que a Concertação Social sentiu de em troca do aumento do salário mínimo ter de ser dada uma qualquer contrapartida ao patronato. Assim como se um direito adquirido após intensas lutas dos trabalhadores nos séculos passados tivesse de dar algo em troca para poder ser aplicado. Caricato para não dizer ridículo.

 

Desonestidade intelectual no seu melhor. Não existe outra forma de se descrever a postura dos representantes dos patrões na recente Concertação Social.

 

Bem vistas as coisas o aumento do salário mínimo (para lá de ser um direito inalienável dos trabalhadores) é uma benesse para toda a economia. Senão vejamos; o aumento do dito ordenado vai permitir um consequente aumento do poder de compra e este, por seu turno, vai fazer com que as empresas grandes/médias/pequenas tenham um aumento nos seus lucros. Dito de outra forma, ao se aumentar o ordenado mínimo vai-se “injectar” capital na economia possibilitando, desta forma, o seu crescimento.

 

Ora, estando o nosso país na frágil situação económica/financeira em que José Sócrates, Pedro Passos Coelho e EURO o deixaram não será do interesse de todos que o ordenado mínimo em Portugal já tivesse ultrapassado a barreira dos €1.000?

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (30/01/2017)

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publicado às 15:00


Recordar é aprender

por Pedro Silva, em 01.05.15

Manifestacao-Trabalhadores-Chicago.jpg

(cartaz dos "Mártires de Chicago")

 

Dizem que recordar é viver. Eu cá prefiro antes dizer que recordar é aprender e sou da opinião de que é isto que todos deveríamos fazer: aprender com os erros e conquistas do passado.

 

Naturalmente que este meu recado vai quase por inteiro para o Governo Passos/Portas, mas também se aplica na perfeição a certos "Trabalhadores" que preferem ser espoliados e explorados.

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publicado às 10:37


Terceiro Mundista

por Pedro Silva, em 06.07.14

Nada me move contra o Brasil e seu Povo, contudo não posso ficar indiferente a esta atitude terceiro mundista de um País que se diz desenvolvido e pronto para poder ser um dos Gigantes Mundiais do novo milénio.

 

Visto o vídeo, e sabendo eu do que falo, não vejo razão alguma para o despedimento da funcionária. A estupidez tem de ter um limite e o Brasil se quer ser um País no verdadeiro sentido do termo tem de se portar como tal e não como a Africa subsariana onde tudo se pode fazer inclusive explorar os trabalhadores.

 

Depois temos a hipocrisia habitual dado que o Jogador Neymar pode aproveitar-se de um assunto tão tenebroso como o racismo para “fazer dinheiro” que não há crise, mas quando uma cidadã o filma lesionado a entrar no Hospital e no final solta um sorriso e um “v” é despedir porque ofendeu a Pátria, o Jogador e restante “corjita”…

 

Pobre Pátria cujo Povo Irmão ainda tem gente tão obtusa…

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publicado às 21:10


O fanatismo do Sr. Costa

por Pedro Silva, em 03.01.14

Confesso que me causa uma certa impressão ler certas opiniões de Jornalistas conceituados da nossa Praça.

 

Vem isto a respeito da última Crónica da autoria do Sr. António Costa, Jornalista do Jornal Económico que foi publicada pelo Portal SAPO. Trata-se de um texto facioso e a roçar um fanatismo ideológico que me custa a acreditar que tal escrito tenha saído da cabeça de uma pessoa com um Grau Académico. Vejamos e analisemos então alguns excertos:

 

Há alguma boa notícia? Há. Não há aumento de impostos.

 

No Universo Fiscal existem dois tipos de Impostos: os directos e os indirectos. O IRS é o exemplo de um imposto directo. O IVA é um imposto indirecto.

 

Assim como é um imposto indirecto os chamados descontos que todos os que recebem um ordenado/reforma têm de fazer (retenções na fonte). A CES é descontada do valor da reforma, ou seja, é um imposto indirecto.

 

Ora como tal o Sr. Costa pode dar as voltas que quiser e utilizar o léxico que muito bem entender, mas a Contribuição Especial de Solidariedade é um Imposto indirecto, imposto este que vai ser aumentado.

 

Estamos portanto perante um aumento de impostos. E que eu saiba qualquer aumento de impostos é sempre uma má notícia para todos os sectores da Sociedade.

 

É também o resultado das decisões do Constitucional, que não permite reduções de pensões, mas permitirá, afinal, o aumento dos encargos sobre as mesmas pensões. 

 

Quanto a este ponto acho que o Sr. Costa devia procurar informar-se antes de escrever. Isto porque uma grande maioria de Constitucionalistas conceituados tem uma visão completamente diferente da situação e até a fundamentam.

 

Coisa que o Sr. Costa não faz porque segundo este o Tribunal Constitucional é que agiu mal e não o Governo que não sabe criar normas legislativas que não violem a Constituição.

 

O agravamento das contribuições para a ADSE é da mais elementar justiça. É um seguro de saúde ‘privado', pago por todos e para benefício de alguns.

 

È aqui que se vê o radicalismo ideológico do Sr. Costa. Este está do lado da caça às bruxas que o actual Governo resolveu levar a cabo na Função Pública.

 

Quer o Sr. Costa queira, quer não queira os Funcionários Públicos são pagos por todos nós para que nos prestem serviços que são um exclusivo do Estado. Como tal é perfeitamente natural que estes tenham determinadas “regalias” que o trabalhador do sector privado não tem.

 

E é legítimo que os trabalhadores do Estado possam exigir a opção de escolha, isto é, a dispensa de descontar para a ADSE e a utilização do SNS.

 

A ADSE é paga “a peso de ouro” pelos Funcionários Públicos, e por muito que se queixem não podem optar pela tal escolha porque o Governo não deixa.

 

Certa vez o Governo deixou que fosse possível levar a cabo a tal escolha de que fala o Sr. Costa. Foi no tempo de Sócrates, mas esta parte o Cronista esqueceu-se de mencionar.

 

O aumento de impostos seria, sempre, mais penalizador da economia e também do regresso aos mercados, logo agora que Cavaco Silva lhe dá, de bandeja, uma oportunidade para realizar emissões no mercado nos próximos três meses sem o risco de decisões do Constitucional. E, logo, para negociar, em melhores condições o necessário Programa Cautelar.

 

Neste ponto creio que o Sr. Costa dá uma de ignorante. Posso não ser um conceituado Economista, mas que eu saiba a diminuição do poder de compra através do aumento de impostos também penaliza fortemente a economia. E pior é quando esta está em recuperação.

 

E gostaria de saber porque quer o Sr. Costa insistir numa fórmula que não funciona. A austeridade dividiu a Europa, arrasou a economia europeia, criou conflitos e tornou mais ricos os ricos.

 

Que parte de tudo isto é que o Sr. Costa não percebeu para vir falar com tanta leviandade de um Programa Cautelar?

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publicado às 22:24


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