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Graças ao Windows 10 dei de caras com este artigo do Jornal i que a nossa nada parcial Comunicação Social resolveu fazer de conta que não existe. Trago o dito até vós para verem o tipo de gente que “lidera” a Europa:
Nas negociações para o novo resgate à economia grega ficou claro que o governo alemão liderou a frente mais agressiva contra Atenas, impondo um maior nível de austeridade ao país. Wolfgang Schäuble liderou as negociações, tendo saído da sua pena muitas das medidas mais pesadas do novo resgate.
Mas será que esta insistência de Berlim para que a Grécia e demais resgatados apliquem tais reformas vem de a Alemanha as ter implementado com sucesso? Longe disso. “E se a troika viesse a Berlim?”, foi a questão a que a “Der Spiegel” decidiu responder, concluindo que, entre as exigências feitas a Atenas ou Lisboa, algumas das reformas mais emblemáticas não são postas em prática na Alemanha.
Liberalizar farmácias? Nein É uma medida muito contestada em Atenas. Os credores obrigaram o governo a aprovar legislação que acaba com a regulação da abertura de farmácias no país – permitindo a venda de medicamentos sem receita noutras lojas e a abertura de farmácias em espaços comerciais. E como está o sector farmacêutico na Alemanha? Segundo a “Der Spiegel”, há vários anos que o poder político não toca na regulação das farmácias por pressão dos farmacêuticos, pelo que Berlim não avançou com a desregulação que exige à Grécia.
Liberalizar profissões? Nein A lógica é a mesma. “A Alemanha defende o sistema medieval das profissões’ seria o título nos jornais europeus”, sentencia a “Der Spiegel” neste ponto, numa referência à espécie de corporações de ofícios que regulam a entrada em alguns mesteres alemães. Carpinteiros, canalizadores ou electricistas são alguns exemplos de profissões de acesso regulado no país, regulação que serve também para restringir a entrada de trabalhadores da UE nesses sectores.
Comércio ao domingo? Nein Outra imposição polémica a Atenas foi a obrigatoriedade de liberalizar os horários do comércio ao domingo – também já em vigor em Portugal. Na Alemanha, diz o “Der Spiegel”, idêntica medida desencadearia seguramente várias manifestações dado o forte lóbi existente (e bem sucedido) contra o avanço de medida semelhante no país. “Fora com os novos ocupantes”, diriam os cartazes nessas manifestações, imagina mesmo a revista.
Cortar apoios sociais? Nein A existência de 14 meses de licença de parto paga ou o valor das reformas dos pensionistas públicos em comparação com as dos privados são exemplos de medidas em vigor na Alemanha que seriam questionadas pela troika logo à chegada. O corte dos apoios sociais tem sido uma das medidas mais exigidas pela troika nos países resgatados.
Privatizações? Ja, mas... Na década de 1990, a Alemanha procedeu a várias privatizações. Contudo, e ao contrário da prática agora vigente, tratou-se de vendas parciais, tendo o Estado ainda hoje participações decisivas em várias gigantes alemãs. Veja-se o exemplo da Deutsche Telekom, em que 14% do capital é detido directamente pelo Estado e outros 17,4% pelo banco de desenvolvimento do Estado, o KfW, que detém ainda 21% da Deutsche Post – tanto numa como noutra empresa as participações do Estado são as mais elevadas.
Aproveitando a recente venda de 14 aeroportos gregos à alemã Fraport, a “Der Spiegel” recorda que a Alemanha “conta com dezenas de aeroportos regionais ruinosos”, que “deixariam o mundo escandalizado com o que foi feito ao dinheiro dos contribuintes”. A troika ordenaria o fecho destes aeroportos, diz a revista.
Pobres pagam mais Outro ponto a que a troika teria de dar atenção prende-se com as desigualdades do fardo fiscal entre ricos e pobres, diz a “Der Spiegel”. Com as contribuições para a Segurança Social limitadas a um valor máximo, as classes com os rendimentos mais baixos estão sobrecarregadas com impostos, para compensar. “O fardo que pesa sobre os mais pobres é mais elevado que em qualquer outro país industrializado”, refere a revista alemã. Dada a vontade expressa pelos credores noutros países, a “Der Spiegel” conclui que “a troika obrigaria a aumentar os impostos sobre a propriedade, cortando nos impostos sobre o trabalho”.
IVA: subam que eu baixo Uma das medidas que mais dividiram Alexis Tsipras e os credores ao longo das recentes negociações foi o IVA cobrado pelos hotéis e pelos restaurantes gregos, com a troika a insistir na subida da taxa para os 23%. Ora em 2010 o governo alemão baixou o IVA dos hotéis de 19% para 7%, de forma a “encorajar mais turistas a vir à Alemanha e para estes prolongarem a estada”, lê-se na página do turismo da Alemanha. Em 2013 chegou a discutir-se o aumento deste imposto, mas o governo acabaria por ignorar as recomendações da OCDE para nivelar o IVA para a média.
Agora que cada um retire as suas conclusões. Eu já retirei as minhas há já muito tempo e continuo a dizer que se isto não der uma volta radical a União Europeia vai acabar mal…
Dei ao acaso com este artigo num mural do facebook de uma pessoa amiga. Como o tema do dito me diz respeito eis que perdi um pouco do meu tempo a lê-lo.
Ao princípio até que partilhei dos pensamentos da Filipa Rebelo porque passei pelo mesmo processo que a Cronista descreve e sei dar o devido valor. Contudo o suspiro final da dita Crónica fez-me torcer o nariz de uma forma tal que acabei por desvalorizar tudo o que fora exposto atrás. Diz a autora que “Um dia, quando tiver filhos, vou-lhes dizer para não irem para Direito.” Frase mais hipócrita que esta não existirá no Mundo inteiro de certeza!
Para além de hipócrita a Cronista acaba por se contradizer. Em determinada altura a mesma diz que “A minha geração teve (tem) azar na altura em que acaba por entrar no “mercado de trabalho”: estava a começar a “crise”, aquela que dura até hoje. Mas a culpa de tudo aquilo por que passamos não foi só da crise, mas de todo um sistema que está errado desde o início, ou seja, desde o ingresso na faculdade, mas isso é outra história.”
Ora quem me garante que na altura dos meus Filhos terem de ingressar na Faculdade a crise não terá desaparecido e o tal de “sistema” sido alterado? Ou melhor, poderá a Filipa Rebelo garantir com certeza que nada mudou quando os seus Filhos terminarem uma Licenciatura em Direito? Ou será esta uma forma de lançar um aviso à navegação numa de não venham para Direito porque eu quero ter o meu espaço?
Vejamos fazer uma Licenciatura numa qualquer área é mais do que escolher algo com ou sem saída profissional. É o culminar de um processo que começa aos seis anos das nossas Vidas que se encerrará na formação numa área que nos moldará a Vida para todo o sempre. Ninguém vai para o Curso A ou B somente porque hoje em dia o dito tem muita saída. Para mais pode muito bem suceder que aquando do final da Licenciatura no tal “Curso com muita Saída” este não venha a ter saído alguma!
È um facto que no Direito as coisas não são fáceis. Exige-se muito do aluno na Faculdade, usa-se e abusa-se do Estagiário e quando nos inscrevemos na Ordem temos que lutar contra uma concorrência feroz e fazer face a muitas despesas que obrigam a que a ajuda de custo familiar se prolongue para lá da Faculdade, mas isto é assim para todas as áreas! Hoje em dia nem os Médicos têm emprego garantido cá pelo Burgo!
O que os nossos Filhos precisam é que os ajudem a fazer frente a um Mundo cada vez mais competitivo e insensível. O que estes precisam é que os ensinem a lutar pelos seus objectivos e a defender os seus ideais e não de alinhar na hipocrisia derrotista própria de um egoísmo Lusitano cada vez mais latente e ”cravado” na nossa Sociedade.