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Nos últimos tempos o que vamos lendo e ouvindo da parte da direita portuguesa e do jornalismo que – erradamente – lhe dá eco e apoio é a palavra demissão. Foi assim o estranho e ainda misterioso caso do assalto de Tancos, e tem sido assim, vezes sem conta, sobre os famigerados incêndios que parecem não querer deixar o nosso país (tal como o calor absurdo para a época em que estamos).
Ora face a estes dois graves problemas (Tancos e incêndios) importa fazer uma clara e manifesta reflexão sobre uma importante questão: o que resolve a demissão de um(a) Ministro(a)? A resposta para o caso é complexa pois dependerá sempre de quem vai aproveitar a demissão de um elemento de um determinado Executivo para ver resolvido um certo e de5terminado “problema”. Dito de outra forma; a demissão de um Ministro e/ou de uma Ministra faz com que seja levado a cabo aquilo que é popularmente conhecido como “dança das cadeiras”. Os problemas centrais mantêm-se e – confesso - que não vejo onde está o proveito (imediato e futuro) da parte de PSD e CDS quando vem para Praça Pública exigir a demissão deste ou daquele elemento do Governo de António Costa. Provavelmente a explicação para tal comportamento da parte de PSD e CDS resida numa coisa chamada populismo. E se calhar é muito por isto que a Direita portuguesa está cada vez menos cotada nas sondagens que vão sendo publicadas.
Já aqui o disse e não me canso de repetir, o que realmente falta à governação em Portugal não é a famigerada “dança das cadeiras” que PSD e CDS avidamente desejam que aconteça. O que é verdadeiramente necessário é que os Ministros e Ministras deste - e de qualquer outro - Governo deixem de confinar o país aos seus gabinetes carregados de relatórios elaborados por teóricos que desconhecem a realidade das coisas.
Não estou com isto a criticar os recentes relatórios sobre Pedrógão e Tancos cujos conteúdos que vieram a público não sabemos se correspondem verdadeiramente à realidade dado que a nossa imprensa tem “tiques de faciosismo”.
Assim como me parece importante que os variados organismos do Estado devem ter na sua liderança pessoas que demonstrem por a+b qie tem total e cabal competência para o desempenho do cargo com a menor margem de erro possível.
Contudo nos tempos que correm fazem cada vez mais falta governantes que conheçam e procurem conhecer a realidade do Povo que dizem governar. Goste-se ou não do estilo, Marcelo Rebelo de Sousa é um bom exemplo da governação que Portugal necessita se bem que em muitos casos o actual Presidente da República exagere.
Enquanto continuamos a apostar nesta do “vira o disco e toca o mesmo” não será de admirar que num futuro próximo cenários como o de Pedrógão e do passado domingo (entre outras coisas) se repitam. Assim como não será de admirar que nos próximos anos a Direita portuguesa se enterre cada vez mais no poço fundo que insiste em cavar.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (16/10/2017)
1 – Findas as eleições presidenciais eis que Marcelo Rebelo de Sousa sucede a Cavaco Silva na presidência da nossa 3.º República.
E se o Povo disse está dito. Democracia é isto mesmo e como tal não se pode agradar, nunca, a Gregos e Troianos. Haverá sempre uma margem da população Lusa que não ficou contente com a vitória de Marcelo, mas como disse atrás, este é um dos “males” da Democracia e temos todos de saber conviver com eles.
E é sobre este mal que lanço aqui a minha grande dúvida sobre o Presidente Marcelo.
O Professor tem por hábito querer agradar a todos, contudo já todos vimos que tal é impossível em Democracia. Daí que me pergunte como irá Marcelo lidar com as questões fracturantes da nossa Sociedade.
Cavaco Silva ao ter vetado a adopção de crianças por casais do mesmo sexo e as alterações à Lei do Aborto deixou a Marcelo duas destas questões… Vamos a ver como o Professor se irá comportar. Até lá mantenho a minha postura de esperar para ver, mas vou desde já dizendo que se calhar não vamos ter, ainda, o desejado sossego que ambicionamos desde que José Sócrates colocou a Troika a “entroikar-nps”.
2 – Ainda sobre a eleição de Marcelo apraz-me dizer que não tenho assim tanta certeza de que vamos voltar a ter um centro na nossa Política e que a Direita e Esquerda ficaram órfãs.
E tenho tal ideia muito por causa do que escrevi no ponto anterior. O que irá Marcelo irá fazer quando estiver diante de uma postura mais radical da parte de Passos Coelho e da sucessora de Paulo Portas? Irá procurar apelar ao bom senso da parte de quem já o apelidou, indirectamente, de cata-vento? Ou irá este dar razão e aceitação incondicional à sua família política como fez Cavaco Silva nos anos em que foi Presidente da República?
Desenganem-se aqueles que pensam que pensam que a Esquerda e Direita estão órfãs. Aliás não sei de onde se retira tal conclusão porque do que se sabe do Marcelo comentador é que numa semana diz uma coisa sobre um determinado tema e na semana seguinte diz outra bem diferente sobre o mesmo tema.
Portanto vamos aguardar. Não nos deixemos iludir pela postura tímida de Passos e Portas até porque estes já nos mostraram, num passado não muito distante, que são capazes de tudo.
3 - "Podíamos arranjar uma candidata mais engraçadinha e com um discurso mais populista" ... "São opções e não quero critica-las" .... "Não somos capazes de mudar. Fazemos sempre a mesma opção por uma forma séria de fazer política".
Estas foram algumas das declarações de Jerónimo de Sousa ao péssimo resultado alcançado pelo Partido Comunista Português nas presidenciais.
Jerónimo é o menos culpado de todos neste triste filme. Isto porque quem realmente manda no PCP é o Comité Central, um órgão secular cujos membros só são substituídos quando falecem (ao estilo da antiga União Soviética e o seu famoso politburo). Daí que seja natural este tipo de discurso quando o Partido “leva uma banhada” de alguém mais jovem e cuja forma de estar na política se adaptou aos tempos modernos.
Os Partidos Comunistas estão em vias de extinção por esta Europa fora e pelos vistos o PCP quer seguir o mesmo caminho. E estas declarações são bem elucidativas no que ao futuro do PCP diz respeito.
O problema do Partido Comunista Português é precisamente o de não ser capaz, nunca, de mudar e de teimar em fazer sempre o mesmo seja onde for e em que contexto for. Em suma, estão orgulhosamente sós até ao fim e depois a culpa é das “engraçadinhas” e dos “populistas”.
4 – Já que aqui falei de coisas que nunca mudam na nossa Imprensa também existem coisas que nunca mudam.
Até que compreendo que se queira manter o nível das vendas porque sem lucro não há órgão da Comunicação Social que resista não obstante TODOS serem subsidiados pelo Estado Português, mas tenham lá santa paciência e parem com o berreiro caótico da semana passada…
Se a Europa dialoga com Portugal é o fim do mundo. Se a Europa impõe medidas a Portugal é o fim do mundo. Se a Europa tem dúvidas sobre o Orçamento de Estado do corrente ano cível e procura vê-las esclarecidas é o fim do mundo. Se o Governo Português dialoga com as Instituições Europeias e Credores é o fim do mundo.
Sinceramente. Decidam-se Srs. e Sras. Jornalistas. Bem sei que o vosso brio profissional foi pelo ralo abaixo há muito tempo e que o vosso Código Deontológico serve somente para pisa papéis ou para equilibrar uma mesa cuja perna esteja torta, mas existem limites. Somos um Povo de brandos costumes mas tudo tem um limite!
5 – Para o final deixei duas breves notas que, quando tiver oportunidade, serão mais desenvolvidas.
A primeira prende-se com a forma vergonhosa como a Europa tem tratado o problema dos Refugiados.
Expulsões, maus tratos, pulseiras coloridas, apreensão de bens, etc, etc. Tudo actos que nos fazem recordar o período negro da Alemanha nazi que são praticados por Paises ditos desenvolvidos como a Suécia, Dinamarca, País de Gales, Hungria e Áustria obrigam-nos a reflectir se, realmente, aprendemos alguma cosia com o Holocausto.
Bem sei que o Sr. Martin Schulz não quer que se toque no problema de se tratar os Refugiados como os nacionais dos Países referidos em cima (um Ministro Dinamarquês disse isto mesmo: é tudo uma questão de se tratar os Refugiados da mesma forma como se trata um Dinamarquês na Dinamarca), asm isto tem mesmo de ser denatido, dissecado e devidamente analisado… Sob pena de a Europa se tornar numa espécie de IV Reich.
O outro ponto prende-se com a candidatura de António Guterres ao cargo de Secretário-geral da ONU.
Anda para aí muita malta animada com o tema mas por acaso a malta sabe que isto da ONU é uma tremenda fantochada não sabe?
Primeiro que tudo quem realmente manda na ONU é o Conselho de Segurança. O Secretário-geral não é mais do que um simples fantoche do Conselho de Segurança.
Segundo, depois que os Estados Unidos da América e Inglaterra lançaram a moda das invasões unilaterais de Países à revelia do Direito Internacional porquê carga de água nós Portugueses e Cidadãos do Mundo temos de ficar orgulhosos com a candidatura do Engenheiro Guterres?
Artigo publicado no Repórter Sombra.
Quem tem por hábito ler o que aqui vou escrevendo sabe muito bem que sou um crítico feroz do actual estado em que se encontra o Jornalismo Português. Percebo, e até aceito, que o lucro dos nossos Meios de Comunicação Social (CS) sejam algo reduzidos e que tal não lhes permita levar a cabo um trabalho, no mínimo, satisfatório. A nossa CS tem muitas vezes de recorrer às meias verdades e ao dito por não dito para poder facturar mais uns trocos, contudo sou da opinião de que um pequeno esforço da parte de quem nos traz as notícias do que nos rodeia não ficaria mal mesmo não havendo grande margem para tal.
Vêm isto tudo a respeito desta notícia do Diário de Notícias (DN) sobre o novo Regulamento da Caixa de Providência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) da qual destaco o seu título:
Advogados vão descontar quase um quarto do salário mas só daqui a 5 anos
Naturalmente que um título apelativo “obriga” a quê se compre o Jornal para se ler o conteúdo da notícia. Contudo não me parece que se deva fazer título de uma não realidade somente porque se quer vender mais uns quantos papéis ou forçar umas quantas visitas ao Site do Jornal.
O Advogado/Solicitador/Agente de Execução é um Profissional Liberal por excelência. Isto porque existe uma coisinha chamada Deontologia que não permite que estes agentes da Justiça sejam Trabalhadores por conta de outrem dado que tem de respeitar o Principio da Independência custe o que custar. Quando muito poderá existir um eventual Contrato de Avença que determina a que ao Advogados/Solicitador/Agente de Execução seja paga uma retribuição em troca de um serviço que este tenha prestado.
Resumido e trocando por miúdos para que todos percebam; os Advogados/Solicitadores/Agentes de execução não recebem um Salário. Pelo que será de todo impossível que estes descontem quase um quarto dos seus salários tal como titula o DN.
Se a Sra. Filipa Ambrósio de Sousa, Jornalista do já aqui referido Diário, tivesse feito o seu trabalho como deve ser teria percebido que os descontos para o CPAS são fixados em percentagem do salário mínimo (e não do "salário" do Advogado/Solicitador/Agente de execução). Presentemente o escalão mínimo corresponde a 17% do salário mínimo. A ideia é progressivamente passar essa percentagem a 25%.
È este o tipo de Jornalismo que temos. Um Jornalismo que em nome do lucro rapidamente ridiculariza e escamoteia um assunto que até que é importante e que merece ser cabalmente discutido na Praça Pública porque a este ritmo não vai haver Advogado/Solicitador/Agente de Execução que aguente trabalhar no nosso País… Isto a não ser que daqui a cinco anos as coisas estejam de tal maneira bem que vai ser possível ter Clientela á porta dos escritórios disposta a pagar o que for preciso para a cabal resolução dos seus Processos (cenário que me parece altamente improvável diga-se desde já).
Após esta derrota histórica da nossa Selecção confesso que não vou aqui dar uma de Treinador de Bancada. É muito fácil mandar bitaites depois da asneira feita. O que interessa neste momento é olhar para dentro e tentar perceber o que se deve fazer para se evitar que o próximo jogo acabe da mesma maneira que terminou este ante a Albânia.
O que eu acho que é importante fazer, com carácter de urgência, é levar-se a cabo uma importante mudança de mentalidades. É preciso acabar com a velha mania muito Lusitana de que somos os Maiores do Mundo quando ganhamos e que somos os Piores do Mundo quando perdemos. É importante que percebamos de uma vez por todas que o tempo das goleadas de 6 ou 7 golos a Selecções como Albânia, por exemplo, são boas memórias que ficaram guardadas nos já distantes anos 90.
Enquanto cá por Portugal não se meter na cabeça que hoje em dia não existem equipas simpáticas, fracas, acessíveis e tudo o que possa dar uma falsa e muito errada ideia de que o jogo que a nossa equipa vai ter pela frente é fácil de se derrotar não vamos a lado algum. Todos os jogos são complicados e exigem da parte de TODOS (Adeptos/Imprensa/Treinadores/Jogadores/Direcções) um grande empenho e seriedade. Enquanto isso não for assimilado de uma vez por todas vamos andar sempre com a nossa Sina da Calculadora na mão.