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Alea jacta est

por Pedro Silva, em 27.06.16

Imagem Crónica RS.jpe 

Alea jacta est (grafia em latim: alea iacta est) significa, em português, "O dado está lançado", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Na linguagem popular, é uma expressão utilizada quando os factores determinantes de um resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los. Foi a frase em latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com as suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que atualmente corresponde ao território do norte da península Itálica) e o território da Itália. In Wikipédia

 

E pronto. Eis que o Brexit se tornou realidade. O Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) iniciou o processo de saída da União Europeia. E este é, sem sombra de qualquer dúvida, o momento ideal para que toda a Europa inicie - de imediato - uma profunda reflexão. O Brexit não é um grito de revolta pelo que está a suceder na Europa em si. É antes a manifestação corpórea de uma extrema-direita que está cada vez mais próxima dos corredores do Poder em muitos países europeus e tal irá – mais cedo do que tarde – colocar em xeque a paz no Velho Continente.

 

Sim. Este é um momento que exige reflexão ao invés de estarmos todos a jogar o pachorrento e infinito jogo da culpa. No Brexit todos nós tivemos culpa. Todos sem execpção. É verdade que David Cameron teve mais pujança do que razão quando se lembrou de jogar um jogo político que acabou mal para ele e para os seus. Mas não façam de Cameron o único vilão desta triste história. E deixem o povo britânico de fora deste jogo estapafúrdio das culpas.

 

Se querem apontar o dedo a alguém apontem-no - com força e plena convicção - a todos nós que entregamos a condução do projecto europeu a burocratas em Bruxelas que não sabem ver mais nada senão uma folha de excel e uma série de teorias bacocas neoliberais que não passam de meros pensamentos criados numa qualquer esplanada de café acompanhados de uma boa chávena da mais pura cafeína.

 

Contudo se há pessoa que está perfeitamente à vontade nisto das culpas sou eu. Já há muito que venho dizendo que o caminho que a Europa unida vem segundo há já uns bons anos a esta parte é mau. Péssimo. Terrível. Uma Europa que “mói” Democracias, que “esvazia” Parlamentos, que impõe a sua política pela força da finança, que coloca Norte contra o Sul, que maltrata os Estados-membros periféricos, que financia guerras, que apoia e financia movimentos obscuros e – sobretudo – que se esquece da Democracia, do Estado Social, de igualdade, liberdade e fraternidade em detrimento da alta finança e do grande capital (mercados) não tem futuro.

 

É esta a nossa triste realidade. Uma Europa onde o Brexit está a ser encarado por todos os actores europeus como algo de perfeitamente normal até porque – segundo os burocratas não eleitos de Bruxelas - quem fica verdadeiramente a perder são os britânicos (em último casos os Ingleses).

 

Como é óbvio a extrema-direita afia as facas e agradece de sorriso aberto tal comportamento. A Europa insiste na via-sacra da austeridade nua e crua (algo reprovado pelo FMI) porque os bacocos, ultrapassados e completamente desfasados da realidade Tratados Europeus assim o determinam.

 

Não se tenha a mais pequena dúvida de que a caixa de pandora está aberta e de que os ventos de 33 do século passado voltaram a soprar.

 

Alea jacta est.

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 22:09


Isto de mandar limpar a asneira

por Pedro Silva, em 15.09.14

Confesso que tenho achado deprimente a forma como o Ocidente está a tratar o dossiê Estado Islâmico. Os civis continuam a sofrer e a morrer, as execuções sumárias da propaganda do dito Estado vieram para ficar, as crianças são forçadas a casar com Homens mais velhos, etc. Todo um conjunto de horrores que continuam fortes e bem vivos apesar da pressão mediática.

 

Ora a pergunta que se impunha era como acabar com aquilo de uma vez por todas. Ou melhor, como é que os seus criadores tencionam acabar de uma vez por todas com a sua criação.

 

Sim, os maluquinhos do Estado Islâmico não surgiram do nada. Foram armados e treinados pelo Ocidente. E isto porque, segundo o grande Polícia de nome USA/UK, na Síria existe um Regime maquiavélico que é apoiado pelo Irão/Rússia que tem de ser destruído a bem da Humanidade. Mas qual Humanidade? A dos próprios criadores do monstro e, pasme-se, de Israel.

 

Não é nada complicado concluir que toda esta triste história que estamos a ver e a viver tem como pano de fundo a manutenção de uma Paz podre onde Israel “estica os seus braços armados” ao seu bel-prazer e onde tanto Americanos como Ingleses se abastecem de Petróleo.

 

Naturalmente que a dita Paz não afecta de forma alguma os Países da zona que alinham neste jogo, como é o caso da Arabia Saudita onde os Direitos são só para alguns e os deveres para muitas. Estes não têm problema algum com os tais de Estado Islâmico e inclusive até os financiam. Ah, e não foram “abençoados” pela Primavera Árabe porque os ventos não deviam estar para aí virados.

 

No fundo e no cabo estamos a ver um embuste. Um cenário criado e pensado pelo Ocidente que ignorou a possibilidade de poderem aparecer uns atrasados mentais que se voltariam contra este num claro gesto de vingança… Não é por mero acaso que os pobres coitados que têm sido assassinados publicamente surgem vestidos com um uniforme laranja, o mesmo que foi utilizado em Guantánamo.

 

Agora vemos Estados Unidos e Grã-Bretanha muito empenhados em combater aquilo que eles apelidam de Demónios. Mas não vão eles para o terreno combater os Demónios. Querem mandar os outros, despejar umas bombas de avião e ir armando aqui e acolá quem faz frente aos Demónios. Mas ir armando os ditos sempre com alguma coisa em segunda mão, não vão estes virar-se uns contra os outros e aumentar ainda mais a confusão naquela zona do Globo, porque por norma é isto que sucede quando se mandam os outros limpar as asneiras do Ocidente.

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publicado às 18:08


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