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Por muito que António Costa, demais elementos do seu Governo, Partido Socialista (PS) e plataforma de apoio ao actual Executivo apregoem, Portugal continua a ser o «bom aluno» de uma Europa céptica e refém dos seus ideais económico-financeiros (e demais estereótipos). A austeridade cega e descoordenada está bem viva na nossa sociedade e veio para ficar. A prova disto mesmo é o estado cada vez mais deplorável e caótico em que se encontram certos serviços do Estado. Especialmente na Educação e Saúde, sectores que por força das políticas seguidas pelo Governo Passos/Portas (e Cristas, diga-se desde já) sofreram um esvaziamento tal de pessoal qualificado e não qualificado que hoje em dia começam a ser por demais evidentes problemas sérios que se nada for feito a médio e longo prazo poderão vir a ser crónicos.
Sempre o disse, e mantenho, que o aumento da carga horária da Função Pública não passou, nunca, de uma forma encapotada de reduzir o pessoal dos vários serviços prestados pelo Estado. Entre convites “açucarados” para a desvinculação laboral e saída para a reforma, Passos, Portas e Cristas “esvaziaram” quase que por completo os sectores da Saúde e da Educação. Sectores que hoje em dia clamam por mais pessoal. Sectores que – pasme-se! – enfrentam uma crise de funcionamento brutal dado que tem cada vez mais dificuldade em dar resposta a uma população cuja esperança média de Vidas tem vindo a aumentar e que tem cada vez mais de ocupar o seu tempo com trabalho para poderem fazer face às (cada vez mais crescentes e necessárias) despesas que qualquer um de nós enfrenta no dia-a-dia.
Com este problema em mãos, munido de uma forte propaganda política de “combate à austeridade bruta e cega”, António Costa procurou resolver o problema. Mas não o fez contrariando, por completo, a tese do Governo anterior no que à Função Pública diz respeito. Apostou, aposta e apostará no chamado trabalho temporário (aka tarefeiros). Algo que este mesmo Executivo de António Costa tanto critica no sector privado tendo, inclusive, tomado medidas legislativas para combater tal.
Tudo isto para que nos gabinetes da pesada burocracia europeia que desconhece e tem horror à realidade tal como ela é, Portugal possa apresentar um bonito e exemplar “excel”. Isto para além de que fica sempre bem no que à taxa de desemprego diz respeito, algo que vem sempre à baila quando desce. Mesmo que à custa muitas patranhas.
Portugal foi e continua a ser o bom aluno. Os fundos (muito deles manhosos e especulativos como o passado já nos demonstrou) agradecem. Já quem precisa dos serviços do Estado e trabalha neles não pensa da mesma forma. Que o digam o sector da Saúde e da Educação onde tudo parece estar a caminhar para uma espécie de limbo da degradação sem fim.
Um aparte, para aqui dar conta da minha profunda reprovação pela – cada vez maior – falta de senso democrático da nossa vizinha Espanha. Um Estado dito democrático no verdadeiro sentido do termo não pode tolerar a censura. Seja ela praticada por cidadãos ou entidades públicas. Isto porque os independentistas catalães têm todo o cabal direito de expressar as suas ideias por toda a Catalunha desde que o façam de forma ordeira e pacífica. A colocação dos famosos laços amarelos em espaços públicos é uma destas formas pacíficas e ordeiras de se manifestar uma vontade política que não tem de ser a de todos os que habitam na dita região. Pelo que fica mal (muito mal!) que um grupo de cidadãs(?) de cara tapada andem pela calada da noite a arrancar todos os laços amarelos que vêm pela frente. Igual atitude só mesmo as dos membros do partido nazi da Alemanha de Hitler.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (18/09/2018)
Já é mais do que sabido que o Executivo de Passos que também é de Portas tem uma tremenda cisma para com tudo o que seja Público. E como dizia a minha Avó, uma cisma é pior que uma doença, e a verdade é que os factos comprovam a sua sabedoria.
E vêm a propósito do seguinte: depois de o “amigo” Crato se ter servido dos seus melhores esforços para que o Ensino em Portugal recue uns trinta anos, eis que agora este teve a fabulosa ideia de alargar o cheque-ensino até ao 12.º ano de escolaridade.
Porreiro pah dirão muitos do que estão a ler tal coisa, mas também dizia a minha Avó que não há bela sem senão e então quando a coisa vem do Crato não pode mesmo ser nada de bom. Isto porque tal “chequezito” vai dar a possibilidade de serem as famílias a escolher a escola dos seus filhos. Isto como se no actual sistema a malta já não pudesse escolher a escola para onde quer que os seus filhos vão estudar.
Ora o que vai acontecer com tão iluminada medida?
Simples, como se vende a famigerada e ridícula ideia de que o Ensino Público é para os pobretanas mal-educados e mal-encarados, eis que os Papás vão a correr inscrever o menino e a menina no Externato onde por acaso, mas só mesmo por acaso, o menino e a menina vão melhorar as notas do dia paras a noite sem terem que fazer muito por isto. Se depois nunca mais saem do sítio na Faculdade é porque o Ensino Público não presta.
Mas o que realmente move Crato na formação da sua cratera não é isto. O que este realmente quer é dar continuidade à Reforma do Estado de que Miguel Relvas tanto gostava e que um certo Coelho tratou de vender à Troika como se de uma grande coisa se trate.
Pouca gente pensa ou se apercebe disto, mas se houver a esperada debandada de alunos para o Ensino Privado, as Escolas Públicas vão ter de fechar e os Funcionários (Professores incluídos) que trabalham nestas Escolas vão ter que ir para a rua viver do ar e do vento até porque Portugal é um Pais de clima ameno e solo fértil.
Hoje em dia é um Crime ser-se Funcionário Publico e como tal é se perseguido de todas as maneiras e feitios porque nós, comuns dos Cidadãos, não precisamos do Serviço Público para absolutamente nada.