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Antes de mais queria somente deixar uma pequena nota prévia para que se evitem as habituais dificuldades de interpretação que fazem com que quem me lê procure desviar para questões que em nada tem a ver com o exposto. Que fique desde já devidamente esclarecido que não sou acionista da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O que não invalida que não possa ter uma opinião sobre o actual estado de coisas tendo por base o recente rumo que a referida instituição bancária resolveu seguir. Esclarecimento feito. Vamos então ao que interessa.
A actual administração da CGD tem procurado tomar um conjunto de medidas que, segundo esta mesma Administração, tem como principal e único objectivo o cumprimento do programa de assistência financeira de Bruxelas. As medidas, impopulares diga-se desde já, tem passado essencialmente pelo lado da clientela. Falamos, portanto, de aumento nas comissões bancárias, fecho de balcões, cobrança de serviços prestados no balcão, etc.
Ora quem olha para tais medidas e para as que a Administração da CGD diz querer tomar num futuro próximo relativamente aos sues trabalhadores, a ideia que se fica é a de que hoje em dia temos um Banco Público com tiques de privado. Pode até parecer estanho aquilo que escrevi, mas a verdade é que hoje em dia a Caixa Geral de Depósitos comporta-se exactamente da mesma forma que os Bancos privados. Especialmente na forma como pretende recuperar a sua saúde financeira, forma esta que é o manual seguido pela banca privada quando se encontra na mesma situação.
Ora face a isto e à forma como tudo se tem processado e parece que se processará no futuro, fica a pergunta: vale mesmo a pena a Caixa Geral de Depósitos continuar a ser um Banco do Estado?
Se a resposta for afirmativa, então o Estado português tem a cabal obrigação de intervir e não de fazer de conta que não é nada com ele. Se a ideia é a de que a CGD é um Banco público, então António Costa, actual Primeiro-Ministro de Portugal, não pode de forma alguma dizer publicamente que o Estado não interfere nas decisões do Conselho de Administração do dito Banco. Se é para se seguir esta postura, então que a CGD deixe - em definitivo - de ser um problema do exclusivo do Estado para passar a ser um problema exclusivo de quem resolver adquirir as suas acções.
Espanha com tiques franquistas?
Entretanto na nossa vizinha Espanha prossegue a dramática problemática da Catalunha.
Agora temos Mariano Rajoy e a sua equipa ministerial a teimar não aceitar o resultado das eleições gerais que decorreram na Catalunha no passado mês de Dezembro.
Que eu saiba um país dito democrático aceita os resultados eleitorais quer os candidatos sejam ou não do agrado de quem está no poder. Fica mal a Rajoy e à sua equipa de ditadores seguir uma postura semelhante à dos tempos idos do sanguinário assassino General Franco.
A questão de que os candidatos à presidência da região catalã se encontram presos ou exilados no estrangeiro deveria ter sido colocada e devidamente analisada por quem de direito aquando da convocação do acto eleitoral. Fazer tal depois de se saber o resultado das eleições e de que a candidata do agrado de Madrid não conseguiu reunir os devidos apoios para formar governo é um tique que remete a Espanha para uma altura da qual a maioria da sua população não se orgulha.
Por perceber fica, também, o silêncio de toda a Comunidade Internacional.
Já da parte de sua Majestade, Filipe VI, o Rei de Espanha, ficamos todos a saber que se deve cumprir sempre a Constituição. Mesmo que esta force Sua Majestade a abdicar do trono e a ter de se exilar num país estrangeiro.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (05/02/2018)
Posso estar a ser demasiado brusco, mas no meu entendimento o que deveria acontecer era uma aproximação do Sector Privado ao Sector Público e nunca o contrário.
Isto porque não faz sentido algum os Trabalhadores perderem Direitos.
Quando muito seria muito mais razoável que aos Trabalhadores do Privado fossem atribuídos quase todos os Direitos que assistem aos Trabalhadores da Função Pública. Isto é o que seria normal num Estado Democrático de Direitos como o nosso diz ser.
Contudo acontece precisamente o contrário e a malta gosta, congratula-se e fica extremamente feliz por ver os Trabalhadores perderem Direitos atrás de direitos em nome de uma suposta igualdade.…
Já aqui o disse e nunca me canso de repetir, quer se goste ou não todos nós precisamos dos Funcionários Públicos. Até o Estado precisa desta classe de trabalhadores que tanta confusão faz a certos sectores da Sociedade Portuguesa.
Hoje em dia o Trabalhador do Estado para além de sofrer a bem sofrer com a crise e com a ideologia de um Governo fanaticamente Neo Liberal, de ser alvo de ódios da parte dos seus colegas do sector privado e de estar submetido a todo o tipo de controlo e mais algum eis que este tem também de lidar com a falta de pessoal vs trabalho a mais e não protestar.
Mas no fundo e no cabo quem sofre com tudo isto é o… Trabalhador do Privado, o tal que tem feito mais sacrifícios que o Funcionário Público segundo Pedro Passos Coelho. Ironia das ironias!
Para mim não é novidade nenhuma esta guerra aberta com os Funcionários Públicos que o Executivo de Passos Coelho está a levar a cabo. Queriam a mudança cega porque Sócrates e seus camaradas eram a razão de todos os males e aí está a recompensa por terem votado em massa numa Direita que de Direita não tem nem nunca teve nada.
Estamos portanto a falar de Neo Liberais. E para estes Neo Liberais vale tudo desde que os n.º das contas sejam como estes desejam. Pouco lhes interessa qualquer tipo de Contrato Social que o Estado tenha para com os Cidadãos. È o vale tudo e ponto.
Daí que não seja de admirar mais este “bombardeamento” aos Funcionários Públicos. O alvo do ataque foram desta vez as Pensões de Reforma dos Aposentados da Função Pública.
Segundo Hélder Rosalino tal vai permitir ao Estado poupar dinheiro e aproximar o sector público ao privado. O Funcionário Público que andou a descontar durante uma vida inteira tem agora de ver o valor da sua Reformas reduzido em nome da poupança e da convergência. E tal punição é para todos os que estão reformados e que se vão reformar no futuro.
Agora vamos ao ponto engraçado da questão. Para quem não sabe o Funcionário Público está ao serviço da Nação. O tão odiado Funcionário Público que é olhado de lado pelos Trabalhadores do Privado é muitas vezes obrigado a ter de realizar tarefas que os Privados não podem realizar. Ainda está para vir o Privado que emita o Cartão de Cidadão por exemplo.
Ora como o Funcionário Público está ao serviço de todos nós, inclusive dos Trabalhadores Privados, é perfeitamente natural e lógico que estes tenham regalias que os Trabalhadores do Privado nunca terão. Daí que seja natural que no que diz respeito ás Pensões de Reforma um Trabalhador Público tenha direito a receber mais que um Trabalhador do Privado. Faz sentido e até uma criança de 5 anos consegue chegar a tal conclusão.
Mas o Executivo de Passos Coelho/Paulo Portas não entende nem quer entender e insiste na convergência. Eu cá só gostava de saber por que razão as Pensões Vitalícias dos Políticos também não são alvo da tal convergência apes. Deve ser muita areia para certas camionetas.