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Portugal carimbou hoje o passaporte para os oitavos-de-final do EURO 2016 mas não está livre de críticas. Muito pelo contrário! Esta partida diante da Hungria mostrou-nos que Portugal é uma Selecção completamente perdida em campo quando a pressão é mais do que muita.
A equipa das Quinas entrou em campo decidida a dominar o jogo. O problema é que não demonstrou – nunca – como o queria fazer com a eficácia que se exige a um assumido candidato à vitória final. Já a Hungria mostrou que tinha a lição bem estudada. Na primeira parte a nossa Selecção entrou no jogo lenta e previsível. Atacava sempre pelas alas cruzando bolas para a área húngara onde os defensores magiares “lhes chamavam um figo”. Para mais é raro (mesmo muito raro) ver um jogador português com a bola na sua posse por mais do que alguns segundos dado que parecia que a boal tinha “picos” (aí está a incapacidade lusa de lidar com a pressão). João Moutinho. De quem se esperava lucidez e serenidade nas transições defesa/ataque simplesmente hoje não entrou em campo e fez uma péssima exibição depois de ter estado em bom plano diante da Áustria. Não era para admira5r que a Hungria tivesse entrado a ganhar no jogo…
O que se viu a seguir foi um autêntico “atira a bola ao muro” húngaro a ver no que aquilo ia dar. Felizmente deu no golo de Nani. Empate e serenidade. Pois sim! O nervosismo manteve-se e tal reflectiu-se no jogo da equipa de Todos Nós, jogo este que era cada vez mais à base do repelão e da jogada individual. Não me lembro de ver tanto passe para trás e para os lados da parte de uma equipa que dizia querer ganhar o jogo e conquistar o primeiro lugar do grupo.
Repito o que já venho aqui dizendo: se João Moutinho não está no seu melhor momento porque não apostar em Adríen Silva? Fernando Santos percebeu isto ao intervalo mas resolveu colocar o “Sr. 30 e não sei quantos milhões”… Resultado? Uma falta estúpida provocada pelo dito perto da grande área portuguesa, barreira mal colocada e Rui Patrício mal posicionado (o habitual diga-se de passagem): golo dos húngaros! Desde quando é que o Renato é um construtor de jogo? E já agora, desde quando é que Renato Sanches tem “estaleca” suficiente para entrar em campo e serenar a equipa para se “virar” um jogo que estava complicado? É que no Europeu não existe por lá um União da Madeira e outros do mesmo calibre.
Felizmente para todos nós Cristiano sentiu (mais do que todos os outros) este golo disparatado e resolveu “abrir o livro”. O Seleccionador – talvez orientado por uma qualquer luz divina - achou por bem fazer entrar Ricardo Quaresma para o lugar de André Gomes e colocar João Mário na posição onde ele rende a 100% (atrás dos avançados). Portugal continuou a jogar na base do repelão mas lá conseguiu “meter medo” aos húngaros e até poderia ter vencido a partida caso Fernando Santos tivesse tido mais uma ajuda da tal luz divina e tivesse feito entrar Danilo Pereira a tempo e horas de ajudar uma defesa lusitana que sempre que tinha de defender recuava quase até à baliza de Patrício. Como é óbvio a equipa do leste europeu colocou-se novamente em vantagem através de um golo ridículo, mas Cristiano Ronaldo lá voltou a fazer das suas com a ajuda de Quaresma & Companhia.
Em suma; Portugal empatou a três bolas e apurou-se para a fase seguinte. A Islândia derrotou a Áustria e desta forma evitamos os “Tubarões” que vão agora eliminar-se uns aos outros. Portugal tem o caminho quase aberto até à Final. Agora a pergunta é esta: É a jogar assim que vamos eliminar a Croácia e quem vier a seguir?
Chave do Jogo: Minuto 81, altura em que Danilo Pereira entra em campo para fazer “parelha” com William Carvalho no meio campo luso. A partir deste momento Portugal conseguiu gerir melhor o jogo se bem que ainda teve um tremendo “susto” quase na recta final do encontro.
Positivo: Cristiano Ronaldo. Apareceu finalmente quando tudo estava a correr mal a Portugal. A ele se deve o milagroso apuramento de Portugal para a fase seguinte do EURO 2016.
Negativo: Fernando Santos. Preparação débil (muito débil) de um jogo onde dizia conhecer bem o adversário e muita lentidão nas substituições.
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Efectivamente é sempre o mesmo problema. Sempre que Portugal participa nas fases finais das competições de selecções A sai sempre asneira na jornada inaugural. E desta vez os avisos foram mais do que muitos e, inclusive, o próprio grupo de trabalho comandado por Fernando Santos passou a ideia de que estava tudo preparado para que não se relaxasse diante de uma equipa que eliminou a Holanda na fase de qualificação para o EURO 2016. Pelos vistos engaram muito bem toda a gente.
Ponto assente. Quem quer ser campeão europeu de selecções não pode – nem deve – cometer o tremendo disparate defensivo que Portugal levou a cabo no golo Islandês. Concentração em todos os lances e um posicionamento defensivo decente exige-se a uma equipa como a nossa. A Islândia não mereceu, de forma alguma, o empate a uma bola mas não ia com toda a certeza rejeitar uma oferta daquelas. Os gajos são altos e toscos mas não são estúpidos (falando curto e grosso).
Para mais já aqui venho falando num pormenor que me parece que – finalmente – não passou desapercebido a Fernando Santos nem a quem comentou o jogo. Isto de ter um jogador no meio campo que pautar todo o jogo ofensivo português é um risco. E maior é o risco quando este jogador é João Moutinho. Não que Moutinho não tenha qualidade para desempenhar com eficácia este papel. O problema é que Moutinho está muito em baixo de forma e isto foi notório muito em especial quando Portugal precisou de dar a volta a um empate, no mínimo, ridículo. Será que Adrien Silva está assim tão mal que não possa fazer parte do onze inicial de Portugal?
E muito mais há para dizer mas prefiro ficar-me por aqui. Contudo não deixo de achar uma certa piada ao adepto português… Vai sempre “do oito ao oitenta” num instante. Hoje em dia já não existem equipas fáceis. Para mais se esta Islândia está na fase final do Europeu é porque demonstrou durante a fase de qualificação que tinha qualidade para isto. È verdade – repito - que não mereceram o empate mas daí a se vir para a Praça Pública com discursos do ainda temos um dos melhores terceiros para nos safar, Quaresma não presta e Cristiano idem vaie nada vai uma tremenda distância. Desça-se á Terra.
Um aparte; a Hungria preocupou-me bastante. É verdade que os húngaros tiveram a sorte do jogo em certos momentos mas são uma Selecção que joga simples e que está a ganhar confiança. Portugal que deixe tudo para a última jornada e de certeza que vem de malas aviadas bem cedo. Outro aspecto dos húngaros que me preocupou foi a grande quantidade de “camisas negras” na bancada onde estavam os adeptos da Hungria… O fascismo está de volta em força ao Velho Continente e não tem vergonha de se mostrar em público!
Chave do Jogo: Apareceu ao minuto 50´, altura em que Birkir Bjarnason marcou o golo do empate. A partir deste momento se percebeu que Portugal não ia conseguir fazer nada mais senão evitar que a sorte do jogo voltasse a sorrir aos islandeses.
Positivo: Ambiente do estádio. Numa altura em que o Europeu de França tem sido constantemente assolado por cenas de violência, portugueses e islandeses deram uma autêntica lição à Europa mostrando que acima de tudo o futebol é uma festa desportiva onde o fair play e respeito mútuo devem marcar sempre presença.
Negativo: Fernando Santos. Pode ter muita experiência mas o Engenheiro também se equivoca. Hoje equivocou-se muito nas substituições e não soube, em momento algum, traçar o rumo da vitória lusa. Há que melhorar rapidamente e, de preferência trazer ideias para o jogo quando estas forem precisas.