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Recauchutagem do sistema

por Pedro Silva, em 20.05.20

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Tempos de crise aguda como a que vivemos exigem, sem sombra de qualquer dúvida, respostas agudas da parte de quem nos governa. Tal é válido internamente como externamente ou não fosse a economia Mundial um tremendo dominó que tanto pode ser um paraíso como um inferno dependendo da forma como cai – ou não – a primeira peça..

Contudo num Mundo com tantas diferenças as respostas à crise provocada pela Covid-19 tem sido, também elas, muito diferentes entre si.

Alguns líderes mundiais (felizmente poucos) optam pela teimosia latente, formas de enriquecimento à custa de placebos que as farmacêuticas tem ás paletes nos seus armazéns, apelos ao fregreso a ditaduras militares, actos de violência e desrespeito para com os órgão de comunicação social que se recusam a dar tempo de antena aos seus disparates públicos, e por aí adiante.

Outros líderes mundiais, mais concretamente os europeus, optaram numa primeira fase por um confinamento mais ou menos rigoroso (cada país teve o seu “inferno”, pelo que a resposta ao mesmo variou) e agora que a pandemia parece estar a estabilizar optam por uma espécie de recauchutagem do sistema. Países há que abrem a sua economia - uns mais lentamente e outros de forma mais célere - para que tudo volte não ao normal de antigamente mas sim ao novo normal.

E é, a meu ver, que na nossa Europa existe um problema. Sendo a União Europeia um espaço comum, de economia comum e. em certos e muitos pontos, de finanças comuns, creio que deveria existir uma estratégia comum de reabertura da economia europeia (mesmo que a Covid-19 tenha afectado mais ou menos certso Estados-membros). Não falo aqui numa reabertura unânime pois tal em Democracia é quase impossível… Recordo que a União Europeia tem 28 Estados-membros (o Reino Unido ainda não saiu oficialmente da União), pelo que é de todo impossível que haja uma concordância plena entre todos.

È que estou em crer que esta recauchutagem do sistema – forçada em muitos países – nosm primeiros tempos até que pode disfarçar e dar a sensação de que tudo está bem que vamos ficar bem, mas a economia é travessa tal como a sua “amiga” diplomacia. São muitos e variados os imprevistos que forçam uma viragem rápida do rumo dos acontecimentos. Tal já aconteceu no passado e não estou em crer que no presente e futuro tal não venha a suceder.

É neste cenário que olho com uma certa preocupação para o que está a acontecer na Europa.

França e Alemanha anunciaram publicamente um programa de apoios a fundo perdido a todos os Estados-membros.

Nada que já não tenha sido falado anteriormente com a Holanda a fazer finca pé com a sua tese de que este programa deverá ser de empréstimos com juros baixos e não a fundo perdido. Na altura os holandeses acabaram por ver metade ads saus pretensões atendidas pois nem França nem Alemanha tinham grande interesse num tal programa ou não estivessem ambos (especialmente a França) a braços com um crescente caso de cidadãos infectados com a Covid-19.

Mas agora que a temática está de novo em cima da mesa europeia, desta vez com o papel de mau da fita a ser interpretado pela Áustria,  quem me garante a mim e qualquer português (aka cidadão europeu) que alemães e franceses não acabarão por ver nas pretensões austríacas uma forma de fazer valer a sua posição de potências dominantes na Europa impondo, para tal, a austeridade que o nosso Primeiro-ministro diz repudiar veemente?

Artigo publicado no site Repórter Sombra

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publicado às 21:30


Acabou-se o excel

por Pedro Silva, em 24.03.20

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Todo o que nasce, morre ou se esgota no tempo. Esta é uma verdade infalível e à qual não podemos, de forma alguma, escapar. Outro facto universal que tem uma aplicação prática perfeita mente implacável é a de que todas as acções tem consequências. A actual crise pandémica provocada pela Covid-19 (SARS-COV-2 para os entendidos) que está, lentamente, a tomar conta do nosso planeta é um bom exemplo das duas verdades universais a que fiz referência.

O dito sistema capitalista que se apoia na tese de que dinheiro gera dinheiro mesmo que tal seja na base da especulação, compadrio e destruição de quem se atrever a contrariar o sistema está a ver o seu fim a aproximar-se. O “Deus dinheiro” tem os dias contados. Tal como o comunismo que se exterminou a si próprio porque se recusou teimosamente a adaptar, o orgulhoso capitalismo tem o seu destino traçado. Isto a não ser, obviamente, que se perceba de vez que a folha de excel – tal como o papel higiénico que andou tão em voga nos últimos tempos - se acabou de vez.

Goste-se ou não, para além da clara e manifesta displicência com que a Europa tratou do problema coronavírus (é sempre a mania da superioridade que nos trama), a verdade é que estramos no estado caótico em que estamos por força dos cortes à cega em sectores cruciais como a saúde, higiene e administração das nossas cidades e países.

Repare a leitora e leitor que foi preciso uma crise sanitária sem precedentes que está, literalmente, a varrer a vida humana de Itália, Espanha, França e por aí adiante para que na Europa rica e desenvolvida surgisse, de vez, a fabulosa ideia de que os espaços e transportes públicos devem estar devidamente higienizados e que nas fronteiras e aeroportos deve haver, sempre, um claro e rigoroso controlo sanitário para, desta forma, se poder, na pior ads hipóteses, amenizar situações como a que estamos a viver hoje em dia. Situações que agora nos obrigam a ter de estar fechados em casa em nome da nossa sobrevivência.

E porquê razão não se fez o que se deveria ter feito para além da mania da superioridade que tão bem caracteriza o europeu e demais ocidentais? A resposta é simples. A folha do excel não o permitiu porque é muito melhor ter-se um belo excedente orçamental à custa de poupanças na saúde e outras coisas tais. Que o digam Itália, agora Espanha e daqui a nada a França, países onde a crise do Covid-19 está a arrasar as saus sociedades.

E agora que se acabou o excel na Europa será que se pode olhar para o futuro com esperança? Não sei até porque agora a ordem é para se gastar o que for necessário para se travar a actual crise a todo o custo. Daqui a dois anos voltamos ao mesmo… Pessimismo? Nem por isto. Basta ter memória.

Artigo publicado no site Repórter Sombra (24(03/2020)

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publicado às 21:30


Doença dos tempos modernos

por Pedro Silva, em 08.03.20

Se o Covid-19 desperta alguma preocupação e exige de todos nós cautelas é um facto que não nego e que, inclusive, até que subscrevo e aconselho.

Agora usar tal problemática para se fazer o circo circense mediático ao qual não podia faltar a triste figura de quem não passa sem um microfone ou a modernice que dá pelo nome de selfie, já é algo que se me apetece dizer que roça o ridículo porque a fronteira do caricato esta já há muito que foi ultrapassada.

Doença dos tempos modernos… Ou dito de outra forma, estupidez em saldo. Quem agradece é uma tal de economia paralela. Mas isto são outros quinhentos.

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publicado às 23:32


E fazer-se alguma coisa?

por Pedro Silva, em 06.08.18

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Um artigo publicado pela revista Science lança novas luzes sobre o fim da civilização maia, há cerca de mil anos. O estudo de sedimentos do lago Chichancanab, localizado no Iucatão (México), permitiu verificar que entre os anos 800 e 1000 houve profundas alterações climáticas que se refletiram numa diminuição drástica da precipitação. De acordo com os cientistas, “a seca extrema e prolongada acabou por ditar o abandono da região pelas populações, a que se seguiu o declínio e a falência das estruturas sociais que sustentavam o modo de vida da civilização maia”.

 

Dei com esta pequena curiosidade na «newsletter» Dragões Diário do passado dia 4 de Agosto do corrente ano cível. Um curiosidade que me faz apelar, mais uma vez, à nossa classe política para que se faça uma tremenda pressão sobre a economia, sociedade portuguesa, europeia e mundial para que isto das alterações climáticas não acabem por nos ditar o mesmo triste e enfadonho destino da famosa civilização maia.

 

Já sei que por esta altura os habituais cépticos estão abanar a cabeça em profunda reprovação pelo que já aqui expus até ao momento. Mas tenham, lá calma. Já vos mostro onde é que as vossas teorias são como um pequeno furo de um barco em alto mar.

 

É verdade que o nosso planeta se altera ao longo dos tempos. Já tivemos enormes períodos de frio, outros de intenso calor e ainda outros em que as monções eram frequentes um pouco por todos os continentes. É normal que tal seja assim dado que a Terra é um ser vivo em constante mutação. O problema do nosso tempo é que estas mesmas mutações estão, cada vez mais, a suceder num espaço de tempo cada vez mais reduzido. Para além de que a sua imprevisibilidade é, devido à tal questão da rapidez, um factor crescente e que coloca os países num estado de alerta permanente.

 

Ora esta tal rapidez das alterações climáticas tem um tremendo impacto na forma como a humanidade se relaciona. As migrações /algo que recentemente tem dado tantos problemas ao Velho Continente) vão ser cada vez mais frequentes dado que pelo “andar da carruagem” vai ser manifestamente impossível ao Ser Humano habitar em alguns locais do nosso planeta. Isto para não falar nas variadíssimas alterações que a agricultura mundial irá sofrer e a sempre penosa e muito delicada questão da gestão da água potável.

 

Colocando as coisas de uma forma bem mais simplistas e recorrendo, mais uma vez, ao exemplo da civilização maia, se tivermos uma classe política portuguesa, europeia e mundial que vá atrás do discurso de superioridade dos cépticos que se recusam a aceitar que as alterações climáticas são um tremendo problema, a probabilidade de a Humanidade - tal como a conhecemos - vir a colapsar é enorme. Alguma coisa deve ser feita. E deve ser feita enquanto é tempo e enquanto as populações tem ainda bem vivas na sua memória os efeitos da recente onda de calor que “varreu” a Europa nas últimas semanas.

 

E já agora, bem sei que ainda é cedo para se retirar alguma conclusão, mas depois do que aconteceu no ano passado com incêndios a devastarem uma boa parte do nosso território nacional, a ceifar Vidas e a causar enormes transtornos a todo um país, como é que é possível que estejamos todos a viver o mesmo pesadelo só que desta vez mais a sul (Serra do Monchique, Algarve)?

 

Tanta propaganda com a prevenção, tanta coisa com multas pesadas aos proprietários que não limpassem os seus terrenos a tempo e horas, tanta gente especializada no terreno a patrulhar tudo e mais alguma cosia e voltamos ao mesmo?

 

E sabem porquê razão voltamos ao mesmo?

 

Porque desde Setembro do ano passado até Julho deste ano - mais coisa, menos coisa - tivemos o Estado português a “chagar” o pessoal todo com a sua propaganda e no terreno tudo ficou na mesma. As estradas municipais continuam a ser o local com mais combustível para os incêndios florestais e os comportamentos de risco das populações do interior mantêm-se porque nada se fez no verdadeiro sentido do termo para que as coisas mudem.

 

Só mesmo um ceguinho é que não poderia ver que o terror de Monchique ia ser uma realidade mais onda de calor, menos onda de calor… Tal só não aconteceu novamente na zona centro de Portugal porque o que havia para arder já ardeu…

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (06/08/2018)

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Cantinho Calvin & Hobbes (10)

por Pedro Silva, em 08.03.18

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publicado às 23:09


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