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António Costa anunciou publicamente a possibilidade de se descer o valor pago a título de Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) para os emigrantes que decidam regressar a Portugal. A ideia em sim até que pode, e deve, ser vista como algo de positivo mas peca por insuficiente. E dizer-se que é insuficiente é pouco dado o problema de quem vive e trabalha em Portugal está longe de ser a elevada carga fiscal.
A melhor forma de se chamar quem partiu opara o estrangeiro em busca de melhores condições de vida e de trabalho, na minha perspectiva, não passa por se “mexer” nos impostos.
Tenho a certeza de que ninguém em Portugal se importará de pagar impostos (mesmo os de elevado valor) desde que as receitas resultantes destes sejam devidamente utilizados para que os serviços prestados pelo Poder Central e Local funcionem de forma rápida e eficaz. E este será também uma das razões pela qual quem emigrou não quer regressar. Não é o primeiro relato que ouço de familiares e amigos que emigraram que dão conta dos impostos elevados a que são sujeitos nos países em que trabalham e sobre a grande eficiência dos serviços prestados pelo Estado onde vivem e trabalham.
Para mais há que colocar em cima da mas o evidente. Quem vai trabalhar para o estrageiro fá-lo porque quer ver o seu trabalho devidamente renumerado. Já por cá são milhares os que investiram, e investem, milhares de euros na sua educação para depois auferirem um salário mensal (quando tem esta sorte) que fica pouco acima do ordenado mínimo nacional. Isto para não falar aqui nas péssimas condições de trabalho a que muitos são sujeitos ou nas opções profissionais que tem de tomar por uma questão de sobrevivência.
Já aqui há tempos tinha aqui criticado aquilo que apelido de “Governação de Gabinete”. È esta forma de estar dos nossos governantes que faz com que muitas coisas negativas aconteçam. Uma delas é a famosa “fuga de cérberos” que António Costa pretende combater com mais uma medida característica da tal “Governação de Gabinete”. Uma medida que tem uma boa intenção, é um facto, mas que está completamente desfasada da realidade.
Se o Governo de António Costa que realmente combater a emigração, então que comece por tomar - de vez - a devida atitude perante uma Europa austera e autoritária cuja união está a cada vez mais degradar-se e a dar força e razão de ser a movimentos ultra nacionalistas e xenófobos.
Se o Governo de António Costa quer mesmo que os emigrantes regressem a Portugal, então em vez de vir para a Praça Pública com balelas como esta da redução do IRS para os emigrantes, que faça o que tem de fazer para que quem por cá trabalha veja o seu trabalho devidamente valorizado por quem o explora.
Eu bem sei que tal é complicado porque o actual estado de coisas é útil para uma certa minoria rica e elitista do nosso burgo, mas se fossem tomadas estas duas “pequenas” atitudes, António Costa daria um claro sinal de que vale a pena acreditar em que nos governa.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (04/09/2018)
imagem retirada de zerozero
Se há ilação que podemos – e devemos – retirar da vitória portuguesa em Andorra é que existem mais problemas do que soluções sempre que a nossa selecção tem de defrontar uma equipa que seja um pouco “fora do normal”. Isto porque a primeira parte da nossa selecção foi constrangedora e, sobretudo, preocupante. E tal sucedeu muito por culpa de Fernando Santos.
Obviamente que haverá quem vá olhar para o resultado final de 2 a 0 a favor de Portugal e dizer que tudo acabou bem e o resto é paisagem, mas convêm ter em linha de conta que até ao momento os suíços não perderam um único jogo da fase de qualificação para o Mundial da Rússia. Acrescente-se que estes dependem, única e exclusivamente, só deles para o apuramento directo. Dito de outra forma, se Fernando Santos e equipa não tiverem retirado as devidas e necessárias ilações desta partida de Andorra, bastará à Suíça forçar um empate na próxima terça-feira em Lisboa e esta apura-se directamente para o Mundial. Um sério aviso para Portugal dado que os helvéticos defendem bem melhor do que os andorrenhos.
Obviamente que na próxima terça não se vai colocar o problema das reduzidas dimensões do campo e do – naturalmente – irregular piso sintético. Mas sabendo de tal, quem mandou a Fernando Santos apostar num onze de “velocistas” e tecnicistas? Ricardo Quaresma e Gelson Martins nas alas atacantes de Portugal são sinónimo de velocidade e muita técnica, mas isto num campo pequenino e irregular como o de Andorra vale zero. Foi muito por isto que na primeira parte a nossa equipa não fez nada mais senão ir trocando a bola de lado para a lado num ritmo que alternou entre o devagar, devagarinho. Escusado será dizer que o defesa Nélson Semedo sofreu do mesmo mal dos seus colegas de ataque não obstante este ter-se esforçado.
No meio campo luso ficou por perceber a aposta em Danilo Pereira… Andorra foi uma selecção que nos jogos que realizou até ao momento tinha apresentado (alguma) ideia atacante que justificasse a aposta num médio cuja especialidade não é a organização de jogo mas sim a recuperação de bola?
Felizmente temos ao nosso dispor o Melhor Jogador do Mundo, e foi mioto por causa dele que a Equipa de Todos Nós saiu de Andorra com os três pontos na bagagem. Agora faço sinceros votos de que para além dos 3 pontos a nossa equipa tenha também trazido a evidência de que contra a Suíça vai ser preciso fazer muito mais do que aquilo que vimos hoje.
MVP (Most Valuable Player): Cristiano Ronaldo. O melhor Jogador do Mundo entrou somente na segunda parte do jogo, mas foi ele o “catalisador” que despertou a equipa lusa e a conduziu à vitória num campo tremendamente difícil pelas suas dimensões e piso irregular.
Chave do Jogo: Apareceu no início da segunda parte da partida. A entrada de Cristiano Ronaldo em campo foi, sem sombra de qualquer dúvida, o factor que fez com que a vitória pendesse para Portugal.
Arbitragem: Trabalho positivo este que o Sr. Miroslav Zelinka e restante equipa levaram a cabo. Nada a apontar ao trabalho da equipa de arbitragem.
Positivo: Emigrantes portugueses. Mais parecia que Portugal estava a jogar em casa, tal era o entusiástico e tremendo apoio da comunidade portuguesa residente em Andorra. Parabéns emigrantes!
Negativo: João Mário. João Mário não acertou uma durante todo o tempo que esteve em campo. Lento e previsível em todos os aspectos. Os ares de Itália parecem estar a fazer mal ao talentoso médio.