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Já não é de agora, mas têm sido cada vez mais recorrentes as notícias de Hong Kong que dão conta daquilo que é, de facto, a República Popular da China. As ditas notícias não são animadoras. Especialmente se tivermos em linha de conta a quantidade infindável de vezes que as autoridades chinesas violaram – e violam- os Direitos Humanos.
Mas, a meu ver, a problemática de Hong Kong não se esgota no excesso de força por parte das autoridades e na falta de sentido democrático do governo autoritário e totalitário de Pequim.
É manifestamente verdadeiro (e estritamente necessário, diga-se desde já) que a Comunidade Internacional repudie as constantes violações dos variadíssimos direitos que os habitantes de Hong Kong deveriam gozar. Entre estes direitos está o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos seus pensamentos. E é, na minha perspectiva, na primeira liberdade de que aqui falei que reside o problema que agudiza toda a problemática de uma região outrora pertencente ao Reino Unido.
Diga-se o que quiser, mas a partir do momento em as nossas televisões nos mostram manifestantes de cara tapada ao estilo soldado de uma qualquer organização terrorista que actua em nome do Islão, temos o dever de desconfiar de tudo o que estes dizem e defendem… Isto porque se tratam de pessoas que actuam violentamente não na defesa dos interesses de Hong Kong e seus habitantes (no caso em apreço), mas sim em nome de um qualquer interesse internacional. Convêm não esquecer o passado de Hong Kong e o seu posicionamento estratégico na vasta e – ainda - turbulenta geografia da Ásia.
Para mais, há no grupo de países que criticam (mesmo que timidamente) a postura do Executivo chinês uma franja de hipócritas que há não muito tempo ordenaram que as autoridades usassem e abusassem do seu vasto poderio bélico para, desta forma, oprimirem cidadãos que queriam tão-somente, exprimir através do voto livre e espontâneo o seu desejo democrático de que a auto determinação da sua Região fosse (ou não) uma realidade.
Entretanto por cá …
Cá pelo nosso Portugal parece que se iniciou uma tremenda luta de classes.
De um lado temos os Trabalhadores representados por um Sindicato feito ad hoc (para não dizer em cima do joelho) que, aparentemente, até se diz defensor de uma causa justa e do outro temos os Patrões que, ao estilo de um qualquer disco riscado, insistem na incapacidade de adaptar os ordenados dos seus trabalhadores à realidade.
Tudo perfeitamente normal.
O senão é o tremendo aproveitamento que a nossa Comunicação Social tem feito de tal coisa… Esta faz de um problema - aparentemente real - uma espécie de hidra de sete cabeças da qual o cidadão comum não aparenta ter medo algum…
Sobre tal assunto não acrescento mais nada. Apenas aconselho a leitura atenta deste artigo de opinião da Angelina Lima.
Aertigo publicado no site Repórter Sombra
Mais um dia de greve nos Correios. Mais um jogo de força entre a Administração dos CTT, Trabalhadores, Sindicatos e Governo para se apurar quem tem razão no meio de tudo isto. Muita Política e muito interesse são o que me apetece dizer sobre um processo em que ninguém fica bem na fotografia.
Não fica bem a Administração dos CTT porque mais uma vez desvaloriza um protesto. À Mulher de César não lhe basta parecer seria, tem de o ser e se a Administração dos Correios de Portugal quer passar a imagem de que tudo é para ser levado a sério no seu processo de privatização, então já deveria ter há muito explicado o porque dos seus Trabalhadores insistirem nas Greves. Para mais ter na sua Direcção alguém que antes geria uma Empresa de Cimentos que aposta no fecho irracional de postos e marcos de correio não abona em nada a favor da suposta seriedade dos CTT.
Os Trabalhadores mesmo com tanta mediatização ainda não conseguiram passar a sua mensagem. È verdade que muitas ruas (a minha incluída) não têm ainda um carteiro que assegure a normal distribuição postal e é também um facto mais que realista que os carteiros estão sobrecarregados de trabalho, mas não é sobre isto que assentam as Greves dos CTT. Pelo que se ouve e lê faz-se Greve porque os Trabalhadores não concordam com a privatização total da empresa. Melhores condições de trabalho e outras coisas do género é um argumento que vem ao lume depois de “uma boa puxadela” da parte dos Jornalistas.
Quanto aos Sindicatos não vou aqui dizer que estes não estão a tentar velar pelos Direitos dos seus Associados, mas cabia principalmente a estes explicarem porquê razão se faz Greve nos CTT. Mas o resultado é sempre o mesmo que o dos Trabalhadores, ou seja, estão contra a privatização total dos CTT e o resto só se fala depois de muita insistência.
Por último temos o Governo. Aquele que é de todos o que pior fica neste processo. Não por algo que tenha directamente a ver com as Greves mas sim porque vai seguir o mesmo caminho que outros Governos seguiram e que tanta crítica mereceu da parte do actual Executivo. Não existe alguma Directiva Comunitária que obrigue a que se proceda a uma privatização total dos Correios, o que nos leva a concluir que Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque se preocupam apenas em “desenrascar” uns milhões de euros por agora e mais tarde quando for preciso dinheiro privatiza-se outra coisa qualquer. Quando não houver nada (entenda-se o “nada” por empresas que irremediavelmente são lucrativas) para se privatizar quem cá estiver que resolva o problema.