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O problema de Hong Kong (e não só)

por Pedro Silva, em 14.08.19

imagem crónica RS.jpg

Já não é de agora, mas têm sido cada vez mais recorrentes as notícias de Hong Kong que dão conta daquilo que é, de facto, a República Popular da China. As ditas notícias não são animadoras. Especialmente se tivermos em linha de conta a quantidade infindável de vezes que as autoridades chinesas violaram – e violam- os Direitos Humanos.

Mas, a meu ver, a problemática de Hong Kong não se esgota no excesso de força por parte das autoridades e na falta de sentido democrático do governo autoritário e totalitário de Pequim.

É manifestamente verdadeiro (e estritamente necessário, diga-se desde já) que a Comunidade Internacional repudie as constantes violações dos variadíssimos direitos que os habitantes de Hong Kong deveriam gozar. Entre estes direitos está o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos seus pensamentos. E é, na minha perspectiva, na primeira liberdade de que aqui falei que reside o problema que agudiza toda a problemática de uma região outrora pertencente ao Reino Unido.

Diga-se o que quiser, mas a partir do momento em as nossas televisões nos mostram manifestantes de cara tapada ao estilo soldado de uma qualquer organização terrorista que actua em nome do Islão, temos o dever de desconfiar de tudo o que estes dizem e defendem… Isto porque se tratam de pessoas que actuam violentamente não na defesa dos interesses de Hong Kong e seus habitantes (no caso em apreço), mas sim em nome de um qualquer interesse internacional. Convêm não esquecer o passado de Hong Kong e o seu posicionamento estratégico na vasta e – ainda - turbulenta geografia da Ásia.

Para mais, há no grupo de países que criticam (mesmo que timidamente) a postura do Executivo chinês uma franja de hipócritas que há não muito tempo ordenaram que as autoridades usassem e abusassem do seu vasto poderio bélico para, desta forma, oprimirem cidadãos que queriam tão-somente, exprimir através do voto livre e espontâneo o seu desejo democrático de que a auto determinação da sua Região fosse (ou não) uma realidade.

Entretanto por cá …

Cá pelo nosso Portugal parece que se iniciou uma tremenda luta de classes.

De um lado temos os Trabalhadores representados por um Sindicato feito ad hoc (para não dizer em cima do joelho) que, aparentemente, até se diz defensor de uma causa justa e do outro temos os Patrões que, ao estilo de um qualquer disco riscado, insistem na incapacidade de adaptar os ordenados dos seus trabalhadores à realidade.

Tudo perfeitamente normal.

O senão é o tremendo aproveitamento que a nossa Comunicação Social tem feito de tal coisa… Esta faz de um problema - aparentemente real - uma espécie de hidra de sete cabeças da qual o cidadão comum não aparenta ter medo algum…

Sobre tal assunto não acrescento mais nada. Apenas aconselho a leitura atenta deste artigo de opinião da Angelina Lima.

Aertigo publicado no site Repórter Sombra

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publicado às 23:19


De uma Civilização muito à frente

por Pedro Silva, em 03.10.14

Hong Kong tem sido palco de algo maravilhoso. Elucidativo daquilo que deve ser uma Sociedade moderna. Refiro-me, obviamente, ao fenómeno que já ficou conhecido mundialmente como a Revolução dos Guarda-chuvas.

 

E quando me refiro a esta Revolução não o faço olhando para vertente política da mesma porque esta está a ser adulterada pelo Ocidente que do alto do seu pedestal mantêm a estapafúrdia ideia de que os Chineses, sejam eles de que regiões Chinesas forem, são todos iguais e tratam-se todos por igual. A China é em si mesmo uma Sociedade multi facetada que congrega os mais variados tipos de vivências, tradições, culturas e ritos, daí que seja um tremendo disparate comparar a Revolução dos Guarda-chuvas à nossa Revolução dos Cravos de 1974.

 

Expondo o assunto de outra forma mais plausível; a base da Revolução dos Guarda-chuvas assenta numa questão sócio cultural que tem sido convenientemente desviada pelos media Ocidentais para uma espécie de luta pela Democracia. O que realmente se passa naquela zona da Ásia é tão somente que os seus habitantes pretendem escolher um líder que seja oriundo da sua Sociedade e não um que venha do círculo político fechado de Pequim. Nenhum deles está contra um Regime que, mesmo fechado em si mesmo, lhes dá um nível de vida igual, e até mesmo superior, ao dos Ocidentais.

 

Mas o que eu tenho achado maravilhoso é o facto de os manifestantes mostrarem que estão nesta luta de boa-fé. Não há pilhagens de lojas, não existem confrontos entre indivíduos de cara tapada e as forças da autoridade, não há lixo nas ruas e os desacatos que tem existido entre os manifestantes são resolvidos pelos próprios. E melhor que tudo, não surgem vídeos com Adolescentes bonitas de face angelical a fazer propaganda pelo seu ideal. Tudo comportamentos que não vimos de forma alguma na Ucrânia, Venezuela e Brasil onde todos os dias surgiam imagens de delinquentes de cara tapada em guerra aberta com a Policia e com quem não alinhasse na sua tese de destruição e roubo.

 

Mais uma vez o Oriente mostra ao Ocidente que, apesar dos seus defeitos, consegue ser mais civilizado do que a tese civilizacional que o Ocidente apregoa e impõe.

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publicado às 18:26


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