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(Mais) Uma questão de regionalização

por Pedro Silva, em 05.03.18

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Agora que quase se esvaneceu muita da celeuma em torno da política de encerramento de lojas e de balcões dos CTT que está a ser seguida pela actual administração da empresa, esta é a altura ideal para que todos nós façamos uma profunda reflexão sobre aquilo que verdadeiramente queremos para o nosso país.

 

Comecemos, antes de mais, por analisar qual a motivação que levou a que o anterior Governo de Pedro Passos Coelho; Assunção Cristas/Paulo Portas levasse a cabo a privatização total daquilo que é popularmente apelidado de “Correio”.

 

Terá sido a necessidade de se reorganizar um serviço que serve toda uma população (uma mais do que outra é um facto)? Não.

 

A dita privatização terá sido fruto da necessidade de se poupar dinheiro ao Estado que, desta forma, procurou adaptar a empresa às novas tecnologias? Também não.

 

Então o que fez com que Passos Coelho e o seu Governo tivessem levado a cabo a privatização total dos CTT com uma cláusula de salvaguarda para os seus compradores caso o Estado venha sentir a necessidade de reverter a tal privatização? Dinheiro fácil e rápido. Podemos discutir e concordar, ou não, com a necessidade de ser ter feito tal, mas a verdade é que os CTT foram privatizados porque o Governo de Passos Coelho & companhia quis, tão simplesmente, “fazer dinheiro”.

 

O interesse das populações e as suas necessidades nunca estiveram em cima da mesa de negociações desta privatização. E em má hora não o estiveram, porque para que as populações e fixem numa determinada localidade é preciso que por lá exista Tribunal, Repartição das Finanças e… Loja/Estação dos CTT. Retirar um destes elementos das localidades é, tão simplesmente, contribuir para a desertificação de um pequeno país cujo seu interior sofre -- a bem sofrer – de um problema profundo de desertificação.

 

Ora face ao actual estado de coisas não vejo na nacionalização dos CTT a solução deste problema. E não o vejo porque não acredito na (re)construção de enormes máquinas administrativas com sede na capital do nosso país. Tal pode, de uma forma ou de outra, servir os interesses dos trabalhadores dos CTT de Lisboa e arredores mas tal está longe – muito longe – de resolver o problema global da crescente desertificação da região interior de Portugal. E muito menos a solução passa pela descentralização (entenda-se passar a “fava “ para as Autarquias) dos serviços dos CTT ou pela criação (ridícula, diga- de passagem) de “balcões” nas papelarias das demais Cidades, Vilas e Aldeias.

 

A solução passa, a meu ver ora pois, pela regionalização. Somente cada Região, como profunda conhecedora das suas necessidades e excessos é que deve determinar – ou pelo menos indicar – a abertura e/ou fecho de algo tão vital como um balcão ou loja dos CTT. Mas para tal será necessário que a classe política portuguesa (e não só) perceba, de uma vez por todas, que é mais importante tentar fazer algo pelo nosso país do que andar a discutir a situação política de Rui Rio no PSD.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra

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publicado às 21:30


Patetices dos mesmos de sempre

por Pedro Silva, em 23.10.17

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Após uma semana tremendamente atribulada por causa dos famigerados incêndios que flagelaram concelhos inteiros em Portugal, exigia-se da parte dos nossos políticos, Governo e de uma crassa maioria dos comentadores políticos alguma sensatez dada a gravidade histórica do problema. Sim, gravidade histórica porque isto dos incêndios em Portugal não é de agora. É antes algo que faz parte da triste história do nosso país que este ano, por força de uma série explosiva de situações várias, extravasou aquilo que se pode apelidar de “razoável”.

 

Patetices censuráveis

 

Comecemos pela patetice mor que marcou a semana passada: exigir a demissão do Governo de António Costa.

 

É um facto que o Executivo liderado por António Costa tinha a obrigação de ter feito algo depois do sucedido em Pedrógão e arredores. É também um facto que a antiga Ministra da Administração Interna (MAI) e anterior Secretário de Estado do MAI deveriam ter tido o cabal cuidado de não dizer a primeira bacorada que lhes veio à cabeça porque, quer estes queiram ou não, a protecção das populações é a prioridade máxima do Estado português estejamos ou não Portugal sobre um “colete-de-forças” chamado zona euro. Mas daí a exigir-se a demissão do Governo vai uma tremenda distância. E a esta distância tem um nome: responsabilidade. E o que a dita responsabilidade dita (ou pelo menos deveria ditar) era que tanto comentadores políticos como classe política deveriam aproveitar o momento para obrigar o Governo a tomar medidas que evitem que no futuro Portugal volte a passar pelo pesadelo que passou este ano no que aos incêndios diz respeito.

 

Contudo ainda está para vir o dia em que certos comentadores afectos à Direita, Assunção Cristas (CDS) e Pedro Passos Coelho (PSD) percebam o verdadeiro sentido de responsabilidade, daí que estas nefastas e patéticas personagens tenham vindo a público aplaudir e incentivar uma coisa chamada moção de censura. Coisa essa que, para o bem e para o mal, se vai transformar numa espécie de moção de confiança que os suportes parlamentares de António Costa (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) utilizarão para deixar um sério aviso à actual governação.

 

No meio de tudo isto valha-nos o Presidente da República que, embora exagerado em tudo o que faz e diz, de uma forma indirecta forçou o executivo de António Costa a mostrar serviço. Se tal vai diminuir a possibilidade de o inferno voltar às regiões do interior do nosso país só o tempo nos dirá.

 

Entretanto aqui ao lado

 

As coisas começam a complicar-se para Mariano Rajoy que com a conivência de uma Europa cada vez mais ameaçada (ou não) pelo perigoso avanço dos populistas e extrema-direita fecha os olhos aos comportamentos autoritários do Governo central de Madrid. Barcelona voltou a viver o pesadelo franquista das prisões políticas e a Catalunha já sentiu na pele da sua população o bastão pesado do livre arbítrio das forças de segurança espanholas. Tudo no suposto nome da Democracia e do Estado de Direito.

 

Para breve (se já não ocorreu) está planeado uma espécie de assalto de Madrid à democracia em Barcelona sob a alçada de um preceito constitucional muito vago. Assalto este que faz lembrar as atitudes de Maduro. Atitudes que o Governo de Mariano Rajoy e o PSOE de Pedro Sánchez desprezam e criticam.

 

E ainda houve quem se indignasse quando um certo governante de um certo Estado-membro da União Europeia sugeriu a suspensão da Democracia no seu país “por razões de segurança”.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (23/10/2017)

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publicado às 12:00


A Comunicação Social e os Políticos

por Pedro Silva, em 31.07.17

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Quando se fala em Comunicação Social e Políticos parte-se do princípio de que a primeira existe para evitar que os segundos abusem da arte da política, contudo no actual estado de coisas em Portugal tal não é bem assim. E não é bem assim porque de há uns bons anos para cá, a nossa Comunicação Social percebeu que o “dito por não dito e o meio dito” é muito mais proveitoso do que informar. A nossa classe política – obviamente - agradece tal gesto. Veja-se, por exemplo, o caso de Marques Mendes (conhecido fracasso político da nossa Praça de comentadores) que todas as semanas debita um tremendo chorrilho de disparates em directo na televisão. Disparates estes que são ecoados vezes sem conta pela nossa Comunicação Social porque há quem compre tal coisa.

 

Mas se a Marques Mendes - e a outros do mesmo triste calibre - podemos “dar um desconto” (como diz o Povo na sua imensa sabedoria), mas o mesmo não pode, nem deve, suceder de forma alguma a quem tem responsabilidades acrescidas na vida política portuguesa. Refiro-me, ora pois, a Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas. Tanto um como o outro lideram partidos que tem hoje o importante papel de fazer oposição ao actual elenco governativo e respectiva plataforma de política de entendimento na Assembleia da República (a tal de “Geringonça”).

 

Dito de outra forma, cabe a Passos e Cristas analisar ao pormenor todo o tipo de informação que lhes entra pelo gabinete adentro antes de vir para a Praça Pública dar uma de Marques Mendes. Se não o fizerem correm o sério risco de perder credibilidade e, consequentemente, votos. Isto porque ao contrário do citado comentador a responsabilidade de Passos e Cristas é para com o país e não para com as audiências do seu programa de falar para um cenário animado.

 

Isto tudo para se chegar ao cerne da questão. Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas bem que poderiam achar-se no cabal direito de exigir da parte do Governo liderado por António Costa todo e qualquer tipo de satisfações sobre o que aconteceu, e acontece, nos incêndios em Portugal. Esta é a função principal da nossa Comunicação Social, mas tanto a esta como Passos Coelho e Assunção Cristas preferiram ir atrás daquilo que se denomina de circo mediático. Só assim se explica a triste figura destas personagens face a uma suposta lista de mortos da tragédia de Pedrógão Grande que uma Empresária resolveu colocar a circular. Lista esta cujo conteúdo está completamente desfasado da realidade como comprovou a Procuradoria-Geral da República.

 

Estivéssemos nós (por exemplo) nos Estados Unidos da América onde a Comunicação Social faz o seu papel de busca da verdade para evitar os disparates políticos que a “caça ao voto” muitas vezes produz, e tanto Pedro Passos Coelho como Assunção Cristas teriam tido outro tipo de comportamento face à tal “lista da empresária”. Mas como estamos num país onde reina a lei do “rei nem roque” na Comunicação Social é, portanto, natural que a oposição à Geringonça seja a Direitola que promove todo e qualquer tipo de disparate. Mesmo que tal lhe custe votos, dignidade e credibilidade.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (31/07/2017)

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publicado às 21:30


Procura-se Oposição

por Pedro Silva, em 17.07.17

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 Na política, oposição é o partido político que se coloca contrário ao governo, aquele que faz objeção, que combate as medidas do governo.

 

In Significados

 

Trouxe até aqui o conceito político de “Oposição” porque desde que o Governo da dita “Geringonça” tomou posse e iniciou funções de forma legítima e democrática a oposição desparecei do panorama político português. O que vemos hoje em dia não é Oposição. É antes a manifestação de vários desejos de que algo corra muito mal aos portugueses para se vir para a Praça Pública dizer que no nosso tempo é que era bom! Já o apresentar soluções alternativas aos problemas que a actual Oposição criou nos tempos em que foi Governo e ao que vai surgindo no natural desenrolar do dia-a-dia do país “vai no Batalha” (como se diz cá para o Porto).

 

Convenhamos uma coisa é “cavalgar a crise”. Outra bem diferente é andar semana sim, semana sim a desejar o mal de todos. Pior é desejar o mal de todos e ter estado há bem pouco tempo no Poder e nada ter feito para se evitar que o mal se torne de todos se torne uma realidade. Mas pior ainda é ter-se estado no Poder e ter-se feito de tudo para que o mal seja hoje uma realidade e dizer que incompetente é o actual Governo e quem o apoia. Esta tem sido a postura da actual Oposição portuguesa composta por PSD e CDS-PP. Se há quem discorde de tal, então que veja e reveja com olhos de ver as declarações de Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas após a tragédia de Pedrógão Grande- Recordo que Passos Coelho foi Primeiro-ministro e Assunção Cristas foi Ministra da Agricultura. Ambos nada fizeram para que Portugal tivesse mudado a sua política florestal. Ou melhor, fazer até que fizeram dado que abriram caminho à plantação sem “rei nem roque” do eucalipto. Descurando a necessária organização florestal e responsabilização dos pequenos e médios proprietários de terrenos.

 

O mesmo tipo de lógica se pode aplicar ao famoso roubo de Tancos. Que fez o Executivo liderado por Passos Coelho senão desinvestir – ainda mais - nas Forças Armadas e promover a saída em massa de efectivos militares? Como podem então PSD e CDS vir para a Praça Pública falar em falta de meios e de pessoal acusando o actual Governo de ser o responsável por tal?

 

Isto não é “Oposição” no sentido político do termo. O que PSD e CDS fazem é antes uma espécie de circo onde disparam para tudo o que se mexe e no final acabam por se ferir a si próprios. A questão está em saber como é que este tipo de gente consegue ter – ainda – credibilidade junto de tantos eleitores portugueses… O fanatismo tolda a razão de muito boa gente!

 

Oposição precisa-se. A nossa Democracia agradece.

 

E façam o favor de deixar o Bloco e o PCP em paz pois estes dois não fazem nada que PSD e CDS já não tenham feito nos tempos em que (des)governaram o País.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (17/07/2017)

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publicado às 21:30


“Caprichos da Natureza”

por Pedro Silva, em 19.06.17

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Parece sina, mas todos os anos a história se repete com os resultados do costume, as lamentações habituais e as boas intenções das quais está o inferno cheio. Hoje foi Pedrógão Grande, no passado foi quase toda a ilha da Madeira, no ano anterior foi uma qualquer outra terriola portuguesa e por aí adiante. Quem está no terreno e sofre com os incêndios brutais que parecem ter vindo para ficar é que sabe é que sabe o que isto é na verdade. Tudo o resto chora no momento, mas rapidamente se esquece do sucedido porque a moda do “je suis” isto e aquilo é uma moda que também veio para ficar.

 

Quem quiser que esteja á vontade para me corrigir, mas a manutenção da estrada onde aconteceu a maior tragédia de Pedrógão Grande é da exclusiva competência da autarquia local. Ora ainda ontem estava a seguir um serviço noticioso onde o Presidente da dita autarquia dizia que o sucedido se deveu aos caprichos da natureza. Pois, é também um capricho da natureza o mato crescer sem rei nem roque pelas bordas da dita estrada, rodeando a sinalização e tudo o mais. Um “capricho da natureza” que está presente em todas as estradas municipais, estradas complementares, ruas e outras tais do nosso Portugal. Sinal de que cá pelo nosso pequeno burgo a natureza é algo caprichosa.

 

Obviamente que não estou aqui a procurar desresponsabilizar o particular que tem o sue terreno e não limpa as matas tal como manda a Lei. A estes também cabe uma grande fatia da (ir)responsabilidade pelo sucedido em Pedrógão Grande e outros tais, mas quem é que tem o dever de fiscalizar tal e não o faz porque é um tudo ou nada dispendioso? Pois, lá voltamos nós ao tal de “capricho da natureza”. È aquilo que o Povo chama de “pescadinha de rabo na boca” dado que quem tem o dever de fiscalizar não fiscaliza nem invoca o interesse público para fazer aquilo que quem tem de fazer não o faz.

 

E claro que aos “caprichos da natureza” se deve juntar uma famosa Lei aprovada há não muito tempo pela maioria PSD/CDS que transformou o litoral português (e não só) num tremendo barril de pólvora. Refiro-me, ora pois, à famosa Lei do Eucalipto que abriu caminho á plantação industrial de uma ´+arvore que é o combustível perfeito para gerar i9ncêndiso de grandes proporções. E tudo isto porque a ortodoxia econômica de Pedro Passos Coelho, Assunção Cristas e da Europa do pensamento único entende que á frente de qualquer população está o grande capital. Como se porventura o crescimento desbravado da indústria corticeira tivesse ajudado a retirar Portugal do procedimento por défice excessivo durante o Governo de Pedro Passos Coelho & cambada de incompetentes S.A.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (19/06/2017)

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publicado às 12:17


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