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Começo o artigo de hoje com uma breve nota sobre a recente polémica que se gerou na cidade Invicta por causa da recente ruptura entre Rui Moreira e o Partido Socialista. Faço tal para dizer tão simplesmente que o actual Presidente da autarquia portuense fez bem ao ter colocado um ponto final a uma relação que o tornava ainda menos independente do que aquilo que este pensa ser.
Contudo se a razão de tal foi a tal frase de Ana Catarina Mendes que tanta tinta tem feito correr na nossa Comunicação Social, então a razão é manifestamente ridícula. E é ridícula pois há 4 anos atrás Paulo Portas, na altura ainda líder do CDS que apoiou a candidatura de Rui Moreira à liderança da Câmara Municipal do Porto, disse exactamente o mesmo após a vitória de Moreira sem da parte deste ter havido reacção alguma.
Mas não é este o ponto que gostaria de fazer ressalvar nesta já longa nota.
Tal como disse anteriormente, a rejeição do apoio Socialista faz de Rui Moreira um candidato um pouco mais independente. Mas este está ainda longe de ser o independente que este e os seus apoiantes pensam ser. Rui Moreira e o seu movimento só poderão ser considerados independentes quando estiverem completamente livres de qualquer pressão. Mesmo das “levezinhas” que parecem agradar ao núcleo duro de Moreira e apoiantes.
Fica então aqui o repto para que Rui Moreira, o seu movimento e apoiantes façam com o ainda actual apoio do CDS às próximas autárquicas o mesmo que fizeram com o apoio do PS. Isto porque se não o fizerem arriscam-se a que Assunção Cristas venha para a Praça Pública dizer o mesmo que disse Ana Catarina Mendes caso Rui Moreira seja reeleito Presidente ad Câmara Municipal do Porto.
Para mais é algo de complexo perceber como pode alguém que tanto critica – com e sem razão – os partidos políticos receber os seus apoios para um determinado acto eleitoral. Um verdadeiro case study como dizem os Norte-americanos.
E para evitar a patetice habitual sempre que opino sobre esta temática, queria somente dizer que um movimento de cidadãos que acolha pessoas que tenham uma qualquer filiação partidária é um movimento independente no verdadeiro sentido do termo.
Já um movimento de cidadãos que aceite apoios directa e/ou indirectamente, “leves” e/ou “pesados” da parte de partidos políticos não é um movimento independente.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (08/05/2017)
Depois da vitória de Rui Moreira seria perfeitamente natural que fosse Luís Filipe Menezes e os seus apoiantes a reagirem mal a tal coisa dado que a pujança foi tanta que acabaram em terceiro lugar na corrida à Câmara Municipal do Porto. Só que não foi bem assim. Por mais estranho que pareça quem se sente mais arreliado com a vitória de Rui Moreira é o PS Porto. Isto apesar de Pizarro ter ficado bem á frente do super favorito Menezes.
Elementos muito próximos da máquina partidária Socialista da Invicta têm escrito e dito cobras e lagartos sobre o novo Presidente da Câmara do Porto. E quando se toca no evidente cartão vermelho que os Portuenses mostraram aos Partidos Políticos então aí é que a zanga se transforma em fúria.
Entende-se esta "azia" da parte do PS Porto dado que pela terceira vez consecutiva não conseguem vencer as autárquicas. Não o conseguem porque fazem como os três macacos: não ouvem, não vêm nem olham para as evidências mesmo quando estas lhes são colocadas bem à frente do nariz. A estratégia do Partido Socialista no Porto já há anos que vêm sendo errada. Os Portuenses não se deixam comprar por aventais, lápis de cor ou caixas de medicamentos que tem o símbolo Socialista. Os Portuenses querem na presidência da sua Câmara alguém que diga alguma coisa á cidade e que sobretudo seja da cidade para a cidade.
Por muito “boa maquinaria partidária” que Pizarro tenha ao seu dispor este não foi nem nunca será um símbolo da cidade do Porto como é Rui Moreira. Para mais o Médico Socialista estava a meio do mandato de Deputado da Assembleia da República e o passado já mostrou por mais que uma ocasião que o Povo do Porto não lida bem com estas coisas de deixar projectos a meio. Que o digam Fernando Gomes e Elisa Ferreira.
Quando confrontei estes mesmos elementos muito próximos do PS Porto eis que estes me colocaram de imediato em cima da mesa o programa de Pizarro e depois deram-me um sermão sobre uma suposta falsa independência de Rui Moreira.
Eu bem sei que o Partido Socialista alcançou uma vitória muito grande e moralizadora sobre o PSD de Passos Coelho/Governo, mas será que existe assim tanta necessidade de o PS Porto ter rosas no lugar dos olhos?