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Missão (quase) cumprida

por Pedro Silva, em 25.11.20

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Em dia triste para a Nação Azul e Branca dado o falecimento de Reinaldo Teles, histórico dirigente do Futebol Clube do Porto que juntamente com Jorge Nuno Pinto da Costa criou esse mesmo FC Porto que é, tão-somente, a 3.ª equipa com mais participações na Liga dos Campeões e a única equipa portuguesa que conta no palmarés com todos os troféus internacionais de clubes, não se podia ter feito melhor homenagem a tão grande portista senão vencer (outra vez) um adversário de valor e muito – muito! – difícil como é o caso deste Marselha de André Villas-Boas.

Até o fabuloso “Deus do futebol”, Diego Armando Maradona, foi devidamente homenageado pelos Dragões com uma série bem interessante de jogadas criadas por Diaz e Nakajhima. O golo é o sal do futebol de facto, mas a finta/desmarcação é o açúcar que tanto nos delicia. Especialmente quando essa finta e a desmarcação resultam em lances de golo e/ou de perigo para a equipa adversária.

Já deu para perceber que gostei deste jogo. Claro que haverá quem tenha uma opinião diferente. Está no seu direito, mas eu gosto muito mais quando o Futebol Clube do Porto percebe qual o seu lugar e pratica um futebol que o ajude a vencer e alcançar os seus objectivos. O futebol pode até ser feio, desinteressante, recuado e perigoso mas a verdade é que somente em Manchester esta forma de estar não deu frutos porque o nome City pesa muito mais do que o nome Porto quando chegou a hora de o Homem do apito decidir.

Futebol de transições rápidas, muito corrido, defesa aguerrida e aproveitar ao máximo todo e qualquer lance de bola parada na área adversária para se colocar em vantagem não podem, a meu ver, ser considerados defeitos. Quem não tem cão, caça com gato e tem sido isto que Sérgio Conceição tem feito esta temporada na Liga dos Campeões. Resultado? 4 jogos, 3 vitórias, 9 pontos, 8 golos marcados, 3 sofridos e o apuramento para a fase a eliminar da UEFA Champions League quase garantido. Melhjor? Com o actual plantel, impossível! Digo eu.

Agora acho muita graça a quem comenta o futebol na rádio e televisão e fala em dois tipos de FC Porto. Um melhor na Europa do futebol e outro mais irregular na Liga NOS. Qual a grande diferença? Simples. Só não vê quem (maldosamente, talvez) não quer pois o Futebol Clube do Porto no nosso campeonato periférico joga contra “equipas pequenas”, já na Europa do futebol a equipa pequena é o próprio FC Porto não obstante o seu rico e vasto palmarés. Se olharmos bem, por exemplo, para o jogo de hoje rapidamente constatamos que em termos de plantel André Villas-Boas tem – de longe! – muito mais e melhor qualidade futebolística aos eu dispor do que Sérgio Conceição que para além de ter de comandar os Dragões tem ainda de aprimorar e fazer crescer jogadores como Zaidu (por exemplo) que há não muitas épocas atrás jogava no Mirandela.

Apesar de tudo essa vitória portista em França não me descansa na totalidade. É verdade que gostei do jogo praticado pelos azuis e brancos e que acho correcta a forma realista como Sérgio Conceição tem procurado abordar esses confrontos europeus, mas ainda vejo muitas lacunas nesta equipa. Especialmente nas laterais dado que a dupla Sarr e Mbemba é daquelas coisas que se mexer, estraga. Manafá continua a ser um trapalhão quer a atacar e a defender. Zaidu, não obstante a sua evolução, ainda tem muitas dificuldades na hora de defender e são ainda algumas as ingenuidades que podem vir custar caro ao FC Porto. Não foi por acaso que o Marselha hoje insistiu tanto no futebol ofensivo pelas faixas. E quase que marcou golo.

E já que falo aqui em trapalhões e trapalhadas, eu até que adoro Marega mas esse já vem há uns jogos a mostrar que luta muito, mas que faz pouco… E pelos vistos os ares do sul de França fizeram muito mal a Jesús Corona que realizou uma exibição desastrosa. Melhores dias virão. Ou se calhar melhores opções. Não sei bem dado que é Sérgio Conceição quem trabalha todos os dias com o seu plantel.

Em suma. Missão quase cumprida, homenagens prestadas e agora siga para os Açores onde à espera dos portistas vai estar um Santa Clara bem motivado que aposto que vai estar o jogo todo a defender o zero a zero.

Melhor em Campo: Sérgio Oliveira. Ao contrário da maioria que fez de Zaidu o MVP desta partida, eu escolho o internacional português como o melhor deste jogo. Sérgio Oliveira está a atravessar um momento de forma estupendo e se já ninguém dá pela falta de Danilo é por culpa dele. Excelente a recuperar bolas, a distribuir jogo e a comandar todo o meio campo pprtista. Vamos a ver esta boa forma do Sérgio se mantêm para lá do Natal.

Pior em Campo: Jesús Corona. Mau, mau, mau, mau, muito mau e péssimo. Desconcentrado. Muito desconcentrado! Especialmente na hora de defender. Por um triz o internacional mexicano não fez um passe de morte que poderia ter dado o golo à equipa francesa que iria, com toda a certeza lutar pelo empate a 2 até ao fim. A atacar ninguém o viu. Corona (vulgo Tecacito) hoje não fez nada de jeito em campo. Há dias assim.

Arbitragem: Nada a apontar ao Sr. Andreas Ekberg e seus assistentes. Decisões correctas e acertadas tanto nas expulsões como na marcação da grande penalidade a favor do FC Porto.

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publicado às 21:58


Do confinamento de ideías

por Pedro Silva, em 14.11.20

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imagem retirada de zerozero

Terminou a caminhada na Liga das Nações. A Ida à Croácia na próxima Terça-feira servirá, tão somente, para se ”rodar” jogadores, melhorar rotinas e perceber quem irá descer de divisão (se Croácia ou Suécia). Que ilações tirar desta derrota caseira diante da França?

Primeiro que tudo, ao invés de encolhermos os ombros porque do outro lado estava a selecção francesa e entrar no discurso pessimista do costume há que olhar para dentro e perceber o que correu mal. Relembro que lá mais para o verão do próximo ano Portugal vai ter de medir forças com a França e desta vez será só um jogo e logo na Fase de Grupos do Europeu.

Sendo assim, o que falhou hoje foi o facto de a nossa equipa ter deixado que essa França de ataque móvel, meio campo sólido e defesa competente pudesse jogar à vontade. Há que dizer que Portugal deu uma parte e mais alguns minutos de vantagem aos franceses que fizeram o que muito bem lhes apeteceu. Era uma questão de tempo até a equipa de Didier Deschamps chegar ao golo… E assim foi embora pois tivessem feito um bocadinho de pressão e quase que de certeza que a França não teria marcado o golo que acabou por ser o da vitória.

Fernando Santos disse (e muito bem) na conferência de imprensa que na primeira parte Portugal “pôs-se a jeito” e realmente assim foi. Tal como foi o facto de que o nosso seleccionador não conseguiu dar a volta a um adversário que foi subestimado. Para mais, com Diogo Jota na fase em que está na sua carreira não percebi (nem percebo) muito bem porque razão João Félix joga de inicio. Portugal melhorou muito o seu jogo quando Jota e Moutinho entraram em campo e, inclusive, até que criamos oportunidades de golo e obrigamos a França a recuar quase até à sua baliza e a “suar” para manter a vantagem no marcador. Repito, não percebo a insistência em Félix quando se tem um Diogo Jota em forma e “a dar cartas” em Inglaterra onde não jogam equipas do estilo Cádiz e outras tais no primeiro escalão do futebol.

Para além de tudo isto, Raphael Guerreiro voltou a mostrar que não está numa boa fase tendo demonstrado dificuldades imensas quando chamado a defender e William Carvalho teve um jogo muito fraquinho. Na minha opinião, a derrota da nossa equipa passou muito por aí pois a maior diferença do jogo de hoje para o de Paris é que nesta altura num meio campo português com Danilo e Wiliiam a França não conseguiu, de forma alguma, explanar o seu futebol e daí o empate e uam exibição que nos encheu de alguma satisfação. E aqui neste aspecto cito novamente Fernando Santos: “É futebol”.

Mas o resto não é futebol, é cisma do seleccionador nacional e estatuto promovido pela nossa Comunicação Social em torno de um jogador como Félix que tem a sua qualidade mas que tem ainda muito para aprender. Em época de confinamento forçado ao fim de semana, também houve confinamento de ideias numa partida de futebol que se disputou num Sábado.

Contudo agora não há volta a dar. O que está feito, feito está. Agora há que ir à Croácia vencer, motivar os jogadores, acalmar os adeptos e prosseguir o caminho. Há um Europeu para disputar e um apuramento para o Mundial para ser alcançado. Acabou a UEFA Nations League (Liga das Nações) mas fica o estatuto de cabeça de série para o sorteio da fase de apuramento para o Mundial do Qatar e a lição de que lá para o verão não há que facilitar diante da França.

Melhor em Campo: João Moutinho. Entrou em campo para o lugar de William Carvalho e foi o “clique” que essa equipa necessitava para tentar vencer o jogo. Moutinho pegou num meio campo meio que apático, conseguiu aumentar o ritmo do jogo português e trouxe alguam ordem aos ataque que começou a dar mostras daquilo que realmente é capaz.

Pior em Campo: William Carvalho. Não querendo encontrar “bodes expiatórios” para a derrota de hoje, creio que William esteve muito mal e terá sido muito pela sua má forma de hoje que Portugal perdeu. Desconcentrado na hora do passe, mal no posicionamento e péssimo na altura de fazer frente a um meio campo francês que tem muita qualidade.

Arbitragem: Não creio que tenha sido pelo trabalho de Tobias Stieler o responsável pela derrota de Portugal. É verdade que podemos dizer que existem muitas dúvidas num lance em que Trincão cai na área francesa, mas não podemos afirmar com certeza que foi grande penalidade. Em suma, boa arbitragem do árbitro alemão e seus assistentes.

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publicado às 21:49


Respeito

por Pedro Silva, em 11.10.20

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imagem retirada de zerozero

Respeito. Se me pedirem para resumir esse jogo entre França e Portugal a uma só palavra eu respondo de imediato: respeito. Tanto uma selecção como a outra se igualaram por completo numa partida de futebol que foi muito boa de se assistir. E, sublinhe-se, a selecção francesa, actual Campeã do Mundo de futebol, em momento algum teve um domínio claro na partida!

Efectivamente estou em crer que Fernando Santos retirou muitas e boas ilações do anterior empate caseiro diante da Espanha. Só o facto de ter entrado em campo com um meio campo com a dupla William/Danilo já foi algo de positivo e sinal de que se ao levar muito a sério essa partida. Partida que, diga-se desde já, estava longe de ser decisiva até porque a Suécia ainda tem uma palavra a dizer.

Mas atenção. Em momento algum Portugal me pareceu inferior à França. Pelo contrário! É um facto que os jogadores franceses tem uma capacidade física muito maior do que os portugueses e tal tinha, obviamente, reflexos nos duelos individuais que eram quase sempre vencidos pelos gauleses, mas a verdade seja dita que os nossos lusos deram luta e não foram nada inferiores tendo, inclusive, em muitos momentos “apagado” por completo os perigosos Mbappé, Pogba e Griezmann.

Gostei muito da atitude da nossa selecção. Apreciei o respeito que a França demonstrou pela nossa equipa. Não gostei muito foi de em certos e determinados momentos Portugal ter-se esquecido do - sempre muito - importante posicionamento táctico. Tivéssemos sido um pouco mais “certinhos” neste aspecto e, com um pouco de sorte, se calhar estaria agora a dissecar uma vitória portuguesa (mais uma) em Paris. Acredito que a insatisfação de Fernando Santos face a esse resultado passa um pouco por aí.

Quanto a Fernando Santos, sou da opinião de que “mexeu” bem na equipa quando ela precisou. Eu teria tirado João Félix do campo um pouco mais cedo e teria colocado Jota no seu lugar… Mas no cômputo geral o nosso seleccionador nacional esteve ao seu nível e orientou bem Portugal num jogo que todos sabíamos que ia ser muito complicado.

Em suma. Boa partida de futebol e bom resultado. Está tudo em aberto num grupo que Portugal pode muito bem vencer e passar à fase final.

Agora é seguir em frente e “obrigar” a Suécia a ter de vencer a França derrotando os nórdicos em Alvalade já na próxima quarta-feira. E atenção à Croácia que venceu hoje a Suécia e tem ainda uma palavra a dizer sobre quem vai passar a Final Four da Liga das Nações. Isso está ainda longe de ficar resolvido… Convêm é não deitar por terra o que de bom se aprendeu no jogo de preparação diante da Espanha e o que de muito bom se fez em Paris.

Melhor em Campo: Escolha difícil. Todos jogaram bem e atletas lusos houveram que jogaram muito e bem. Escolho a dupla do meio campo William/Danilo que jogaram muito tanto nos momentos defensivos e nos momentos de construção ofensiva.

Pior em Campo: Bernardo Silva. Esteve fora do seu posicionamento normal mas sou da opinião de que esse factor não justifica a sua fraca prestação. Bernardo Silva tem muita qualidade nos seus pés e muita inteligência táctica pelo que se pedia mais hoje a esse grande atleta.

Arbitragem: Noite tranquila em termos arbitrais. Del Cerro Grande teve de tomar algumas decisões complicadas (amarelo a Rúben Dias e golo anulado a Pepe) mas esteve sempre bem e procurou deixar o jogo seguir normalmente não sendo muito interventivo. Bom trabalho da equipa de arbitragem espanhola.

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publicado às 21:49


Recauchutagem do sistema

por Pedro Silva, em 20.05.20

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Tempos de crise aguda como a que vivemos exigem, sem sombra de qualquer dúvida, respostas agudas da parte de quem nos governa. Tal é válido internamente como externamente ou não fosse a economia Mundial um tremendo dominó que tanto pode ser um paraíso como um inferno dependendo da forma como cai – ou não – a primeira peça..

Contudo num Mundo com tantas diferenças as respostas à crise provocada pela Covid-19 tem sido, também elas, muito diferentes entre si.

Alguns líderes mundiais (felizmente poucos) optam pela teimosia latente, formas de enriquecimento à custa de placebos que as farmacêuticas tem ás paletes nos seus armazéns, apelos ao fregreso a ditaduras militares, actos de violência e desrespeito para com os órgão de comunicação social que se recusam a dar tempo de antena aos seus disparates públicos, e por aí adiante.

Outros líderes mundiais, mais concretamente os europeus, optaram numa primeira fase por um confinamento mais ou menos rigoroso (cada país teve o seu “inferno”, pelo que a resposta ao mesmo variou) e agora que a pandemia parece estar a estabilizar optam por uma espécie de recauchutagem do sistema. Países há que abrem a sua economia - uns mais lentamente e outros de forma mais célere - para que tudo volte não ao normal de antigamente mas sim ao novo normal.

E é, a meu ver, que na nossa Europa existe um problema. Sendo a União Europeia um espaço comum, de economia comum e. em certos e muitos pontos, de finanças comuns, creio que deveria existir uma estratégia comum de reabertura da economia europeia (mesmo que a Covid-19 tenha afectado mais ou menos certso Estados-membros). Não falo aqui numa reabertura unânime pois tal em Democracia é quase impossível… Recordo que a União Europeia tem 28 Estados-membros (o Reino Unido ainda não saiu oficialmente da União), pelo que é de todo impossível que haja uma concordância plena entre todos.

È que estou em crer que esta recauchutagem do sistema – forçada em muitos países – nosm primeiros tempos até que pode disfarçar e dar a sensação de que tudo está bem que vamos ficar bem, mas a economia é travessa tal como a sua “amiga” diplomacia. São muitos e variados os imprevistos que forçam uma viragem rápida do rumo dos acontecimentos. Tal já aconteceu no passado e não estou em crer que no presente e futuro tal não venha a suceder.

É neste cenário que olho com uma certa preocupação para o que está a acontecer na Europa.

França e Alemanha anunciaram publicamente um programa de apoios a fundo perdido a todos os Estados-membros.

Nada que já não tenha sido falado anteriormente com a Holanda a fazer finca pé com a sua tese de que este programa deverá ser de empréstimos com juros baixos e não a fundo perdido. Na altura os holandeses acabaram por ver metade ads saus pretensões atendidas pois nem França nem Alemanha tinham grande interesse num tal programa ou não estivessem ambos (especialmente a França) a braços com um crescente caso de cidadãos infectados com a Covid-19.

Mas agora que a temática está de novo em cima da mesa europeia, desta vez com o papel de mau da fita a ser interpretado pela Áustria,  quem me garante a mim e qualquer português (aka cidadão europeu) que alemães e franceses não acabarão por ver nas pretensões austríacas uma forma de fazer valer a sua posição de potências dominantes na Europa impondo, para tal, a austeridade que o nosso Primeiro-ministro diz repudiar veemente?

Artigo publicado no site Repórter Sombra

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Alerta amarelo

por Pedro Silva, em 08.01.19

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Deixando de lado a questão nacional no que aos – já – famosos coletes amarelos diz respeito (para se perceber a razão de tal basta ler o último artigo de opinião da Angelina Lima que foi aqui publicado recentemente), penso que começa a ser preocupante a forma como um movimento com ideias simples e, muitas delas, justas e realistas se está, aos poucos, a transformar em algo muito parecido com o movimento que nos anos 30 do século passado fez com que Hitler e os seus pares (entre outros) chegassem ao poder. Convêm não esquecer que historicamente a França sempre simpatizou com movimentos fascistas e ideias fascizantes até porque, quer se goste ou não, não tivesse havido a intervenção aliada na Segunda Guerra Mundial e a França continuaria, alegremente, a ser uma amiga fiel e leal da Alemanha nazi.

 

Ao contrário da nossa Comunicação Social que parece achar divertido q.b. as peripécias do movimento “coletes amarelos”, sou da opinião de que devemos olhar para tal com muita cautela e, sobretudo, algum receio. Isto porque o “cerco” de Governos radicais que incompreensivelmente – ainda - fazem parte do projecto europeu e que estão, aos poucos, a alimentar a crispação que conduziu a Europa ao estado lastimoso em que se encontra são factores que, aliados e devidamente explorados pelos “coletes amarelos”, podem, no médio e longo prazo, transformar a França no poderoso baluarte que ditará o fim de uma União que demorou tantas décadas a ser construída. E não se espere que a Alemanha e os seus “satélites” impeçam tal coisa até porque estes também começam, aos poucos, a sentir a pressão da escalada tenebrosa da extrema-direita que colocou o Velho Continente – e o Mundo – a ferro e fogo no século XX.

 

Claro que se pode, e deve, apontar o dedo a Emmanuel Macron e o seu Governo pelo actual de estado de coisas. Mas ao faze-lo estamos a ser redutores na analise cabal do problema. Isto porque Macron pode ter sido o catalisador da implosão da extrema-direita no solo gaulês, mas não é, nem nunca será, o principal responsável por tal. O problema vem de trás. Muito de trás. Advêm antes do facto de o centro da política europeia estar completamente degastado ao ponto de já não se saber quem é quem numa Europa onde a resposta a uma gravíssima crise financeira passou, exclusivamente pela punição severa de quem sofreu na pele a vilania de um Mundo financeiro que ainda hoje contínua imune a qualquer tipo de julgamento e, inclusive, de cabal controlo.

 

Por isto, em vez de andarmos a achar piada aos “coletes amarelos” e a procurar dar uma de “copy cat mal-amanhado”, procuremos antes olhar de frente para a problemática antes que seja tarde demais. È que este assunto é bem mais grave do que a entrevista de Mário Machado e do que as intervenções públicas sem nexo do “Professor Marcelo”.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (08/01/2019)

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