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Certa vez li por aí algures uma história que era mais ou menos assim...
Um dia um ancião viu a Morte a caminhar para a sua Aldeia. Estupefacto perante a ousadia do caminhante, este, sem receio e num tom autoritário, questiona a Morte sobre o que ia esta fazer à sua pacata e sossegada Aldeia.
A Morte, num tom calmo e respeitoso, respondeu o seguinte: "Venho para levar 1.000 dos teus."
Perante tal resposta, o ancião nada disse e a Morte seguiu o seu caminho.
Algum tempo depois na mesma estrada onde se deu tão curioso encontro, o ancião repara que a vir embora com a Morte vinham 4.000 dos seus...
O velho de idade avançada que mal se segurava na sua bengala, lança um olhar fulminante à Morte e num tom de zanga e de profundo desagrado diz: "Então não me tinhas dito que ias levar mil dos meus? Levas contigo 4.000 dos meus!"
Ao que a Morte, novamente num tom calmo e respeitoso, respondeu: "1.000 são meus. Os outros 3.000 morreram de medo."
Não sei se "contei" bem a história, mas acho que fiz o que podia para dar a perceber que da maneira como uma certa facção da nossa Sociedade está a querer forçar a gestão da crise pandémica (não falo aqui dos que não cumprem as regras da DGS e afins porque com esta gente eu não perco tempo), o mais provável é morrermos todos da cura e não da Covid.
p.s. Sarin, não me esqueci dos comentários e preocupação. Efectivamente durante a vaga de calor até que estive bem. O problema veio depois quando um tal de vento resolveu aparecer em força... Vento + terreno seco = problemas alergicos a dobrar. Agora já estou bem. Obrigado por tudo!
Fidel Castro faleceu no passado sábado. Mas antes de partir El Comandante deixou a sua marca. Uma marca indelével que marcou profundamente a nossa história. Foi muito graças à Cuba de Fidel que assistimos à tardia transferência de um Mundo antigo para o nosso Mundo moderno onde as liberdades e identidade dos Povos falaram mais alto do que a opressão dos velhos, caducos, desfasados e rancorosos Impérios Ocidentais.
É realmente isto que incomoda muito boa gente. A Cuba de Fidel embaraça muito dos ditos “pró democracia” porque este minúsculo país das Caraíbas foi capaz de impulsionar movimentos independentistas em Africa, América Central e do Sul. Argélia e Angola são dois exemplos do que a Cuba de Fidel fez de bom pelo Mundo.
Fidel conseguiu resistir – de uma forma brilhante – à opressão dos Estados Unidos da América que viram naquele pequeno arquipélago o local ideal para as suas máfias instalarem os seus “negócios”. Sobreviveu à queda da União Soviética e ao jogo nuclear que foi encabeçado por Nikita Khrushchov e John F. Kennedy (ambos dispensam apresentações).
E, mais importante do que tudo, Fidel Castro conseguiu criar uma Cuba onde o Estado Social funciona graças a um serviço nacional de saúde que é dos melhores – senão o melhor do Mundo - e a um ensino que chega a todos e é para todos. A pobreza em Havana é uma miragem e favelas nem vê-las. E tudo isto sob a sombra de um criminoso embargo comercial que os Norte-americanos insistem em manter.
Claro que nem tudo foi bom nesta Cuba de Fidel. Fidel eternizou-se no poder e deixou-se corromper por este em muitos dos momentos complicados da sua longa vivência política. É público o desprezo que Fidel sentiu aquando da saída de Che Guevara da máquina revolucionária que El Comandante liderou durante muitos anos. Assim como é também pública a forma como o Homem do Charuto e das longas barbas não lidou com a oposição interna. A forma como Fidel tentou gerir a frágil economia do seu país também não foi a melhor apesar de Cuba ser, quando comparada com os seus vizinhos da América Central e do Sul, o país que em melhor estado se encontra em termos de qualidade de vida.
A Cuba de hoje é, sem sombra de qualquer dúvida, mais um exemplo de que nem sempre o modelo de governação ocidental é o ideal. É verdade que por lá existem muitos atentados à liberdade e que se trata - sem sombra de qualquer dúvida - de uma Ditadura, mas tenho muitas dúvidas de que se a Cuba de Fidel tivesse optado por uma governação à ocidental viesse a ter sucesso e marcado de uma forma tão positiva o nosso Mundo. Basta olhar para Miami e ver a forma como os radicais reagiram à morte de Fidel Castro.
Hasta siempre Comandante. Gracias por nos ter deixado a sua Cuba. Para despedida relembro algumas das frases de Fidel que ficaram para todo o sempre gravadas na História da Humanidade.
A Hstória absolver-me-á
- Aos 26 anos, defendeu-se a si próprio no julgamento, depois de passar 76 dias preso na sequência do ataque ao quartel Moncada de Santiago de Cuba, a 26 de julho de 1953
Se saímos, chegamos; se chegamos, entramos; se entramos, triunfamos
- Em 1956, no México, antes de zarpar no Granma, com 80 pessoas a bordo
Quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme
- Na Praça da Revolução, a 15 de outubro de 1976, de luto pelas 73 vítimas do atentado contra um avião cubano em Barbados
Os que não têm coragem, os que não se querem adaptar ao esforço, ao heroísmo da Revolução, que se vão embora, não os queremos, não precisamos deles.
- A 1 de Maio de 1980, durante o êxodo de Mariel
Jamais me aposentarei da política, da revolução ou das ideias que tenho. O poder é uma escravidão e eu sou seu escravo
- Em setembro de 1991
Os homens passam, os povos ficam; os homens passam, as ideias ficam.
- A 20 de julho de 1996
Artigo publicado no site Repórter Sombra (28/11/2016)
Se há coisa que cada vez mais me convenço é que nós, Ocidentais, cada vez mais somos egocêntricos e não aprendemos absolutamente nada com os nossos erros crassos.
Já muitos litros de sangue inocente se derramou e continuará a derramar porque não sabemos de vez ter a humildade de perceber que erramos. Na nossa clara sapiência autoritária criamos bestas desumanas que se viram contra nós como sucedeu ontem em Paris.
Sim, os Terroristas que balearam os cartoonistas Franceses e todos os que se encontravam na Redação da revista Charlie Hebd foram treinados, criados e arquitectados por nós Ocidentais.
Guerra no Afeganistão contra um inimigo invisível, Invasão injustificada do Iraque tendo como pano de fundo o assalto descarado aos poços de petróleo, bombardeamento criminoso e unilateral da Líbia e o conflito armado da Síria onde os grupos radicais são patrocinados pelo Ocidente numa Guerra que parece não ter fim à vista são somente alguns dos exemplos recentes de viveiros de Terroristas com patrocínio Ocidental.
A arrogância do Ocidente continua no seu auge e a prova dos nove está à vista de todos pois ao ataque cobarde de Paris respondemos com radicalismo, gozo e provocação.
Não se faz uma imprescindível pausa para se perceber como é que um grupo de indivíduos de metralhadora em punho, e sabe-se lá que mais, conseguiu passear-se tranquilamente pelas ruas de uma Capital Europeia, entrar num edifício, matar tudo o que por lá se mexia e sair impunemente.
Só a arrogância pode explicar tal actuação da parte das Autoridades de um País como a França… Autoridades que deveriam estar mais do que preparadas para evitar este tipo de chacina, diga-se de passagem!
Repito, o Ocidente no alto da sua eterna sabedoria e sapiência não faz reflexão alguma. Prefere antes mostrar o seu músculo a quem quer precisamente isto: o extremar de posições e de pensamentos. E enquanto tudo for assim muitos inocentes morrerão porque nunca aprendemos absolutamente nada de nada!