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imagem retirada de zerozero
Sobre o bronze português conquistado na Taça das Confederações apenas me apraz dizer que era escusado ter-se passado por tanto sofrimento.
Esta selecção do México costuma “perder gás” com o avançar da competição. Tal sucedeu nas duas edições anteriores da Copa América e nesta edição da Taça das Confederações, pelo que se exigia da parte da nossa equipa um outro tipo de comportamento. Hoje era jogo para Portugal dominar e vencer sem o menor dos problemas. Mas não. Portugal tinha de fazer o triste espectáculo do costume e sofrer até ao fim pela vitória final que lhe deu direito ao terceiro lugar do pódio desta prova.
Tal era escusado dado que o México não fez um jogo por aí além. Bastava que os comandados de Fernando Santos tivessem feito o sue trabalho de casa e teriam vencido o jogo com maior ou menor dificuldade. A prova de tal foi a forma como entraram na partida e a dominaram até ao estapafúrdio golo mexicano. Golo mexicano que, diga-se desde já, é fruto de um péssimo desempenho de Nélson Semedo. Alias, tanto Semedo como Eliseu estiveram muito abaixo do exigido para um defesa lateral da selecção nacional. E não, a expulsão justíssima de Semedo em nada tem a ver com a sua péssima exibição. É antes o resultado da impunidade caseira a que os atletas do Sport Lisboa e Benfica estão – mal - habituados.
Mas pronto, tudo acabou em bem e Portugal trouxe o bronze da Rússia. Espero é que no próximo ano a nossa selecção tenha os seus jogadores em melhor forma e que o seleccionador faça o devido trabalho de casa. Isto partindo, obviamente, do princípio de que Portugal consegue o apuramento para o Mundial da Rússia.
MVP (Most Valuable Player): Rui Patrício. O guardião luso esteve impecável na partida de hoje. Com um punhado de defesas impossíveis, Patrício foi o principal responsável pela conquista da medalha de bronze.
Chave do Jogo: Inexistente. Em momento alguma algumas das equipas foi capaz de criar um lance que colocasse um ponto final na partida a seu favor.
Arbitragem: Fahad Al Mirdasi realizou aquilo que se pode apelidar de arbitragem exemplar. Muito bem na decisão das expulsões e excelente na marcação das duas grandes penalidades a favor de Portugal. Para além disto o árbitro saudita soube utilizar na perfeição o ainda muito duvidoso sistema do vídeo-árbitro.
Positivo: Inexistente.
Negativo: André Silva. Hoje foi um dia não para o avançado português. Não pela grande penalidade falhada (Ochoa é um especialista nestes lances), mas sim pelo que não fez em campo.
imagem retirada de zerozero
Parece gozo mas não é. Portugal tem mesmo o sádico prazer de andar sempre com a calculadora na mão no que a estas coisas do futebol diz respeito. A nossa Selecção sabia (ou pelo menos deveria saber) que a selecção do México é muito forte no ataque e algo mediano na defesa, mas mesmo assim a nossa equipa entrou em campo algo apática e em muitos momentos da primeira parte pareceu estar perdida em campo e, inclusive, deu-se mal com a pressão que os mexicanos iam fazendo no meio campo.
Obviamente que o facto de os habituais “pastéis de nata” de nome William Carvalho e André Gomes contribuíram, e muito, para o estado de coisas na primeira parte mas não foram os únicos a “ficar mal na fotografia”. A dupla de centrais lusa que no último Europeu deu muito boa conta de si não esteve lá muito bem na partida de hoje. Os dois golos sofridos são disto um bom exemplo. Tivessem Pepe e Fonte feito o seu trabalho como deve ser e pelo menos o último golo dos mexicanos não teria entrado… Tanto Fonte como Pepe tinham a obrigação de saber que o México é muito forte nos lances pelo ar.
Fernando Santos também não esteve nos seus dias. Por perceber fica a razão pela qual André Silva foi relegado para o banco em detrimento de Nani. Ainda se Nani tivesse tudo uma boa época no Valência… E que ideia foi aquela de retirar Quaresma do campo quando este poderia ter sido deveras importante na fixação dos rapidíssimos defesas laterais mexicanos? A única alteração em que Fernando Santos me pareceu ter estado bem foi na entrada de Adrien para o lugar de um fatigado João Moutinho. Em tudo o resto foi de uma nulidade sem sentido.
É verdade que Portugal melhorou muito na segunda parte (William começou - finalmente – a vir buscar bola à defesa e a apoiar os seus colegas da linha defensiva) e que impôs, com alguma dificuldade, o seu futebol perante um México sempre muito combativo e com um Guarda-redes inspirado, mas tivesse o onze luso feito o seu trabalho e não estaríamos agora a dizer que é fundamental vencer a Rússia para não se chegar à última jornada com o raio da calculadora numa mão e com o Terço na outra.
MVP (Most Valuable Player): Cristiano Ronaldo. Jogou e fez jogar. Marcou presença nos dois golos de Portugal e foi de todos os jogadores lusos aquele que pareceu sempre muito mais interessado em “dar o litro” pela nossa Selecção. Merecia uma vitória por tudo o que fez em campo mas, infelizmente, tal não foi possível. Que regresse – mais uma vez - em grande diante da Rússia!
Chave do Jogo: Inexistente. Em momento alguma algumas das equipas foi capaz de criar um lance que colocasse um ponto final na partida a seu favor.
Arbitragem: Para quem diz que o vídeo árbitro é a oitava maravilha do Mundo ficou hoje demonstrado (mais uma vez) que tal não passa de uma tremenda treta facciosa! É incrível que os golos portugueses tenham suscitado sempre dúvidas ao árbitro. Já os golos dos mexicanos eram invariavelmente “claros como água”. Por explicar está a anulação do primeiro golo português… Obra do fabuloso vídeo árbitro! Tirando isto posso dizer que Néstor Pitana levou a cabo uma arbitragem razoável se bem que aqui e acolá tolerou o jogo violento dos mexicanos.
Positivo: Ricardo Quaresma O melhor em campo depois de Cristiano Ronaldo. Jogou, lutou e marcou um golo. Poderia ter marcado outro ainda na primeira parte mas a sorte não quis nada com ele. A manter Quaresma!
Negativo: André Gomes e William Carvalho (mais uma vez). A dupla “pastel de nata” do meio campo de Portugal. André Gomes mostrou – mais uma vez – porque é tão mal amado em Barcelona e William justificou a razão pela qual o Sporting CP teve a época que teve.
O Bloco de Esquerda anunciou recentemente que pretende desentroikar toda a legislação laboral em Portugal, contudo tal (a meu ver) nem deveria ser necessário pois ainda está para vir demonstração prática de que as medidas da dita troika tenham dado resultados positivos no que ao mercado de trabalho em Portugal - e não só – diz respeito.
Efectivamente tal é assim e somente uma razão fanaticamente ideológica da parte do anterior governo liderado por Pedro Passos Coelho pode explicar a razão pela qual agora o executivo liderado por António Costa tenha a árdua tarefa (para não dizer obrigação) de desentroikar toda a legislação laboral em Portugal.
Pode até ser verdade que o Partido Socialista não tenha – ainda – demonstrado abertura no que a este urgente - e mais do que necessário - processo diz respeito, mas a seu tempo António Costa não terá outra alternativa até porque, repetindo o que eu já aqui escrevi, Portugal não é o México.
Sim. Portugal está longe, mesmo muito longe, de ser um país como o México onde os trabalhadores (e população em geral) não têm direitos. Só deveres. E o resultado desta forma troikana de estar salta à vista de qualquer um pois o México é uma triste miséria em termos de qualidade de vida. E não é por falta de horas de trabalho dado que falamos de um país que é o que menos dias de pausa laboral (feriados) têm… Ora se esta fórmula de se trabalhar até à exaustão, redução de feriados, baixos salários e condições de trabalho precárias não levaram o México a lado algum (levaram antes a um enorme fluxo migratório das suas populações para os Estados Unidos da América onde são submetidos a uma exploração brutal), porquê razão se entroikou a legislação laboral em Portugal?
Mas o mais engraçado nem é estar aqui a realçar o óbvio. É antes olhar para a realidade laboral de países como a Bélgica, Holanda, Inglaterra, França e a Alemanha e verificar que por lá não se aplica nem um terço das medidas que o governo de Pedro Passos Coelho levou a cabo (segundo ele) para agradar aos troikanos.
Será que isto de se trabalhar muito compensa? Muito gostava de saber o que tem António Costa, Assunção Cristas e Pedro Passos Coelho (especialmente este último) a dizer sobre este assunto.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (02/01/2017)
1 - Após ter seguido o “bate boca” entre Comissão Europeia e Governo Português por causa do rascunho do Orçamento de Estado de 2016 eis que retiro uma conclusão: lá para o Norte acham mesmo que somos o México.
Aos olhos dos Comissários Europeus - e dos Técnicos do FMI já agora – somos um Povo que pode e deve ser explorado de todas as formas e feitios. Não podemos ser iguais a eles. Nem pensar! Temos de ser inferiores porque somos naturalmente preguiçosos e altamente descuidados com as nossas Finanças Públicas. E de pouco, ou nada, lhes interessa que Portugal tenha abdicado ao longo de várias décadas da sua capacidade produtiva em nome de uma Europa da qual os do Norte se dizem Donos e Senhores.
E como senão bastassem os rótulos do estrangeiro eis que temos cá pelo nosso pequeno rectângulo à beira mar plantado quem acene com a cabeça a tudo o que venha de fora. Seja mau, ou até mesmo péssimo, para Portugal o que venha de fora é inquestionavelmente bom. E de nada interessa o facto de o que importamos nos últimos quatro anos tenha transformado o nosso País numa espécie de exportador de mão-de-obra barata e altamente qualificada. Isto porque - tal como no México - é assim porque tem de ser e ponto.
2 – Obviamente que não estou aqui a querer alimentar a guerra entre Portugal e um órgão cujas competências não estão previstas em algum Tratado. Estou antes a tentar retratar, da forma mais fiel possível, o que se passa neste momento.
E o que se passa neste momento é que para muitos Europeus existem Países Europeus que estão condenados a ser pobres porque nasceram para o ser. Basicamente é esta a forma como Donald Trump e muitos Norte-americanos olham para o seu vizinho México.
E é precisamente esta forma de ver as coisas que temos de fazer força para que mude sob pena de todo um projecto cair por terá. Portugal não foi abdicando da sua soberania e da sua capacidade produtiva em nome de um projecto europeu que o condena agora à pobreza eterna porque tem de ser.
Se a Europa se uniu em nome da solidariedade e respeito mútuo entre os Povos, então que se siga esta trave mestra. Nenhum País é gerido através de uma folha de excel.
É de todo impossível que a União Europeia venha algum dia a ser um enorme Estado Federado se no seu interior existe quem pense que as pessoas são números descartáveis. Assim como nunca poderemos ter um País onde no Norte se trabalham pouco e se ganha bem e no Sul se trabalha muito e se ganha muito mal.
3 – Não estou com isto a dizer que não se deva exigir um certo rigor nas contas públicas. Muito pelo contrário! Contudo faça-se a dita exigência tendo em consideração a real capacidade de cada Estado-membro e não segundo as variadíssimas e incertas teoria economicistas.
4 – Como não somos o México, nem queremos algum dia vir a sê-lo, é perfeitamente natural que o actual Governo tente seguir um rumo diferente daquele que foi seguido por Passos Coelho e Paulo Portas nos últimos quatro anos.
Não aceitar tal facto é digno de uma qualquer consulta psicológica pois já diz o povo português que “contra factos” não há argumentos.
Para mais ainda estou para perceber por que razão a Europa muda s regras do jogo quando os Ingleses assim o desejam e impõe os seus obtusos e ultrapassados ditames aos outros. Sim, os Tratados -argumento dos defensores do empobrecimento eterno do nosso País para que nada se mude – estão desactualizados e necessitam de ser urgentemente revistos. A Europa continua presa na crise que nos entrou pela cada dentro em 2008 e não sabe como sair dela porque insiste nuns quantos Tratados que não dispõem de mecanismos que a ajudem a sair do imbróglio em que está metida.
5 – Quanto à questão do Orçamento de Estado do corrente ano cível tenho que dizer que acho uma piada imensa à malta da Direita.
Tanta desgraça, ventos e tempestades europeus se irão abater sobre o nosso Portugal e por aí adiante.
Tudo isto me dá vontade de rir. E sabem porquê? Porque o que tem sido utilizado pela Direita para desejar o pior é somente um rascunho do Orçamento…
O documento propriamente dito ainda vai ser apresentado na nossa Assembleia da República, debatido e alterado onde tiver de ser alterado.
Quando o dito Orçamento vir a luz do dia voltamos a conversar. Até lá façam-me rir.
Artigo publicado no Repórter Sombra
Ao contrário dos dramaturgos que grassam por aí e dos anti Paulo Bento que não perdem uma para atacar o Homem, acho que a nossa Selecção levou a cabo um jogo muito interessante ante o México.
È verdade que o Seleccionador levou fez alterações nada normais sendo a de Fábio Coentrão no miolo do meio campo a mais estranha delas, mas é preciso termos em consideração que este era um jogo de preparação e por norma nestes jogos fazem-se experiências que são pensadas nos treinos, E não foi devido a esta opção qu8e os Mexicanos criaram perigo.
O mal da equipa de Todos Nós é o do costume: finalização. Portugal cria oportunidades de golos, tem Jogadores criativos capazes de inventar um passe “fatal” onde menos se espera, mas depois aparece um tal de Hélder Postiga ou Hugo Almeida e lá vai tudo por água abaixo. Èder tentou e tenta acabar com esta malapata mas depois surgem os teóricos do costume a exigir a presença de Postiga porque este defende bem e é experiente e lá se vai o “matador” pelo qual todos suspiramos. Não devemos nem podemos suspirar por uma coisa e depois pressionar para que seja feita outra bem diferente. Pessoalmente o meu ponta de lança para enfrentar o Mundial seria Éder e mais nenhum.
De resto pouco mais se pode retirar de uma partida onde os Jogadores estavam numa clara poupança para evitarem lesões graves. O Mundial está aí á porta e convêm não abusar da sorte. A meu ver tal é compreensível.
Ainda bem que se venceu. Venha a Irlanda!
p.s.: Tanto choradilho quando Portugal está empatado num jogo particular. Logo surgem os mestres da desgraça a suspirar por Ronaldo. Cristiano pode ser o Melhor Jogador do Mundo e ser uma pedra basilar de qualquer equipa onde jogue, mas pelo amor de Deus o Homem não é um Super Herói que pega na bola desde a nossa baliza e só para com esta dentro da baliza adversária. Tenham mas é tino e deixem o rapaz recuperar como deve ser porque Atletas de qualidade é coisa que não falta na Selecção Nacional.