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Da paranóia

por Pedro Silva, em 15.12.20

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Se há coisa que me mais me tem assustado nesta pandemia não é o facto de estarmos a enfrentar uma doença desconhecida que tem ceifado Vidas de todas as faixas etárias. E muito menos me assusta a mais do que provável exploração que a indústria farmacêutica fez, faz e fará de um problema que se nota à escala global. Todos sabemos que os países e Estados que tiverem maior capacidade financeira tem acesso privilegiado a soluções que outros países e estados onde a pobreza sistémica é uma realidade por força dos interesses dos países e Estados mais ricos.

O que me assusta verdadeiramente é que o Mundo, mais concretamente o Ocidente, a Europa e, no caso do meu país (Portugal), não ter a mínima e manifesta capacidade de se organizar minimamente para aquilo que é uma guerra contra um inimigo perigoso de facto mas que pode muito bem ser controlado e, a seu tempo e com muito custo, derrotado.

É medonha a forma quase que infantil como os nossos governantes não conseguem pensar a médio e longo prazo, ficando – sempre – pelas intervenções curtas que lhes garantem estabilidade e votos para poderem dar continuidade à sua governação. E não lhes interessa, ou parece não interessar, que continuem a falecer pessoas quando as suas mortes podiam (e deviam) ter servido para a necessária recauchutagem de um sistema que se fez obsoleto em nome de uma paranóia tal em torno de um rigor financeiro que serviu, serve – e pelos vistos – servirá os interesses de alguns.

Numa guerra, mesmo nas indesejadas como a que estamos a viver, existem baixas. É um facto incontornável que cidadãos, pessoal médico, polícias, administrativos, etc. serão vítimas fatais desta guerra contra a Covid-19. Não há volta a dar dada a força e capacidade de mutação do raio do vírus. E face a tal o que tem feito a classe política europeia (a portuguesa inclusive)?

Tem procurado levar a cabo políticas que permitam a que os profissionais de saúde tenham mais e melhores condições de trabalho?

Já foram aprovadas e aplicadas medidas tais como fiscalização apertada e coimas pesadas para Lares de Idosos, Centros de Dia e locais de trabalho onde a higiene e segurança não existem?

Foi disponibilizada verba e logística para a modernização de Centros de Saúde, Hospitais, Edifícios públicos, Esquadras, Tribunais, Prisões e demais infraestruturas estatais que foram construídas nos anos 80 do século passado e assim permaneceram?

A resposta é um redondo não! Nada se fez e nada se fará. Tudo o que tem sido feito pelos Estados europeus (Portugal incluído) cinge-se, única e simplesmente, ao ataque cerrado e cego aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos em nome da saúde pública. A criação de estigmas e de frases feitas do tipo “estão pessoas a morrer nos Hospitais, como tal não podem haver festejos” tem sido uma constante.

Já dizer-se que morrem pessoas nos Hospitais porque esses não tem capacidade de resposta adequada aos tempos que correm é algo que parece “queimar uns quantos fusíveis” dos ditos Catedráticos da Saúde que atiram com tais frases feitas para a Praça Pública não com o objectivo de acalmar e sensibilizar a população mas sim de causar ainda mais pânico e divisões numa população que deveria, acima de tudo, estar unida contra um inimigo comum.

Agora acena-se com a vacina como se de uma solução miraculosa se trate. Chama-se à atenção de que a dita não será suficiente, o que é verdade pois algo que é feito à pressa e sob uma tremenda pressão (do sector financeiro especialmente) não poderá – nunca – ser a solução do grave problema mas sim mais um problema suave que juntará ao já existente problema da Covid.

Artigo publicado no site Repórter Sombra (15/12/2020) 

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publicado às 21:30


Portugal, o bom aluno

por Pedro Silva, em 19.09.18

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Por muito que António Costa, demais elementos do seu Governo, Partido Socialista (PS) e plataforma de apoio ao actual Executivo apregoem, Portugal continua a ser o «bom aluno» de uma Europa céptica e refém dos seus ideais económico-financeiros (e demais estereótipos). A austeridade cega e descoordenada está bem viva na nossa sociedade e veio para ficar. A prova disto mesmo é o estado cada vez mais deplorável e caótico em que se encontram certos serviços do Estado. Especialmente na Educação e Saúde, sectores que por força das políticas seguidas pelo Governo Passos/Portas (e Cristas, diga-se desde já) sofreram um esvaziamento tal de pessoal qualificado e não qualificado que hoje em dia começam a ser por demais evidentes problemas sérios que se nada for feito a médio e longo prazo poderão vir a ser crónicos.

 

Sempre o disse, e mantenho, que o aumento da carga horária da Função Pública não passou, nunca, de uma forma encapotada de reduzir o pessoal dos vários serviços prestados pelo Estado. Entre convites “açucarados” para a desvinculação laboral e saída para a reforma, Passos, Portas e Cristas “esvaziaram” quase que por completo os sectores da Saúde e da Educação. Sectores que hoje em dia clamam por mais pessoal. Sectores que – pasme-se! – enfrentam uma crise de funcionamento brutal dado que tem cada vez mais dificuldade em dar resposta a uma população cuja esperança média de Vidas tem vindo a aumentar e que tem cada vez mais de ocupar o seu tempo com trabalho para poderem fazer face às (cada vez mais crescentes e necessárias) despesas que qualquer um de nós enfrenta no dia-a-dia.

 

Com este problema em mãos, munido de uma forte propaganda política de “combate à austeridade bruta e cega”, António Costa procurou resolver o problema. Mas não o fez contrariando, por completo, a tese do Governo anterior no que à Função Pública diz respeito. Apostou, aposta e apostará no chamado trabalho temporário (aka tarefeiros). Algo que este mesmo Executivo de António Costa tanto critica no sector privado tendo, inclusive, tomado medidas legislativas para combater tal.

 

Tudo isto para que nos gabinetes da pesada burocracia europeia que desconhece e tem horror à realidade tal como ela é, Portugal possa apresentar um bonito e exemplar “excel”. Isto para além de que fica sempre bem no que à taxa de desemprego diz respeito, algo que vem sempre à baila quando desce. Mesmo que à custa muitas patranhas.

 

Portugal foi e continua a ser o bom aluno. Os fundos (muito deles manhosos e especulativos como o passado já nos demonstrou) agradecem. Já quem precisa dos serviços do Estado e trabalha neles não pensa da mesma forma. Que o digam o sector da Saúde e da Educação onde tudo parece estar a caminhar para uma espécie de limbo da degradação sem fim.

 

Um aparte, para aqui dar conta da minha profunda reprovação pela – cada vez maior – falta de senso democrático da nossa vizinha Espanha. Um Estado dito democrático no verdadeiro sentido do termo não pode tolerar a censura. Seja ela praticada por cidadãos ou entidades públicas. Isto porque os independentistas catalães têm todo o cabal direito de expressar as suas ideias por toda a Catalunha desde que o façam de forma ordeira e pacífica. A colocação dos famosos laços amarelos em espaços públicos é uma destas formas pacíficas e ordeiras de se manifestar uma vontade política que não tem de ser a de todos os que habitam na dita região. Pelo que fica mal (muito mal!) que um grupo de cidadãs(?) de cara tapada andem pela calada da noite a arrancar todos os laços amarelos que vêm pela frente. Igual atitude só mesmo as dos membros do partido nazi da Alemanha de Hitler.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (18/09/2018)

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publicado às 18:44


À mulher de César não lhe basta ser séria

por Pedro Silva, em 08.01.18

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Já não é a primeira vez que recorro ao famoso brocado “à mulher de César não lhe basta ser séria, tem de o parecer” e volto a recorrer ao dito para criticar a postura do Sr. Ministro das Finanças Mário Centeno que terá usado e abusado da sua posição de governante para solicitar junto de um contribuinte (no caso o Sport Lisboa e Benfica) dois lugares na bancada presidencial do Estádio da Luz para que os seus filhos pudessem acompanhar in loco o clássico SL Benfica x FC Porto.

 

È efectivamente isto que está em causa. O abuso de poder de poder por parte de um governante que solicitou um favor a um contribuinte. Até porque, salvo erro da minha parte, os lugares na bancada presidencial do já aqui referido estádio não estão à venda ao público em geral.

 

Distorcer esta questão é seguir a via do mais puro fanatismo clubístico e ideológico. O Sr. Ministro das Finanças Mário Centeno e os seus familiares podem ser adeptos do clube que muito bem entenderem. O Sr. Ministro das Finanças Mário Centeno e os seus familiares tem total liberdade para poderem ir ver os jogos ao vivo nos estádios que muito bem lhes aprouver desde (sublinhe-se o “desde”) que paguem para tal.

 

Esta situação do pedido de bilhetes ao Benfica é, na prática, muito parecida com o famoso "Galpgate".

 

Quer se queira ou não, o Sport Lisboa e Benfica é um contribuinte. E é um contribuinte que para se poder inscrever na época seguinte da nossa liga de futebol necessita de apresentar uma certidão das Finanças que comprove que não tem dívidas fiscais pendentes e/ou que está a cumprir com todos os acordos de pagamentos de eventuais dívidas fiscais que tenha em atraso. Ora quem me garante a mim - e a muitos outros contribuintes - que caso o Benfica tenha dívidas fiscais em atraso ou não esteja a cumprir com os acordos de pagamento que firmou com a Autoridade Tributária este não irá recordar o actual Sr. Ministro das Finanças do favor que lhe fez em tempo em troca da dita certidão?

 

Este clima de suspeição que Mário Centeno criou em torno de si poderia ter sido evitado. Bastava que se colocasse de lado a velha mania tão portuguesa de tudo facilitar e seguir a velha máxima de que “à mulher de César não lhe basta ser séria, tem de o parecer”.

 

Sr. Ministro das Finanças Mário Centeno dê o braço a torcer, reconheça que errou e que aprendeu a lição sob pena de ficar em mãos com uma “bomba” mediática que pode bem explodir-lhe nas mãos e deitar por terra todo o trabalho que tem vindo a ser bem feito nos últimos anos. No fundo e no cabo é isto que a “Direitola” de Assunção Cristas e a malta do PSD desejam.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (08/01/2018)

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publicado às 21:30


Passos 4ever!

por Pedro Silva, em 20.12.16

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Os últimos meses não têm sido pacíficos para Pedro Passos Coelho. Este falhou a sua previsão de que o Diabo viria em Setembro para punir os portugueses e agora vê toda (ou quase toda) a sua “quadrilha” de amigos, amigas e amigalhaços ansiosos por o ver longe da liderança do Partido Social Democrata (PSD). A situação é de tal forma critica para Pedro Passos Coelho que já há quem o queira ver “queimado” pela intensa fogueira das autárquicas para que desta forma o ainda líder da oposição se demita do cargo que insiste em manter até ao fim.

 

Apesar de tudo eu sou a favor da manutenção ab eternum de Passos Coelho na liderança do PSD. Ainda esta semana ouvi António Lobo Xavier passar a ideia de que Pedro Passos Coelho é o líder ideal para o PSD e tenho de dizer que estou inteiramente de acordo com o comentador. Enquanto o Partido Social Democrata continuar a ser dominado por um conjunto de fanáticos neo liberais que colocam a sua tresloucada ideologia à frente da doutrina social-democrata, eu sou da opinião de que Pedro Passos Coelho se deve manter à frente do partido até ao fim dos tempos.

 

É fundamental manter o actual caminho de diálogo aberto e de negociação constante que está, aos poucos, a devolver o bem-estar de todos nós e a recuperar o nosso pequeno país. Quatro anos de patetices governativas made in Governo de Direita liderado por Pedro Passos Coelho é dose! Uma vez chegou e bastou!

 

Espero sinceramente que Passos Coelho resista (como tem feito até aqui) à enorme fuga de apoios (qual ratos que fogem do navio que afunda) de muitas das figuras icónicas do PSD. Portugal necessita que o maior partido da oposição mantenha um discurso alucinado, pessimista e – sobretudo – apologista de toda e qualquer tragédia que devaste por completo Portugal e os seus cidadãos. É vital que assim seja. A actual plataforma de entendimento à esquerda agradece, o Governo Socialista de António Costa idem e todos nós também.

 

E convêm que Passos Coelho não esqueça nunca de apelar à sua maior aliada nesta sua luta. Maria Luís Albuquerque, a pior ex-Ministra das Finanças (também conhecida como Ministra dos swaps) de que me lembro tem contribuído – e de que maneira – para que Pedro Passos Coelho continue a ser o líder nato do PSD. Tem sido completamente cilindrada em público no que às suas medidas enquanto Ministra das Finanças dos dois últimos Governos da Direita diz respeito (“o que não fez” na Caixa Geral de Depósitos é um “mimo”), mas é fundamental que esta se mantenha sempre – mas sempre - ao lado de Passos Coelho e das suas alucinações.

 

Tudo isto para que o eleitor português veja de uma vez por todas o tipo de pessoas e o nível de competência que o grandioso líder da oposição faz questão de se rodear para poder fazer oposição ao Governo de António Costa.

 

Passos 4ever!

 

P. S. Mas se porventura os “laranjinhas” se lembrarem de dar um pontapé no traseiro de Passos podem sempre eleger o “fabulástico” Luís Montenegro. È “farinha do mesmo saco” de que veio Pedro Passos Coelho (é verdade), mas agora o Luís anda mais resguardado e já não se ri tanto nas Conferências de Imprensa e nas suas intervenções na Assembleia da República.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (18/12/2016)

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publicado às 16:23


Carrega Zé!

por Pedro Silva, em 08.07.14

Portugal foi um dos países que esta terça-feira se manifestou contra a flexibilização das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento defendida pela Itália.

 

Mais um tiro no porta-aviões, ou melhor, no próprio pé de um País que tem tido resultados desastrosos com este tal de Pacto de Estabilidade e Crescimento.

 

Para mais tão fabuloso Pacto arrastou a Europa para um poço sem fundo economicamente e financeiramente falando e acentuou o fosse entre Países Pobres e Países Ricos colocando em causa a construção Europeia das últimas décadas. E isto para não falar nos níveis de desemprego que simplesmente dispararam para números alarmantes nos Países da Europa do Sul, Países estes que foram como se forçados a assinar tal Pacto como foi o caso de Portugal. Para além disto o Capital simplesmente "fez as malas" e partiu para outras paragens bem mais vantajosas onde o dito Pacto não dita a Lei, levando consigo qualquer boa perspectiva de crescimento e de desenvolvimento dado que no sistema Capitalista sem Capital nada se faz.

 

Daí que se pergunte o porquê desta “nega” da parte do Ministério das Finanças Luso à flexibilização de algo que tem simplesmente colocado o País e a União Europeia na Forca? Eis a resposta:

 

Albuquerque recordou que Portugal foi sujeito nos últimos anos a uma aplicação escrupulosa dessas regras, pelo que seria inaceitável proceder à respectiva modificação a pedido de um ou dois países.

 

Albuquerque, tal como o mentiroso compulsivo, acredita no Pai Natal e no Menino Jesus, como tal acha que não se deve flexibilizar o Pacto de Estabilidade e Crescimento porquê tudo está bem e caso a coisa corra mal o Zé aguentará sempre com qualquer carga que lhe coloquem em cima do lombo porque se Portugal está num abismo os outros também devem estar. Como diria o outro: Porreiro Pá!

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publicado às 19:03


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