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Ponto prévio; pode não parecer mas eu sou europeísta. E quando aqui digo que sou europeísta não estou com isto a afirmar que concordo e aceito o federalismo europeu porque tal se trata de uma ideia que é, de todo, impossível. Para mais o ser europeísta não é sinónimo de que se aceita o actual estado em que se encontra a União Europeia.
É um triste facto. A União Europeia está em declínio e nunca a sua extinção esteve tão próximo de acontecer. Os problemas são mais do que muitos e para tal bastou que a Europa se tivesse “partido” em duas por sua manifesta vontade. Falo aqui – obviamente - da criação da zona euro, zona que não alberga todos os Estados-membros da União Europeia mas que influencia a vida de toda a União Europeia. Tal influência tem feito aquilo que o icebergue fez ao Titanic.
Não é um mero acaso que hoje em dia se fale com tanta insistência e extrema preocupação do Brexit. Realmente nenhum povo europeu está na disposição de abdicar – ainda mais - da sua soberania em prol de um projecto europeu que sanciona os Estados-membros que seguem à risca a política do Euro grupo. Assim como há cada vez menos gente predisposta a realizar sacrifícios em prol do cabal respeito do preceituado nos tratados europeus e ver um País como a França não ser sancionada pelo desrespeito dos ditos Tratados somente porque é a França.
Confesso que nunca entendi o porque de ter de existir um Tratado Orçamental na zona euro. Tal figura surge seguindo a ideia de que os governantes são todos uns irresponsáveis que olham para as Finanças Públicas como se de um Cartão de Crédito se trate. Ainda se o dito Tratado previsse regimes de execpção em casos de crise financeira “eu era como o outro”, mas tal não existe e o que sucede realmente é que os países signatários do dito Tratado tem de fazer tudo e mais alguma coisa para o cumprir sob pena de serem sancionados. Ou seja; execpetuando a França. Alemanha, Bélgica, Holanda e Áustria todos os outros Países da zona euro tem de reduzir o investimento público em sectores sensíveis como a Segurança Social, Segurança, Trabalho e Saúde para que os seus défices orçamentais não ultrapassem os 3%. E tal tem de ser assim quer se esteja em clima de crise financeira/catástrofe natural/ataque terrorista/crise humanitária ou não.
Sinceramente ainda estou para perceber como é que os Países da dita zona se meteram nisto da zona euro…
Agora juntemos a esta tremenda trapalhada (uma expressão muito em voga nos dias de hoje) a crise dos refugiados – crise que França e Inglaterra ajudaram a criar – e percebem porquê razão eu afirmo que a Europa Federada não passa de um sonho tresloucado sonhado na geração de 90 sob a influência de uma qualquer substância psicotrópica.
Em suma: actualmente existem duas Europas dentro da União Europeia. Em ambas ninguém se entende e estão todos uns contra os outros por questões meramente políticas (dizem os políticos europeus).
Em jeito de remate final coloco a seguinte questão: Ainda há quem se admire com o Brexit?
Artigo publicado no Repórter Sombra
A União Europeia, cada vez menos democrática no topo e na base, forneceu a esta conjuntura um instrumento quer de unificação e ampliação de políticas, quer de controlo político sobre os recalcitrantes. O “europeísmo” ideológico, em refluxo de caução democrática nacional e sobrepondo-se, muito para além dos Tratados, aos parlamentos e à soberania, teve um papel fundamental em conseguir a subordinação dos socialistas a essa direita. Esta subjugação foi materializada, entre outras coisas, pelo Tratado Orçamental que lhes impõe uma visão da economia, da sociedade e do estado que historicamente nunca foi sua. A isto somou-se uma interpretação retrospectiva da história, encontrando um nexo causal que demoniza certas políticas e legitima outras. Viveu-se e vive-se um momento áureo de um historicismo vulgar associado à perda de memória acentuada no universo mediático e das redes sociais.
Com a proibição de qualquer veleidade keynesiana pelo Tratado, os socialistas perderam autonomia e sofreram derrotas sobre derrotas, mesmo quando “ganharam” como Hollande, porque entre uma imitação e a “real thing” os eleitores preferem a “realidade”. O preço desta quebra da “alternativa” foi a crise preocupante de representação nas democracias europeias, o crescimento da abstenção, o afastamento dos partidos no poder da população, e o crescimento à esquerda e à direita de partidos e movimentos anti-europeus e anti-sistema. Na “realidade” paga-se sempre o preço da realidade.
Em segundo lugar, existe uma enorme confusão entre a “realidade” do “fim da história” e o poder. Aquilo que os gregos encontraram à sua frente não foi o muro da “realidade”, foi o muro do poder. O poder no sentido weberiano, a possibilidade de alguém obrigar outrem a proceder contra a sua vontade. Uma das grandes aquisições da crise grega para a consciência europeia, foi a revelação às claras, sem ambiguidade, sem disfarces, da brutalidade do exercício de um poder. Nos nossos dias isto não é desejado pelos poderosos, que gostam de disfarçar o seu poder na discrição e no segredo, onde ele é sempre maior. Ao revelar o poder, enfraqueceu-o. Dos alemães aos parceiros menores como Passos Coelho, saber-se o que fizeram, saber-se o que impediram e vetaram, saber-se o que disseram, nas portas fechadas do Eurogrupo, e perceber-se que o resultado foi uma imposição punitiva de uma política em que ninguém acredita a um governo e a um povo, cria uma situação sem retorno.
Excertos de texto de opinião de Pacheco Pereira
Como agora tudo parece ter entrado num conveniente silêncio eis que volto a bater na tecla Grega e do actual estado a que a nossa pobre, muito pobre, Europa chegou. Nunca imaginei que após a 2.ª Grande Guerra/queda dos Regimes Fascistas a Direita extremista voltasse a marchar e a ter a força que tem hoje em dia. Hitler, Mussolini, Salazar e Franco devem andar às voltas nos seus túmulos…
Um aparte, depois de ter visto isto pergunto-me se na Coligação não haverá quem necessite de consultar, e com carácter de urgência, um Psiquiatra e/ou Psicólogo. É que tanta alucinação e mentira são de uma gravidade tal que faz inveja a muitos dos doentes internados no Magalhães Lemos/Júlio de Matos!
Presumo que o Leitor mais distraído ainda não tenha percebido que União Soviética é esta de que estou aqui a falar. Eu explico. Refiro-me à Zona Euro da União Europeia cujo Modus Operandi (MO) é uma cópia quase fiel ao da URSS. A única diferença é que a União Soviética do Século XXI, e da qual Portugal faz parte, não utiliza Tanques e Tropas para impor a sua vontade. Recorre antes a algo bem mais eficaz: o €.
Leia o artigo completo no Repórter Sombra
“Filhos do Mesmo Deus” é um filme do Realizador Yurek Bogayevicz que nos relata a história de um rapaz Judeu de 11 anos que é separado da sua família durante a Segunda Guerra Mundial. Escondido dentro de um saco de batatas este é levado para uma pequena Vila na Polaca, onde é adoptado por um Agricultor Católico.
Agora imaginemos que o rapaz é o Primeiro-ministro Grego Alexis Tsipras. Tal como o rapaz do filme de Yurek Bogayevicz, Tsipras é obrigado a ter de esconder a sua verdadeira identidade e de ter de “massacrar” o seu Povo para agradar aos Credores. E tudo isto porque, segundo aquilo que Pacheco Pereira apelidou de “Pensamento Dominante”, os Gregos foram irresponsáveis no passado e como tal agora tem de pagar o elevado preço da sua irresponsabilidade.
Dá que pensar não dá?
O mais engraçado é que os Gregos são tão Europeus como os seus Credores…Europeus!
Leia o artigo completo no Repórter Sombra