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"Deadpool 2"
Acção, Aventura, Comédia - (2018)
Realizador: David Leitch
Elenco: Josh Brolin, Ryan Reynolds, Morena Baccarin
Sinopse: O mercenário mutante Foul-mouthed Wade Wilson (AKA. Deadpool), reúne uma equipe de colegas mutantes para proteger um menino com habilidades sobrenaturais do cyborg brutal e viajante do tempo, Cable.
Critica: Efectivamente há coisas que quando se repetem perdem a piada. Não estou com isto a dizer que este novo Deadpool não tenha o seu quê de engraçado, mas há coisas (tanta coisa!) que perdeu qualidade. Especialmente em certas coisas que deixaram de ser engraçadas para passarem a ser - simplesmente - estúpidas. É uma pena que tal tenha sucedido.
Fazer-se uma sequela exige da parte do seu Realizador e equipa muito mais do que um actor com talento natural para desempenhar o papel da sua personagem. Exige um argumento. Mas algo de novo. Algo que traga algum interesse a uma história que já todos conhecemos. Nunca, mas nunca, dá bom resultado ir-se buscar o que se fez anteriormente e acrescentar-lhe uma tremenda dose de estupidez e de idiotice. Para mais, as falas engraçadas (e o tal de humor negro típico das histórias do Deadpool) têm um limite. Tudo o que é demais é erro! A partir de dete4rmjinada altura torna-se impossível seguir-se este “Deadpool 2” sem se lançar para o ar um tremendo bocejo. Bocejo este que as cenas de acção não conseguem fazer desparecer… Exigia-se mais em termos de argumento caro David Leitch.
Em termos de elenco, “Deadpool 2” é Ryan Reynolds e mais dez. O moço tem uma espécie de talento natural para interpretar com mestria o papel de Deadpool. E é ele, em exclusivo, a “alma” deste novo Deadpool. O resto é de uma pobreza franciscana tal que nem vos digo, nem vos conto.
A Banda Sonora é das coisas que melhor se trabalhou neste “Deadpool 2”. Interessante, apelativa e muito bem aplicada. Os cenários é que pecam pela sua escassez… a vontade de se focar quase exclusivamente na destruição dá nisto. Cenas existem que até perdem o interesse de tão fraquitas que estão em termos de filmagem.
Em suma; “Deadpool 2” é – mais um – bom exemplo de como estragar um bom filme. Vale a pena ver o dito somente para quem gostar muito do Deadpool… Já quem não gostar tem outras alternativas bem melhores.
"Atomic Blonde"
Acção, Mistério, Thriller - (2017)
Realizador: David Leitch
Elenco: Charlize Theron, James McAvoy, Sofia Boutella
Sinopse: O comunismo está em colapso e em breve o Muro de Berlim irá abaixo com ele. Duas semanas antes, um oficial MI6 disfarçado, foi morto em Berlim e estava carregado de informações de uma fonte no Oriente, uma lista que supostamente contém o nome de cada agente de espionagem que trabalha em Berlim. Agora uma espia experiente sem vínculos pré-existentes em Berlim, foi enviada para este barril de pólvora de agitação social, contra-espionagem, deserções e assassinatos secretos.
Critica: Este é daquele tipo de filme que tem tudo para ser muito bom mas que peca por faz da sua essência a violência, violência esta que em muitas cenas é levada ao extremo. Em certos momentos chega mesmo a roçar o ridículo. David Leitch tentou seguir o estilo do “The Departed” de Martin Scorsese, mas este falha redondamente nesta sua intenção. É uma pena pois este “Atomic Blonde - Agente Especial” tem tudo para ser um filme bastante agradável de se ver.
Dizer-se que este filme tem um argumento é uma pura anedota. Este tem um bom pano de fundo e um enredo fantástico, mas argumento é coisa que não tem de certeza. Só assim se percebe que Charlize Theron passe 95% do filme a levar ou á pancadaria com alguém. Em certos momentos isto até que aborrece. É isto e a tresloucada quantidade de tabaco que as personagens fumam como se nos anos 80 fosse tudo louco por nicotina.
No elenco o meu destaque vai inteirinho para o trabalho fantástico de James McAvoy. O actor faz algo de extraordinário neste filme que é colocar o espectador contra a sua personagem. E o objectivo até que é este. Já Charlize Theron mostrou ter um jeitinho bestial para andar à porrada. Isto se tiver sido Charlize Theron a protagonizar todas as cenas do “Atomic Blonde - Agente Especial”. Sofia Boutella até que se safou bem se bem que quase não apareceu a não ser em determinadas “cenas”.
Os cenários não estão grande coisa. Bem sei que a ideia é a de mostrar a Berlim do leste dos anos 80 completamente em ruínas, mas existem certos limites para o exagero. Nem tudo era a selva urbana que o filme nos quer fazer crer que era. Para além de que David Leitch poderia – e deveria – ter variado um pouco mais os cenários dado que a determinada altura ficamos com a sensação de que tudo se passa no mesmo local.
A única coisa que se pode apelidar de muito razoável é mesmo a Banda Sonora. E mesmo assim é preciso um certo esforço para darmos por ela.
Concluindo; “Atomic Blonde - Agente Especial” é um filme que tem potencial mas que está arruinado pelo excesso de violência. Contudo recomendo a que o vejam e façam o vosso próprio juízo.