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"O Estado Social e os Impostos são a “arma de arremesso” preferida dos defensores da ideologia neo liberal. Os defensores desta linha de pensamento ignoram (ou fazem por ignorar) aquilo a História do Velho Continente. Se há coisa que o século XX nos demonstrou, especialmente no pós 2.ª Guerra Mundial é que o Estado Social é fundamental para a manutenção de um clima de Paz e segurança numa Europa já bastante fustigada por variadíssimos conflitos bélicos e questões regionais que estão ainda por resolver.
Em suma, a questão é antiga, mas é um facto que o Estado Social tem de existir. E este apenas existe porque a suporta-lo está a necessidade de Paz e Coesão Social de que falei anteriormente. Mas a criação e manutenção do Estado Social no Velho Continente implica, acima de tudo, que exista uma base financeira. Base que é gerada pelos impostos e taxas que o Estado cobra. Dito de uma forma mais simplista, não há Estado Social sem impostos. Pelo menos na Europa. Já no “Novo Mundo” e Oriente a conversa é outra dado que falamos de sociedades com ritos, história e formas de estar completamente distintas das sociedades europeias."
(...)
Leia o artigo na íntegra no blog Rasurando
Ameaças, estereótipos, rivalidade, conflito de interesses, xenofobia, belicismo, os mais poderosos impõem a sua lógica e pressões atrás de pressões para que o interesse de alguns se sobreponha aos interesses dos demais. Eis o retrato mais fiel que um europeísta convicto - como eu – faz da actual União Europeia. Alias, se eu quiser ser mais sucinto e rigoroso ao mesmo tempo direi que a União Europeia é a versão actual da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Não se tenha a mais pequena dúvida de que, mais cedo do que tarde, o projecto europeu vai ruir como se de um baralho de cartas se trate. Não deixa é de ser curioso que tal ruína vá seguir exactamente o mesmo trajecto que seguiu a “defunta” URSS. Sinal de que os europeus, por muito bem-intencionados que sejam, não sabem aprender o que deviam aprender com o passado.
Construir um espaço comercial comum é algo de possível. Já construir um super estado onde a facção mais poderosa impõe a sua nada perceptível e corrupta lógica não deu bons resultados no passado nem dará no presente e futuro. Impérios foram construídos e forjados no espaço europeu – muitos deles com uma vastidão imensa – e todos eles acabaram num fracasso inevitável por serem injustos, xenófobos e, sobretudo, mega autoritários. Ver recentemente Donad Tusk a tecer ameaças (no verdadeiro sentido do termo) aos Estados-membros da União Europeia que não subscrevessem o famigerado e ultra neo liberal Tratado Comercial com o Canadá é o exemplo mais recente de que temos hoje uma União Soviética em tons de azul com estrelas douradas.
Para ser muito sincero admito que não consigo perceber a razão pela qual a União Europeia pretende trilhar este caminho. De uma Europa que queria fazer a diferença para melhor para que o seu passado de conflitos bélicos não voltasse a ser uma realidade, chegamos a uma Europa completamente dividida, carregada de intrigas e a caminha a passos largos para a auto flagelação. Não se tenha a mais pequena dúvida de que após a entrada – mesmo que à força bruta – do CETA se seguirá o desmoronar de uma Europa que se construiu sob um sagrado mandamento: o do Estado Social onde os direitos e deveres dos europeus estão devidamente definidos e reconhecidos.
Claro que para Tusk e restantes dirigentes políticos não eleitos para cargos da União Europeia está tudo bem, As coisas seguem no rumo devido. Há que relembrar os mais distraídos que os altos dirigentes não eleitos da União Soviética também pensavam e viam as coisas da mesma forma. O resultado de tal forma de estar redundou no colapso da URSS.
Mas isto não aconteceu verdadeiramente. Tudo o que escrevi até aqui não é mais do que o discurso da fantasiosa “Esquerda Radical anti europeísta”.
Enfim… É a Europa que temos e merecemos.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (31/10/2016)
Desde que os pesados sacrifícios do Orçamento de Estado de 2014 se tornaram notícia que surgiu um conjunto de pensadores (conhecidos também por Opinion Makers) que pretendem tomar as rédeas da opinião pública portuguesa no sentido de a conduzir para o tem de ser porque tem de ser.
È neste contexto que analiso esta opinião de Henrique Monteiro, Jornalista e cronista do Jornal Expresso.
Quem como eu costuma ler as crónicas do Henrique Monteiro cedo se apercebeu que o cronista é um adepto incondicional da extinção do Estado Social. Ou melhor, é adepto não da extinção deste Estado mas sim do dito Estado Minimalista que apenas vela pela nossa segurança e pouco mais.
Sucede porém que na defesa desta sua tese por vezes Henrique Monteiro cria becos onde este pensa que somente a sua saída é a mais correcta. Parece uma contradicção bem sei, mas basta que leiamos esta sua última opinião a que já aqui fiz referência para que percebam onde quero chegar.
Para Henrique Monteiro isto está mau porque se gastou demais. Para Henrique Monteiro se um País rico como a Holanda onde o ordenado mínimo se cifra seguramente bem acima dos 1500€ começa a sentir necessidade de reduzir as suas Prestações Sociais, então nós pobres Lusitanos também temos de fazer o mesmo porque somos o parente pobre da Europa.
Para mais Henrique Monteiro parece não conseguir ver para além do seu próprio umbigo e quem está com ele merece um BRAVO e quem está contra é porque imagina coisas.
Esquece-se o ilustre Jornalista que o aumento do desemprego tem como principal consequência o aumento dos gastos da Segurança Social e uma drástica diminuição das receitas porque quem não trabalha não desconta nem pode pagar os seus impostos.
Mas devo ser eu que estou a imaginar coisas até porque se o Estado despede pessoal sob o pretexto de querer cortar nas gorduras servindo-se de um radicalismo ideológico muito próprio que o leva a cortar um osso seu, então torna-se realmente complicado manter o Estado Social num contexto em que a população cada vez mais envelhece.
Quer-me então parecer que o Jornalista e cronista Henrique Monteiro sofre de uma suposta preguiça mental no que a este assunto diz respeito, mas para o Henrique eu acredito no Menino Jesus.
Excerto de noticia publicada no site da Rádio Renascença
Vamos a chamar os bois pelos nomes. O único grande objectivo do Estado é o de acabar de vez com o Estado Social e abrir caminho ao Estado Neo Liberal onde os Cidadãos apenas tem a obrigação de pagar impostos, emolumentos e taxas.
As maravilhas que o Estado Português podia fazer na Educação, Saúde, Administração Interna e Justiça com este meio milhão de euros. Mas o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, prefere atirar esse meio milhão de euros pela janela fora numa altura em que temos todos de contar os cêntimos que temos na carteira.