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Thank you David

por Pedro Silva, em 12.06.17

imagem crónica RS.jpg 

O Reino Unido é hoje uma tremenda barafunda política onde os extremos mandam e tentam impor, sem sucesso, o seu extremismo. O resultado das últimas eleições que Theresa May resolveu antecipar por pura e manifesta arrogância, são a clara evidência de que nas Terras de sua Majestade a barafunda política é soberana.

 

A barafunda no Reino Unido é já de tal ordem que poderá - no médio e longo prazo – isto poderá vir a acabar mal para os britânicos. Trocando isto por miúdos, a incerteza em que vive actualmente a Grã-Bretanha por culpa da sua classe política e do pensamento dominante que - ainda – assola a Europa, vai acabar por enfraquecer o ténue equilíbrio entre Povos que fazem parte do Reino Unido. Convêm não esquecer que os membros do Reino Unido não estão lá muito satisfeitos com tudo o que se tem passado em Londres nos últimos tempos. Os “ventos” separatistas podem muito bem voltar em força com as consequências gravosas de um passado não muito distante.

 

Mas tudo isto poderia, e deveria, ter sido evitado. E isto tanto a nível interno como externo porque David Cameron agiu como agiu porque teve o apoio incondicional de uma Europa que agora tem submetido o Reino Unido a um vergonhoso e deplorável bullying. Uma cena caricata mas verdadeira até porque hoje em dia só entra e sai da União Europeia quem a Alemanha quer e ponto.

 

Obviamente que podemos acusar May de ter sido arrogante nesta sua aposta nas eleições antecipadas. Não é desta forma que se derrota um adversário político. Especialmente se tivermos em linha de conta o estado em que David Cameron deixou o Reino Unido para se dedicar a tempo inteiro ao seu adorado mercado do peixe de Lisboa. Theresa May nunca deveria ter seguido este caminho mesmo sabendo que do outro lado está um Jeremy Corbyn sem uma ideia clara do futuro do Reino, mas também não se poderia esperar outar coisa de alguém que foi somente a Ministra da Administração Interna do governo liderado por David Cameron.

 

Em política a arrogância tem um preço muito elevado, contudo a forma como os apoiantes de May reagiram ao resultado das últimas eleições e a forma autoritária como Theresa May pretende continuar a governar faz-me crer que o velho ditame inglês “Keep Calm and Carry On” vai dar lugar ao “Thank you David”. E quando tal suceder não será pelos melhores motivos.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (12/06/2017)

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publicado às 16:00


Alea jacta est

por Pedro Silva, em 27.06.16

Imagem Crónica RS.jpe 

Alea jacta est (grafia em latim: alea iacta est) significa, em português, "O dado está lançado", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Na linguagem popular, é uma expressão utilizada quando os factores determinantes de um resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los. Foi a frase em latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com as suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que atualmente corresponde ao território do norte da península Itálica) e o território da Itália. In Wikipédia

 

E pronto. Eis que o Brexit se tornou realidade. O Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) iniciou o processo de saída da União Europeia. E este é, sem sombra de qualquer dúvida, o momento ideal para que toda a Europa inicie - de imediato - uma profunda reflexão. O Brexit não é um grito de revolta pelo que está a suceder na Europa em si. É antes a manifestação corpórea de uma extrema-direita que está cada vez mais próxima dos corredores do Poder em muitos países europeus e tal irá – mais cedo do que tarde – colocar em xeque a paz no Velho Continente.

 

Sim. Este é um momento que exige reflexão ao invés de estarmos todos a jogar o pachorrento e infinito jogo da culpa. No Brexit todos nós tivemos culpa. Todos sem execpção. É verdade que David Cameron teve mais pujança do que razão quando se lembrou de jogar um jogo político que acabou mal para ele e para os seus. Mas não façam de Cameron o único vilão desta triste história. E deixem o povo britânico de fora deste jogo estapafúrdio das culpas.

 

Se querem apontar o dedo a alguém apontem-no - com força e plena convicção - a todos nós que entregamos a condução do projecto europeu a burocratas em Bruxelas que não sabem ver mais nada senão uma folha de excel e uma série de teorias bacocas neoliberais que não passam de meros pensamentos criados numa qualquer esplanada de café acompanhados de uma boa chávena da mais pura cafeína.

 

Contudo se há pessoa que está perfeitamente à vontade nisto das culpas sou eu. Já há muito que venho dizendo que o caminho que a Europa unida vem segundo há já uns bons anos a esta parte é mau. Péssimo. Terrível. Uma Europa que “mói” Democracias, que “esvazia” Parlamentos, que impõe a sua política pela força da finança, que coloca Norte contra o Sul, que maltrata os Estados-membros periféricos, que financia guerras, que apoia e financia movimentos obscuros e – sobretudo – que se esquece da Democracia, do Estado Social, de igualdade, liberdade e fraternidade em detrimento da alta finança e do grande capital (mercados) não tem futuro.

 

É esta a nossa triste realidade. Uma Europa onde o Brexit está a ser encarado por todos os actores europeus como algo de perfeitamente normal até porque – segundo os burocratas não eleitos de Bruxelas - quem fica verdadeiramente a perder são os britânicos (em último casos os Ingleses).

 

Como é óbvio a extrema-direita afia as facas e agradece de sorriso aberto tal comportamento. A Europa insiste na via-sacra da austeridade nua e crua (algo reprovado pelo FMI) porque os bacocos, ultrapassados e completamente desfasados da realidade Tratados Europeus assim o determinam.

 

Não se tenha a mais pequena dúvida de que a caixa de pandora está aberta e de que os ventos de 33 do século passado voltaram a soprar.

 

Alea jacta est.

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 22:09


Uma questão de hipocrisia (mais uma vez)

por Pedro Silva, em 17.08.15

Imagem Crónica Repórter Sombra.jpg 

Vou, com toda a certeza, ser acusado de ser chato mas é-me de todo impossível ficar impávido e sereno perante as tropelias que a nossa Europa, ou melhor, que a actual Europa vai cometendo sem que surja um qualquer Líder Europeu que coloque de vez este TGV nos carris antes do desastre

 

Ora bem, e tudo isto porque acho ridícula a forma como a Europa está a tratar a questão dos refugiados que diariamente são tratados como “escumalha” em Calais e Lampedusa. A “praga” de Cameron tem, a meu ver, uma solução mais humana que a que está a ser seguida pelas autoridades europeias. O problema é que, tal como na situação Grega, não se quer seguir por esta via porque isto como está dá um certo jeito. Ora vejamos.

 

Excerto de texto publicado no Repórter Sombra.

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publicado às 17:47


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