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Drama, História - (2016) "Silence"
Realizador: Martin Scorsese
Elenco: Liam Neeson, Andrew Garfield, Adam Driver, Tadanobu Asano
Sinopse: Ambientada no Japão no século XVI, a história trata de missionários portugueses que viajam ao país oriental para confortar convertidos locais e impedir que senhores feudais torturem padres cristãos - maneira local encontrada para tentar expulsar do Japão os catequistas europeus.
Critica: Se dúvidas haviam de que Martin Scorsese é um fantástico contador de histórias este seu “Silêncio” dissipou-as todas. Estamos perante uma produção fantástica! Uma obra-prima (mais uma) de um Realizador do qual sou cada vez mais um fervoroso adepto. Este é um dos melhores filmes que vi da autoria de Martin Scorsese. “Silêncio” tem tudo aquilo que um apreciador de cinema exige.
O argumento deste filme é simplesmente divinal. Estudado ao pormenor e muito atento ao pormenor, o argumento desta fantástica obra cinematográfica é capaz de “prender” a atenção de qualquer um desde o seu primeiro instante ao último. Uma coisa que apreciei bastante foi a rigidez histórica, rigidez que obrigou Scorsese a ter de estudar a fundo a época cuja história nos pretende contar e a verdade seja dita que o realizador se esmerou neste ponto. Nada - mesmo nada – é deixado ao acaso e o resultado é um argumento fantástico que tem de tudo. Uma lição para a Academia de Hollywood que anda agora a promover tretas sem gosto nem sal mas com muita música.
Ao passarmos para o elenco não fiquemos com a ideia de que o filme perde qualidade. Muito pelo contrário! Pode não ser um elenco carregado de nomes sonantes e de caras bonitas (isto é para o bailarico de que Hollywood adora), mas o elenco deste “Silêncio” está simplesmente divinal (tal como os eu argumento). Liam Neeson e Adam Driver interpretam as suas personagens de uma forma fantástica, mas a grande vedeta é mesmo Andrew Garfield que “arrasa por completo a concorrência”. “Papelaço”! É isto que Andrew Garfield faz em “Silêncio”. Uma palavra de apreço também para Tadanobu Asano que esteve ao nível fantástico de Andrew Garfield sem no entanto ter sido brilhante ficando por um muito – muito – bom.
Os cenários e banda sonora estão ao nível do filme em causa. Ou seja; estão excelentes. Já aqui o disse e repito, Martin Scorsese é um fantástico contador de histórias e para o ser está sempre muito atento aos pormenores, pormenores que fazem a diferença pela positiva neste seu “Silêncio”. Os cenários estão espectaculamente bem filmados e a banda sonora está ao nível dos melhores filmes de sempre do mundo do cinema.
Em suma, Silêncio de Martin Scorsese tem a minha elevadíssima recomendação. Numa altura em que se anda a perder tempo com musicais, este “Silêncio” é uma tremenda pedrada no charco do marasmo em que estão envolvidos os próximos prémios da Academia.
Drama (2008) – “Gran Torino”
Realizador: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley
Sinopse: As pessoas a quem Walt chamava vizinhos faleceram ou mudaram-se, e foram substituídas pelos Hmongs, imigrantes do sudeste asiático, que ele despreza. Uma noite, alguém tenta roubar o seu Gran Torino de 1972: o seu vizinho adolescente Thao, pressionado por um gang de Hmongs. No entanto, Walt defende o rapaz, o que o torna o herói do bairro, especialmente para a mãe de Thao e a irmã mais velha, Sue, que insistem que Thao trabalhe para Walt como forma de se redimir. Inicialmente, Walt nada quer ter a ver com essas pessoas, mas algum tempo depois coloca Thao a trabalhar, o que origina uma amizade improvável que vai mudar as suas vidas. Através da bondade da família de Thao, Walt finalmente compreende algumas verdades sobre as pessoas que ele não considerava vizinhos. E sobre si mesmo. Essas pessoas têm mais em comum consigo, do que ele tem com a sua própria família...
Critica: Começo pela nota e, na minha modesta opinião, este Gran Torino de Clint Eastwood não merece muito mais do que um simples satisfaz mais. O filme até que e interessante e cativante mas no final fica a faltar qualquer cosia… basicamente Eastwood consegue fazer-nos entender a sua crítica mas não consegue passar a sua mensagem.
Pessoalmente sempre gost6ei muito mais do trabalho do Clint Eastwood Actor do que do Clint Eastwood Realizador e Gran Torino veio “cimentar” um p7uco mais esta minha preferência. Como eu já disse atrás, o filme é interessante e cativante mas falta-lhe qualquer coisa para que no final o espectador chegue ao fim com aquele sentimento típico de quem assiste a este tipo de produção cinematográfica. O mesmo é dizer que o Argumento de Gran Torino é bom (muito bom em muitos aspectos) mas incompleto.
Relativamente ao elenco, penso estar aí a “pedra de toque” desta produção de Clint Eastwood. Repito-me, gosto muito mais do Clint Eastwood Actor do que o Clint Eastwood Realizador e neste Gran Torino vemos, mais uma vez, o porquê desta minha opinião. E Eastwood não esteve sozinho dado que consigo trabalharam bons actores e actrizes que tiveram de interpretar papéis complexos e o resultado é muito bom.
Por último temos os cenários e banda sonora. Se os primeiros estão muito bons e ajudam a que se perceba a história já o outro ´+e praticamente inexistente e é um apena pois Gran Torino poderia estar muito melhor e dar ao espectador o final que se espera quando se vê um Drama deste tipo.
Resumindo e concluindo, apesar de não ter aquele brilho Gran Torino é um filme que tem a minha clara recomendação.
Crime, Drama (2001) - "Edges of the Lord"
Realizador: Yurek Bogayevicz
Elenco: Haley Joel Osment, Willem Dafoe, Liam Hess, Richard Banel
Sinopse: Um rapaz judeu de 11 anos é separado de sua família durante a Segunda Guerra Mundial. Escondido dentro de um saco de batatas, é levado para uma pequena vila na Polaca, onde é adoptado por um fazendeiro católico.
Critica: Começo pela classificação que dou a esta obra da de Yurek Bogayevicz: Muito Bom. Podia atribuir um excelente, mas falta algo mais para que possa colocar este filme no meu tipo de excelência se bem que estamos perante uma obra cinematográfica que me tocou na Alma em muitos aspectos.
Primeiro que tudo um grande aplauso da minha parte para o argumento. Sou um grande apreciador de filmes cuja temática versa sobre a 2-ª Guerra Mundial, mas este “Filhos do Mesmo Deus” ficou-me na memória por ser uma produção que mostra o outro lado da Grande Guerra sem se perder em romantismos exagerados.
Basicamente esta produção de Yurek Bogayevicz mostra-nos o lado humano e desumano da Guerra na Sociedade Civil que na altura era ainda bastante “atrasada” quando comprada com a dos dias de hoje, para além que este filme passa uma mensagem que continua a ser actual e fá-lo de uma forma sublime.
E a mensagem que o Realizador nos pretende transmitir passa com facilidade e toca-nos no espirito de uma forma profunda porque o elenco tem um desempenho a roçar a excelência. E mais admirado, pela positiva claro está, fico com tal desempenho quando reparo que a maior parte das cenas são trabalhadas por crianças/adolescentes. As personagens adultas têm um papel quase residual se bem que são importantes para que percebamos a história no seu todo. Só por isto já vale mesmo a pena perder um pouco do nosso tempo a ver este “Filhos do Mesmo Deus”.
Quanto aos cenários, não estão nada de especial se bem que pecam um pouco pela falta de diversidade mas não é nada que retire o excelente brilho que este filme tem. São cenários simples e rústicos, ideal para a história que nos querem contar mas bem que +poderia ser um pouco mais diversificado e não tão escuro em certos momentos.
Por tudo o que já aqui escrevi trata-se, sem sombra de dúvida, de um filme que recomendo vivamente.
História, Thriller (1991) - "JFK"
Realizador: Oliver Stone
Elenco: Kevin Costner, Gary Oldman, Jack Lemmon
Sinopse: O poderoso filme de Oliver Stone sobre os tiros ouvidos em todo o mundo e o mistério que ainda os rodeia, é uma da mais provocativas obras do nosso tempo. Além do estrondoso sucesso alcançado nas salas de cinema e das excelentes críticas e prémios que averbou, teve nos E.U.A. um papel preponderante no debate nacional que levou à revelação dos documentos confidenciais sobre o assassinato de JFK.
Critica: Vou começar pela nota como vêm sendo habitual, e a este JFK de Oiiver Stone dou-lhe um satisfaz.
Não cometerei a insensatez de dizer que o filme é mau até porque não o é de forma alguma, mas também não me senti em nada cativado por uma produção de Stone que tem como único alvo o público Norte-americano.
JFK congrega em si todas as teorias da conspiração sobre a morte do Presidente dos Estados Unidos da América o que acaba por resultar num argumento “pesado” e algo complicado de ser seguido e entendido pelo espectador. A certo momento senti-me completamente perdido nas variadíssimas explicações para o sucedido no dia fatídico da morte de Kennedy. Penso que em termos de argumento Oliver Stone deveria ter investido numa versão mais soft apesar do mais que provável prejuízo em termos de público do seu País.
Quanto aos cenários, a parte mais rica deste JFK na minha modesta opinião, o trabalho de Stone nesta área foi excelente. Todos os aspectos da história são muito bem trabalhados para que a actuação das personagens se desenrole no contexto adequado para o momento que estamos a assistir. Gostei imenso desta parte do filme dado que coloca o espectador exactamente na conturbada e contestatária época em que a investigação se desenvolve. Um ponto muito positivo neste trabalho de Oliver Stone.
Relativamente ao Elenco, acho que aqui reside o outro ponto negativo do trabalho de Stone. Isto porque é notória a enorme capacidade dos Actores e Actrizes que interpretam os seus papéis mas nota-se que existe um qualquer “travão” da parte do Realizador que não deixa que sejam autênticos nas suas interpretações. A certo momento senti um enorme vazio emocional quando o filme exigia precisamente o contrário acabando por tornar JFK num filme de emoções artificiais e forçadas. Exigia-se mais e melhor a Oliver Stone neste aspecto.
Concluindo; não vou aqui dizer que não recomendo o JFK de Stone, mas também não vou dizer que é uma das grandes maravilhas da sétima arte. A meu ver o filme está razoável mas poderia, e deveria, estar muito melhor.
Drama, Guerra (2013) - "The Book Thief"
Realizador: Brian Percival
Elenco: Roger Allam, Sophie Nélisse, Heike Makatsch, Julian Lehmann
Sinopse: O novo romance de Markus Zusak decorre durante a Segunda Guerra Mundial na Alemanha e conta-nos a história de Liesel Meminger, uma rapariga adoptada que vive nos arredores de Munique. Liesel cria um sentido para a sua vida roubando algo a que não consegue resistir - livros. Com a ajuda do seu pai adoptivo que toca acordeão, Liesel aprende a ler e, durante os bombardeamentos, compartilha os livros roubados com os seus vizinhos e com o judeu escondido na sua cave, antes de este ser deslocado para Dachau.
Critica: Se me pedirem para fazer uma breve descrição deste filme eu diria que este é uma história de Vida que muitos deveriam ter vivido.
A história de Liesel Meminger é tão intensa e carinhosa que nos assalta o coração de uma forma tal que no final somos levados a soltar uma lágrima não de pena mas sim de satisfação. Esta menina mostra-nos que é possível haver uma luz de Humanidade, mesmo que muito ténue, no meio de um conjunto abrutalhado de animais sem razão que por acaso são seus semelhantes.
É uma pena que este grandioso filme de Brian Percival não tenha sido nomeado para os Óscares. Aquilo que este nos ensina deveria ser visto por muito mais gente dado que neste momento estamos a ser obrigados a trilhar um caminho de feras que nos vai conduzir ao Mundo distorcido e penoso em que viveu a rapariga que roubava livros.
É um filme que recomendo vivamente a que assistam porque obras destas fazem muito bem à nossa Alma.