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Pouco ou quase nada tem sido dito sobre Raqqa na Comunicação Social portuguesa. Não ficarei mesmo nada admirado se quem estiver a ler este texto se questione onde fica Raqqa e qual a razão que me leva a escrever sobre a mesma. Raqqa é a “chave” que poderá muito bem colocar um ponto final no conflito sírio e, quem sabe, no auto denominado Estado Islâmico. A razão pela qual quase ninguém fala nisto é muito simples: a habitual patetice Norte-americana.
É certo e sabido que somente em duas ocasiões os Estados Unidos da América tiveram intervenções positivas em conflitos que assolaram a Comunidade Internacional. Tirando as duas Grandes Guerras, rara foi a intervenção militar levada a cabo por Washington que não tivesse redundado num tremendo fracasso (Vietname) ou que tivesse criado um imbróglio medonho (Guerra das Coerias). A história bem que poderia ter ensinado alguma coisa aos belicistas Norte-americanos, mas infelizmente tal não sucedeu. E o que vamos vendo na recente escalada de pressão na península coreana é disto um bom exemplo.
Mas deixemos, por agora, a questão coreana de lado para nos concentrarmos na trapalhada que a Administração Obama criou em Raqqa. Uma trapalhada que a Administração Trump está a esforçar-se para que seja ainda maior.
Raqqa (ainda) é a capital administrativa da organização terrorista Estado Islâmico. A dita cidade situa-se na Síria, país que está neste momento mergulhado numa profunda guerra civil fruto das pressões externas levadas a cabo pelas potências vizinhas e potências ocidentais + Rússia.
Neste momento Raqqa está prestes a ser cercada por várias forças. Por um lado temos as tropas leais a Bashar al-Assad que são apoiadas pela Rússia, do outro temos as tropas do regime turco de Erdoğan dispostas a avançar sobre território sírio para tomarem de assalto Raqqa e, por ultimo, temos as tropas rebeldes/curdas apoiadas pelos Estados Unidos.
A juntar ao cenário descrito no parágrafo anterior há que juntar um importante facto;
Os Estados Unidos são um aliado natural da Turquia por causa da NATO.
E aqui temos um tremendo paradoxo dado que os Estados Unidos também apoiam - directa e indirectamente - os rebeldes e forças curdas da Síria. Forças curdas que têm sido o inimigo mortal do regime turco de Erdoğan nos últimos anos. Ora sendo os Estados Unidos um aliado natural da Turquia estes terão, forçosamente, de colaborar numa invasão unilateral por parte da Turquia caso Erdoğan decida avançar sobre Raqqa pois este não vê com muitos bons olhos uma provável vitória curda nesta importante zona da Síria. E caso tal suceda, como irão reagir os rebeldes/curdos dos quais os Estados Unidos têm sido aliados na guerra civil síria? Recordo que foi desta forma que “nasceu” Osama bin Laden e a famosa Al-Qaeda. E nem vale a pena chamar á colação os interesses russos que serão colocados em causa caso a Turquia decida invadir a Síria para tomar o controlo de Raqqa…
É neste cenário de tripla cartada que surge Donald Trump e a sua “maluqueira”.
Resta agora saber o que vai a Administração Trump fazer. Mas partindo do princípio de que os Estados Unidos não aprenderam nada com o passado, o mais provável é que a situação na Síria piore ainda mais com consequências nefastas para o resto do Mundo.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (22/05/2017)
1 - Os terríveis e cobardes ataques de que França, Mali e Camarões foram alvo colocaram a nu um sério problema. O Mundo é governado por um conjunto de idiotas que colocam à frente de tudo os seus próprios interesses. Poderia a Humanidade voltar a cair em desgraça? Se houvesse alguma vergonha na cara de certos dirigentes políticos mundiais talvez não, mas como não há eis que voltamos a fazer a triste figura que fizemos no Século XX com a diferença de que desta vez os campos de batalha são bem longe do Velho Continente.
Parece haver um evidente interesse em que o conflito com o Daesh se prolongue no tempo. Há uma clara preferência da parte de alguns Líderes mundiais para que esta Guerra nunca tenha fim. É que desta forma as Democracias Europeias mostrem a força dos seus exércitos diante dos seus cidadãos, restringindo liberdades (mesmo que por um determinado período de tempo) enquanto a sua aviação e marinha bombardeiam posições do tal Daesh.
Ainda se tal desse resultado eu era como outro e até que aceitava a história dos aviões a despejar bombas no meio do deserto, só que os combatentes do Daesh conhecem a história e sabem o que fizeram os Vietnamitas durante a Guerra do Vietname. È esconder no túnel, esperar que a “chuva” passe e voltar a reconstruir o que foi destruído.
Já aqui o disse e repito, vamos ter mais situações como a de Paris, Mali, Camarões e outras tais enquanto o Mundo não perceber que só existe uma solução: invasão militar do território Sírio e Iraquiano ou apoio de forças do terreno com capacidade e legitimidade para voltar a fazer da Síria um Estado. Só que quando alguém tenta fazer isto eis que vem a Turquia, abate-lhe o avião e depois vai a correr esconder-se atrás da NATO…
Isto do Daesh vai durar, durar e durar.
2 - Como se não bastasse os problemas internacionais causados pela estupidez de muitos, eis que cá pelo nosso Portugal temos outro problema. O da Direitola.
Sim. Direitola. Leu bem. È que a Direita em Portugal, tal como a conhecíamos – moderada, sensata e próxima do eleitorado do centro – despareceu nos últimos quatros anos. Agora temos um PSD e CDS onde os seus Líderes e demais elementos não respeitam a Lei. Eles são a Lei! O resto é letra morta.
Basicamente tais personagens comportam-se como o Ayatollah (daí o nome Direitola) e tudo indicia que não vão dar descanso ao nosso país nos próximos meses. Tudo isto porque venceram as últimas eleições legislativas com minoria relativa e não conseguiram negociar com as outras forças políticas com as quais gozaram, humilharam e insultaram durante os quatros longos anos em que estiveram à frente dos destinos de Portugal.
Pior que isto tudo é verificarmos que o Presidente da república faz parte da tal de Direitola. Um erro grave da parte de alguém que deveria, acima de tudo, ser imparcial e defender os interesses do País a que preside e não dos seus colegas de ideologia. Mas este é um problema que vai durar pouco dado que Cavaco Silva não vai estar muito mais tempo no Palácio de Belém. Só precisamos de ter alguma paciência pois Cavado “Direitola” Silva já deu a entender que quer ficar na história como o pior Presidente da República da história do nosso querido Portugal.
3 - Por último o que também vai durar (4 anos de certeza) é o XXI Governo Constitucional liderado por Antóbio Costa.
E a razão é muito simples. É que já não basta António Costa ter na sua posse três acordos que sustentam a sua governação e que lhe dão uma grande margem de negociação com os Partidos mais à Esquerda, eis que a tal Direitola vai insultar, difamar e tentar bloquear tudo o que não siga a sua linha de pensamento. Ora quando uma das partes extrema a sua posição a outra parte vai também extremar a sua posição. Ou seja: tudo o que o Governo de Costa crie vai ser aprovado na Assembleia da República com o apoio incondicional da Esquerda que está em maioria e repúdio incondicional da Direitola que está em minoria.
Artigo publicado no Repórter Sombra
Já aqui abordei a questão dos Refugiados e a minha posição mantem-se pelo que não haverá muito mais a acrescentar à minha visão sobre o facto de estarmos a falar de Seres Humanos que fogem do seu País e são tratados como lixo pelos Europeus.
Contudo o que me traz de volta a esta temática é a conclusão de que nos dias que correm temos por esta Europa fora a pior escória que alguma vez poderia ter surgido na classe política Tal fenómeno é transversal a todos os Países Europeus cujos Políticos deixaram de ser Humanos e se transformaram numa espécie de barco à vela que vira consoante o vento. Se a populaça está numa de “Refugiados rua” eis que temos uma grande parte da Classe Política silenciosa ou a levar a cabo atitudes preconceituosas. Já quando a populaça resolve entrar numa de “pobrezinhos dos Refugiados vamos todos dar as mãos e ajuda-los” eis que a Classe Política entra numa de “vamos ajudar todos os que pudermos”.
Continue a ler o resto da Crónica no Repórter Sombra
Vou, com toda a certeza, ser acusado de ser chato mas é-me de todo impossível ficar impávido e sereno perante as tropelias que a nossa Europa, ou melhor, que a actual Europa vai cometendo sem que surja um qualquer Líder Europeu que coloque de vez este TGV nos carris antes do desastre
Ora bem, e tudo isto porque acho ridícula a forma como a Europa está a tratar a questão dos refugiados que diariamente são tratados como “escumalha” em Calais e Lampedusa. A “praga” de Cameron tem, a meu ver, uma solução mais humana que a que está a ser seguida pelas autoridades europeias. O problema é que, tal como na situação Grega, não se quer seguir por esta via porque isto como está dá um certo jeito. Ora vejamos.
Excerto de texto publicado no Repórter Sombra.
Confesso que tenho achado deprimente a forma como o Ocidente está a tratar o dossiê Estado Islâmico. Os civis continuam a sofrer e a morrer, as execuções sumárias da propaganda do dito Estado vieram para ficar, as crianças são forçadas a casar com Homens mais velhos, etc. Todo um conjunto de horrores que continuam fortes e bem vivos apesar da pressão mediática.
Ora a pergunta que se impunha era como acabar com aquilo de uma vez por todas. Ou melhor, como é que os seus criadores tencionam acabar de uma vez por todas com a sua criação.
Sim, os maluquinhos do Estado Islâmico não surgiram do nada. Foram armados e treinados pelo Ocidente. E isto porque, segundo o grande Polícia de nome USA/UK, na Síria existe um Regime maquiavélico que é apoiado pelo Irão/Rússia que tem de ser destruído a bem da Humanidade. Mas qual Humanidade? A dos próprios criadores do monstro e, pasme-se, de Israel.
Não é nada complicado concluir que toda esta triste história que estamos a ver e a viver tem como pano de fundo a manutenção de uma Paz podre onde Israel “estica os seus braços armados” ao seu bel-prazer e onde tanto Americanos como Ingleses se abastecem de Petróleo.
Naturalmente que a dita Paz não afecta de forma alguma os Países da zona que alinham neste jogo, como é o caso da Arabia Saudita onde os Direitos são só para alguns e os deveres para muitas. Estes não têm problema algum com os tais de Estado Islâmico e inclusive até os financiam. Ah, e não foram “abençoados” pela Primavera Árabe porque os ventos não deviam estar para aí virados.
No fundo e no cabo estamos a ver um embuste. Um cenário criado e pensado pelo Ocidente que ignorou a possibilidade de poderem aparecer uns atrasados mentais que se voltariam contra este num claro gesto de vingança… Não é por mero acaso que os pobres coitados que têm sido assassinados publicamente surgem vestidos com um uniforme laranja, o mesmo que foi utilizado em Guantánamo.
Agora vemos Estados Unidos e Grã-Bretanha muito empenhados em combater aquilo que eles apelidam de Demónios. Mas não vão eles para o terreno combater os Demónios. Querem mandar os outros, despejar umas bombas de avião e ir armando aqui e acolá quem faz frente aos Demónios. Mas ir armando os ditos sempre com alguma coisa em segunda mão, não vão estes virar-se uns contra os outros e aumentar ainda mais a confusão naquela zona do Globo, porque por norma é isto que sucede quando se mandam os outros limpar as asneiras do Ocidente.