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Parece sina, mas todos os anos a história se repete com os resultados do costume, as lamentações habituais e as boas intenções das quais está o inferno cheio. Hoje foi Pedrógão Grande, no passado foi quase toda a ilha da Madeira, no ano anterior foi uma qualquer outra terriola portuguesa e por aí adiante. Quem está no terreno e sofre com os incêndios brutais que parecem ter vindo para ficar é que sabe é que sabe o que isto é na verdade. Tudo o resto chora no momento, mas rapidamente se esquece do sucedido porque a moda do “je suis” isto e aquilo é uma moda que também veio para ficar.
Quem quiser que esteja á vontade para me corrigir, mas a manutenção da estrada onde aconteceu a maior tragédia de Pedrógão Grande é da exclusiva competência da autarquia local. Ora ainda ontem estava a seguir um serviço noticioso onde o Presidente da dita autarquia dizia que o sucedido se deveu aos caprichos da natureza. Pois, é também um capricho da natureza o mato crescer sem rei nem roque pelas bordas da dita estrada, rodeando a sinalização e tudo o mais. Um “capricho da natureza” que está presente em todas as estradas municipais, estradas complementares, ruas e outras tais do nosso Portugal. Sinal de que cá pelo nosso pequeno burgo a natureza é algo caprichosa.
Obviamente que não estou aqui a procurar desresponsabilizar o particular que tem o sue terreno e não limpa as matas tal como manda a Lei. A estes também cabe uma grande fatia da (ir)responsabilidade pelo sucedido em Pedrógão Grande e outros tais, mas quem é que tem o dever de fiscalizar tal e não o faz porque é um tudo ou nada dispendioso? Pois, lá voltamos nós ao tal de “capricho da natureza”. È aquilo que o Povo chama de “pescadinha de rabo na boca” dado que quem tem o dever de fiscalizar não fiscaliza nem invoca o interesse público para fazer aquilo que quem tem de fazer não o faz.
E claro que aos “caprichos da natureza” se deve juntar uma famosa Lei aprovada há não muito tempo pela maioria PSD/CDS que transformou o litoral português (e não só) num tremendo barril de pólvora. Refiro-me, ora pois, à famosa Lei do Eucalipto que abriu caminho á plantação industrial de uma ´+arvore que é o combustível perfeito para gerar i9ncêndiso de grandes proporções. E tudo isto porque a ortodoxia econômica de Pedro Passos Coelho, Assunção Cristas e da Europa do pensamento único entende que á frente de qualquer população está o grande capital. Como se porventura o crescimento desbravado da indústria corticeira tivesse ajudado a retirar Portugal do procedimento por défice excessivo durante o Governo de Pedro Passos Coelho & cambada de incompetentes S.A.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (19/06/2017)
Se bem me recordo em Julho deste ano a RTP noticiou com pompa e circunstância que ao Exercito Português foi-lhe dada a importante missão de patrulha das matas nacionais para se prevenirem os incêndios.
Nesta peça podemos ver os Militares em acção. Todos janotas, de arma ao ombro, lanterna numa mão e rádio na outra lá iam eles em grupos de três a patrulhar um matagal qualquer chamando a atenção aos casais que levavam a cabo uma qualquer fantasia no meio da floresta ou a um ou outro campista mais destemido que preferia a mata ao parque de campismo.
Tudo muito bonito. Este ano é que era. Incêndios nem vê-los até porque as nossas competentes Forças Armadas, tão requisitadas e felicitadas Internacionalmente, iam tomar conta da floresta e ajudar a Polícia na captura dos criminosos incendiários.
Qual foi o resultado de tudo isso? Portugal teve a pior época de incêndios desde o 25 de Abril e se não me engano até se bateu o recorde de bombeiros mortos no combate ás chamas. E isto para não falar na morte de uma civil na Madeira devido a um acidente de viação que envolveu uma viatura Militar.
Perante isto retiro a seguinte conclusão: ou os incendiários Lusos são de uma destreza tal que ninguém os para seja de que forma for ou então estamos todos tramados em caso de ataque militar da parte de alguma Nação inimiga.