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Tal como qualquer outro Português assisti ao debate Passos/Costa. Não o segui via TV porque tinha outras coisas para ir fazendo e porque na Rádio os Jornalistas dão-nos conta de situações que as Televisões não conseguem, ou não podem, mostrar. E segui este debate não porque seja associado (perdão) militante do Partido Socialista (PS) ou de qualquer um dos Partidos da Coligação Partido Social Democrata (PSD)/Partido Popular (CDS – PP). Aliás já aqui o disse e repito: não tenho filiação partidária alguma. Como tal segui o dito debate na perspectiva de um eleitor indeciso
E no final do debate com que impressão fiquei? A de que estamos tramados. Se eu estava indeciso antes do dito ocorrer, então agora fiquei ainda mais porque nas duas horas em que o dito debate se desenrolou nenhum dos candidatos à governação do nosso País mostrou uma única ideia daquilo que pretende fazer caso venha a ser Primeiro-ministro. E os Jornalistas bem que tentarem que assim fosse, mas tanto Passos Coelho como António Costa mostraram estar mais interessados no ataque mútuo do que na dissecação das suas ideais de governação.
Foi para mim constrangedor ver tal coisa. Assim como também acho de uma “parolice extrema” termos analistas políticos das Televisões Rádios e Jornais virem para a Praça Pública dizer que Costa ganhou o debate. Como se os debates fossem uma espécie de combate de boxe onde os lutadores seguem as instruções do seu treinador…
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Quem tem por hábito ler o que aqui vou escrevendo sabe muito bem que sou um crítico feroz do actual estado em que se encontra o Jornalismo Português. Percebo, e até aceito, que o lucro dos nossos Meios de Comunicação Social (CS) sejam algo reduzidos e que tal não lhes permita levar a cabo um trabalho, no mínimo, satisfatório. A nossa CS tem muitas vezes de recorrer às meias verdades e ao dito por não dito para poder facturar mais uns trocos, contudo sou da opinião de que um pequeno esforço da parte de quem nos traz as notícias do que nos rodeia não ficaria mal mesmo não havendo grande margem para tal.
Vêm isto tudo a respeito desta notícia do Diário de Notícias (DN) sobre o novo Regulamento da Caixa de Providência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) da qual destaco o seu título:
Advogados vão descontar quase um quarto do salário mas só daqui a 5 anos
Naturalmente que um título apelativo “obriga” a quê se compre o Jornal para se ler o conteúdo da notícia. Contudo não me parece que se deva fazer título de uma não realidade somente porque se quer vender mais uns quantos papéis ou forçar umas quantas visitas ao Site do Jornal.
O Advogado/Solicitador/Agente de Execução é um Profissional Liberal por excelência. Isto porque existe uma coisinha chamada Deontologia que não permite que estes agentes da Justiça sejam Trabalhadores por conta de outrem dado que tem de respeitar o Principio da Independência custe o que custar. Quando muito poderá existir um eventual Contrato de Avença que determina a que ao Advogados/Solicitador/Agente de Execução seja paga uma retribuição em troca de um serviço que este tenha prestado.
Resumido e trocando por miúdos para que todos percebam; os Advogados/Solicitadores/Agentes de execução não recebem um Salário. Pelo que será de todo impossível que estes descontem quase um quarto dos seus salários tal como titula o DN.
Se a Sra. Filipa Ambrósio de Sousa, Jornalista do já aqui referido Diário, tivesse feito o seu trabalho como deve ser teria percebido que os descontos para o CPAS são fixados em percentagem do salário mínimo (e não do "salário" do Advogado/Solicitador/Agente de execução). Presentemente o escalão mínimo corresponde a 17% do salário mínimo. A ideia é progressivamente passar essa percentagem a 25%.
È este o tipo de Jornalismo que temos. Um Jornalismo que em nome do lucro rapidamente ridiculariza e escamoteia um assunto que até que é importante e que merece ser cabalmente discutido na Praça Pública porque a este ritmo não vai haver Advogado/Solicitador/Agente de Execução que aguente trabalhar no nosso País… Isto a não ser que daqui a cinco anos as coisas estejam de tal maneira bem que vai ser possível ter Clientela á porta dos escritórios disposta a pagar o que for preciso para a cabal resolução dos seus Processos (cenário que me parece altamente improvável diga-se desde já).
Ao contrário do habitual eis que não vou opinar sobre o jogo que o Futebol Clube do Porto vai levar a cabo daqui a nada (farei tal coisa amanhã). O tema do momento é a prisão de José Sócrates e penso que se impõe reflectir não sobre a sua prisão, mas sim sob a forma como certos elementos da Imprensa Nacional estão a aproveitar a situação para darem asas ao seu ar de impunidade numa de eu quero, eu posso e faço. Estranhamente é uma crítica que estes mesmos Srs. e Sras. fazem a Sócrates, mas adiante.
José Sócrates encontra-se em prisão preventiva. A decisão foi tomada por um Tribunal com poderes legítimos para tal e ao abrigo da Lei. Podemos discordar da decisão do Juiz, achar que a mesma não segue a letra da Lei mas sim o seu espírito, mas a Sentença foi tomada e executada. Ponto. Cabe agora à Justiça o que é da sua competência tendo sempre, mas sempre em cima da mesa, a presunção de inocência do Arguido até prova em contrário. Aqui nada mais há a dizer senão que temos de aguardar.
Agora o que não pode acontecer é acharmos que são naturais as fugas de informação de Processos que estão a ser investigados pelas Autoridades. Não é normal. È crime! E de nada serve a justificação de que um mal serve para combater outro mal. O Segredo de Justiça existe para que a Justiça funcione sem perturbações e com normalidade.
A violação sistemática deste dever de uma Sociedade Democrática como a nossa faz com que a Justiça, pilar fundamental de qualquer Sociedade desenvolvida, enfraqueça e seja muitas vezes ridicularizada. Exemplos de tal são muitos tendo sido o famoso Apito Dourado o maior deles todos. Ainda hoje, mesmo tendo sido demonstrada a inocência nas barras dos Tribunais, Pinto da Costa e Futebol Clube do Porto sentem dificuldade em retirar de si a sombra de suspeição que a Comunicação Social criou ao alimentar-se das violações sucessivas do Segredo de Justiça.
Aos Jornalistas cabe o dever de informar. Dever este que é sagrado de tal forma que sem ele nunca existiria uma Comunicação Social. Contudo nada, mas mesmo nada no mundo, dá direito a este dever de atropelar e passar impune por algo tão fundamental para a Justiça como é o Segredo de Justiça. Do outro lado da barricada até pode estar o maior bandido de todos os tempos, o maior assassino de sempre da história Lusa ou até mesmo o Rei da Corrupção, mas nada, imperativamente nada, permite que alguém saiba de antemão que no dia x, às tantas horas no local y se vai efectuar uma detenção ao abrigo de determinado processo.
Lamento estragar a alegria de certos elementos da nossa Comunicação Social, mas Portugal é ainda um Estado Democrático de Direitos onde todos são inocentes até prova em contrário, pelo que por muito que doa a muita gente não se deve seguir nesta onda do contra Sócrates, marchar, marchar. O estalinismo, felizmente, ainda só vigora em Países como a Guiné Equatorial e outros do mesmo género.
Um bem haja ao jornalista Daniel Oliveira por tão fabulosa imagem e comentário
As casas de banho em Sochi serão, talvez, o maior fenómeno viral destes Jogos Olímpicos. Não se sabe com que objectivo, mas as sanitas das instalações olímpicas foram instaladas aos pares. Algumas têm até cadeiras “para o júri”, como sugere um utilizador do Twitter chamado Russian Market. Outro grande êxito das redes sociais são os pictogramas das casas de banho sobre o que não se pode fazer. E uma das regras fundamentais das casas de banho olímpicas é: não pescar na sanita. O que só pode significar que há cardumes de peixes a viver nos canos de Sochi.
In: Púbico
Tenho para mim que os comentários dos Jornalistas que lemos nesta noticia são tendenciosos pois é sabido o que os Ingleses e Americanos pensam dos Russos, mas tenho de admitir que isto das casas de banho é no mínimo caricato...
p.s. Não me esqueci de que hoje é a follow friday. Recomendo então a visita e leitura do Blog Pais de Quatro do conhecido João Miguel Tavares e família..
Não obstante o radicalismo e teimosia do João em certas matérias, este Blog consegue ser um espaço descontraído e muito divertido para quem o lê. Também serve para que retiremos conclusões muito interessantes sobre temas da actualidade e não só. É sem sombra de dúvida um dos meus Blogs preferidos e aconselho vivamente a sua leitura e acompanhamento.