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imagem retirada de zerozero
Fraca exibição da nossa selecção diante de uma equipa norte-americana que já aprendeu como nos tramar. Se Portugal jogasse aquele futebol pragmático e simples que a Alemanha por vezes praticam e esta selecção de futebol dos States não teria tido a mínima hipótese por muito mais bem preparada a nível físico e táctico que estivesse. Mas lá está, português que é português gosta de complicar o que é simples e não há nada como sair sempre (mas sempre!) a jogar com a bola no pé para depois ser de imediato pressionado por dois “bidons” americanos que forçam os nossos jogadores a chutar a bola para a frente em desespero de causa.
O primeiro paragrafo resume, basicamente, os 90 e poucos minutos deste Portugal 1 x Estados Unidos da América 1 que se realizou hoje em Leiria. O que falta dizer que estes jogos de preparação dão para tudo. Inclusive para Fernando Santos ter dado uma de Rui Jorge ao ter colocado em campo uma linha atacante composta por três lingrinhas que tiveram de medir forças com os matulões da defesa norte-americana. Quando Gonçalo Paciência entrou em campo a história já foi outra, mas já era tarde pois tanto Gonçalo Guedes como Bruma estavam no limite da sua capacidade físicas. E valerá a pena falar do meio campo português onde mais dois “franguinhos” e um Danilo Pereira “a meio gás” tiveram de lutar contra a muito bem organizada equipa dos USA? Não vale a pena, bem sei porque o jogo é de preparação e não convinha que os atletas se lesionassem e o restante blá, blá do costume.
Sinceramente não gostei desta partida da nossa equipa. Não gostei mas não embarco no famoso “do 8 ao 80”. E não o faço porque, ao contrário de muito boa gente, não deitei os foguetes ao ar após a vitória Lusa diante da Arábia Saudita. Ainda falta muito para maio de 2018. Até lá muita coisa vai acontecer e estes jogos de preparação enganam muito. Servem antes para se irem fazendo experiências e testar este ou aquele atleta que pode, ou não, adaptar-se ao grupo de trabalho.
Vamos com calma que ainda nem sequer sabemos com que vai a nossa selecção medir forças no Mundial da Rússia. Para mais, não tivesse Ethan Horvath servido o peru (o tal peru do Dia da Acção de Graças) e por esta altura haveria por aí muita gente deprimida a utilizar as desculpas da praxis para justificar o que não tem de ser justificado.
MVP (Most Valuable Player): Bruma. O extremo português foi, sem sombra de dúvida, o melhor em campo numa partida onde o físico se impôs de uma forma organizada e bruta à técnica. Bruma conseguiu quase sempre explanar o seu futebol e apenas não pôde fazer mais e melhor porque poucas foram as vezes em que a bola lhe chegou em condições.
Chave do Jogo: Inexistente.
Arbitragem: Arbitragem tranquila, num jogo sem grandes problemas.
Positivo: Beto. O Guardião português fez um punhado de defesas excepcionais. Foi muito por sua culpa que o empate a uma bola se manteve até ao fim.
Negativo: Ricardo Ferreira. O jovem central do Braga esteve sempre muito inseguro e esteve mal (muito mal) no golo dos Estados Unidos, ao não ser capaz de travar a progressão de McKennie.
Imagem de zerozero
É muito por causa destas coisas que me agrada ver Fernando Santos como Selecionador nacional. Com ele as coisas mudam quando tem de mudar. Se ante a Bulgária foi notória uma clara falta de vontade de certos Atletas e adaptações que não correram bem, ante a Bélgica a coisa bem diferente. E diferente para melhor porque houve empenho da parte de todos e não se inventou em nenhuma posição.
Efectivamente com um defesa lateral direito no verdadeiro sentido do termo (Cédric) e Danilo no meio campo Portugal entrou muito melhor do que na passada Sexta-feira. Portugal deixou que os Belgas tivessem a ideia de que controlavam a partida para depois poder sair em rápidos contra ataques pelas alas onde Cédric e Raphael Guerreiro estiveram sempre muito bem. Danilo “ia limpando” o meio campo dando, desta forma, uma grande tranquilidade ao meio campo Luso permitindo que João Mário e André Gomes pudessem explanar o seu futebol. Quem viu João Mário ante a Bulgária e quem o viu hoje ante a Bélgica… Realmente isto de ter Danilo no meio campo é outra coisa! Espero bem que Danilo faça parte dos eleitos de Fernando Santos quando este tiver de elaborar a lista dos 23 para o EURO, mas tudo vai depender de como estará o Jogador nesta altura e de como estarão João Moutinho e Tiago.
Ainda sobre o meio campo gostaria de deixar aqui uma pequena nota sobre William Carvalho. Fernando Santos tem experimentado colocar o Jogador na posição de Danilo Pereira mas pessoalmente não me parece que esta seja, por agora, uma boa aposta. William esta a realizar uma época um pouco mais abaixo daquilo a que nos habitou – nestes dois jogos de preparação não vi o William a fazer metade daquilo que Danilo fez - pelo que, a continuar assim e caso não existam alternativas na hora da decisão, não creio que seja má ideia olhar para William mais como se de um 8 se trate em vez de um 6.
O outro sinal claro que houve uma melhoria do jogo da Bulgária para este está no golo sofrido por Patrício. Ante os Búlgaros a defesa Portuguesas “meteu água” da cabeça aos pés. Hoje ante os Belgas o único erro defensivo dos Lusos deu em golo dos Belgas. Uma postura a manter no Europeu de França se Portugal quiser ser um dos candidatos á vitória final. E já que falo aqui na defesa, penso que seria de bom-tom que Rui Patrício não se adiantasse muito da baliza dado que foram algumas as vezes em que os Belgas tentaram rematar de longe e em muitas delas quase tinham sucesso.
Quanto ao araque ficou demonstrado que contra equipas mais fortes não se coloca a questão do ponta de lança-Isto porque Portugal joga mais retraído e necessita de ter na linha da frente Jogadores como Cristiano Ronaldo e Nani que fazem da velocidade a sua maior arma. O problema é quando a nossa Selecção tem de jogar contra equipas teoricamente mais fracas onde é necessário um, ou vários, Jogadores que consigam jogar de costas para a baliza adversária… E não contem com Éder para isto! Relembro que na fase de grupos Portugal vai ter de medir forças com Selecções modestas. Uma “malapata” que Fernando Santos pode muito bem colmatar com a chamada de Hugo Vieira e/ou Bruno Moreira.
Em jeito de conclusão e de análise global a esta dupla jornada de preparação da equipa de Todos Nós tenho que dizer que o saldo final acabou por ser positivo. Houve uma clara evolução de uma partida para a outra e espero que na hora da verdade seja possível criar-se um grupo unido, forte e, sobretudo, psicologicamente e fisicamente bem preparado para o EURO.
Chave do Jogo: A dita apareceu ao minuto 20´ do jogo. Altura em que Nani marcou o golo inaugural da partida após uma jogada fantástica de Cédric pela faixa direita. A partir daí os índices de confiança Lusos subiram em flecha e aos poucos a equipa Portuguesa passou a controlar, quase por completo, os destinos da partida.
Positivo: Humildade. É sempre bom quando reconhecemos os nossos erros pois só desta forma podemos melhorar onde temos de melhorar. A nossa Selecção fez isto mesmo e espero que tal postura seja para manter pois é desta mentalidade que se fazem os Campeões.
Negativo. Éder. O suposto ponta de lança não sabe segurar uma bola, não sabe tabelar com os colegas, não sabe cabecear, não sabe dominar uma bola, não sabe fazer um passe, em suma, Éder não tem qualidade para estar na Selecção nacional. E tal foi bem visível na partida de hoje.
Imagem de zerozero
Jogos de preparação são jogos de preparação é um facto, mas não é por serem jogos deste cariz que se justifica o facto de alguns Atletas entrarem em campo com a plena convicção de que não tem de dar o máximo. Pelo contrário! Se há coisa para a qual este tipo de jogos serve é para se melhorar o que tem de ser melhorado e se ninguém der o seu melhor como poderá a nossa Selecção estar no seu melhor quando chegarem os jogos a sério?
Ao contrário dos comentadores de Rádio e TV eu tenho uma visão diferente sobre o que se passou em Leiria. Para os comentadores Portugal teve uma “vitória moral” pois na opinião destes a Equipa de Todos Nós jogou bem mas teve o azar de não ter conseguido meter a bola dentro da baliza Búlgara. Ora eu - que não tenho a camisola de nenhum Clube vestida quando acompanho a nossa Selecção - digo com convicção que Portugal não venceu hoje porque alguns Atletas não quiseram dar o seu melhor. Adrien Silva, William Carvalho, João Mário, Pepe e Rafa simplesmente não estiveram em campo e foi muito por sua culpa que Portugal andou o jogo quase todo a correr atrás do prejuízo.
A juntar a isto tivemos uma equipa que não pressionou, nunca, o portador da bola (tal foi notório no ridículo golo sofrido), o meio campo só produziu alguma coisa após a entrada de Danilo na segunda metade da segunda parte da partida e a nível ofensivo Portugal apenas conheceu um flanco: o esquerdo! Ora tal maneira de estar perante um adversário fraco que marcou cedo no jogo só poderia terminar em derrota.
Outro ponto que os comentadores parecem não ter ainda reparado é o facto de neste momento Portugal não ter um defesa lateral direito. João Pereira não joga no Sporting CP, Nélson Semedo está ainda a recuperar a sua forma e não me parece que Vieirinha seja uma solução viável para se disputar um EURO. Um problema que me parece muito mais grave que a “lenga lenga” da falta de ponta de lança (já há anos que jogamos sem ponta de lança e alcançamos as meias finais dos Europeus).
Fernando Santos tem ainda muito trabalho pela frente. Obviamente que é bom que os problemas surjam todos agora, mas se Portugal jogar assim ante a Bélgica na próxima Terça-feira vai ser o bom e bonito vai…
Chave do Jogo: Surgiu ao 19´ do jogo. Altura em que a Bulgária inaugurou o marcador. A partir desta altura Portugal “descarrilou por completo” e nunca mais se encontrou.
Positivo: Eliseu. Bem sei que há muita gente que não gosta do Açoriano que, a meu ver, desempenhou muito bem o seu papel de defesa lateral esquerdo da Selecção nacional. Foi dos que mais “remou contra a maré” quando as contas de Portugal se complicaram.
Negativo. Comunicação Social. Já o disse e repito, a Selecção nacional é de todos e não somente deste ou daquele Clube. É verdade que Renato Sanches é um Jogador de qualidade mas daí a se fazer dele o “Messias” do nosso futebol vai uma grande distância. A nossa Comunicação Social cria, desta forma, uma pressão desnecessária sobre um Jogador que está ainda em fase de crescimento e os adeptos iludidos são cruéis quando as coisas não correm bem para um Jogador.