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"Novembro é mais um teste à nossa contenção, à nossa serenidade, à nossa resistência" - Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal
Embora não simpatize com Marcelo Rebelo de Sousa, reconheço a sabedoria desta sua frase e vejo com bons olhos o apelo ao bom senso que esse fez no seu discurso à Nação.
Creio ser importante que nessa altura conturbada que todos estamos a atravessar que a Vida, como bem precioso que é, não sirva – nunca! - de pretexto para o atropelo dos direitos das minorias.
Apesar de tudo, com pandemia ou sem pandemia, Portugal é um Estado de Direitos. Para mais, no estado de emergência a linha que separa a Democracia da Ditadura é muito ténue.
Daí ter ficado bem mais sossegado após ter ouvido o que disse hoje o Sr. Presidente da República.
A ver vamos se isto se mantém assim embora me pareça que a nossa Comunicação Social pretendesse outro tipo de “estado de emergência”.
E a verdade seja dita que anda para aí muita gente que acha que estado de emergência é o mesmo que linchamento na Praça Pública.
Confesso que acho uma certa piada ao discurso adoptado pelo Executivo de Passos Coelho nos últimos tempos. A lengalenga é sempre a mesma quer os Ministros/Secretários de Estado estejam em funções ou em vias de demissão.
Ora vejamos o que disse Joaquim Pais Jorge aquando da sua demissão (demissão esta que veio depois de um prometido esclarecimento da parte do Executivo, esclarecimento este que nunca viu a luz do dia):
“Perante a grandeza destes desafios, nunca pensei que os maiores obstáculos emergissem do domínio estritamente pessoal. Enganei-me”
Esta já é usual. Os desafios são sempre grandes e muitos, assim como os obstáculos, mas se não são ultrapassados é por engano
“As notícias vindas a público nos últimos dias, em que uma apresentação com mais de oito anos foi falseada para que incluísse o meu nome, revelam um nível de actuação política que considero intolerável. A minha disponibilidade para servir o país sempre foi total. Não tenho, no entanto, grande tolerância para a baixeza que foi evidenciada.”
Alto e para o baile! Será que Joaquim Pais Jorge pagou Direitos de Autor? É que isto da baixeza é o argumento de defesa n.º 1 utilizado vezes sem conta pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros Rui Machete. Cuidado Joaquim porque vêm aí Processo judicial!
“Considero que não tenho que me sujeitar a este tipo de tratamento mediático de que fui alvo nos últimos dias. Foram exploradas e distorcidas declarações que fiz sempre de boa-fé. É este lado podre da política, de que os Portugueses tantas vezes se queixam, que expulsa aqueles que querem colocar o seu saber e a sua experiência ao serviço do País”
Querem ver que isto ainda vai “colar” e vai haver gente que lhe dedicará uma página do facebook tal como fizeram com Álvaro Santos Pereira, o Ministro da Emigração, Pasteis de Nata, Frango Assado e afins?
“Tomei esta difícil decisão porque nunca permitirei que controvérsias criadas sobre o meu percurso profissional, que não escondi, possam ser usadas como arma de arremesso político contra o Governo.”
Joaquim, o Altruísta! Como se no actual Executivo já não houvessem controvérsias suficientes para deitar abaixo a Torre dos Clérigos, o Mosteiro dos Jerónimos, a Estátua do Marquês de Pombal e ainda dá para abanar um pouco o Mosteiro da Batalha.
"Nenhuma manobra de baixa política poderia mudar a minha disposição de serviço à causa pública, nem de dedicação a Portugal. Retiro-me, no entanto, esperando muito sinceramente que a minha saída permita que todos se recentrem naquilo que é verdadeiramente importante".
Amam tanto a Pátria mas não se inscrevem como voluntários nas Forças Armadas. Vá-se lá entender este Amor Louco e Desgovernado.
É o fim do pobre Joaquim. Mas não se preocupem porque o nosso amigo vai voltar a ocupar o seu cargo de jarra da sala de reuniões do Citibank. O Homem não morre á fome isto é garantido. Nem vai ficar sem os luxos que o ordenado de jarra lhe permite ter.