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Não dá para mais

por Pedro Silva, em 24.07.17

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A situação na Venezuela é cada vez mais crítica. A violência nas ruas agudiza-se e o regime ditatorial liderado por Maduro está cada vez mais entrincheirado e não dá sinais de ceder nos próximos tempos.

 

A manietada crise económico-financeira orquestrada pelo Ocidente e Arábia Saudita por causa do petróleo tem sido uma espécie de suplemento vitamínico do regime de Maduro. Já a população venezuelana é quem mais tem sofrido com isto, facilitando assim o recrutamento de indivíduos violentos por certas “organizações” que fazem das manifestações anti ditadura uma autêntica batalha campal retirando, desta forma, toda e qualquer razão que a fraca oposição a Maduro tem em todo este tenebroso assunto.

 

Hoje em dia a Venezuela é um país completamente abandonado por todos os seus vizinhos. Esta já foi, inclusive, expulsa do Mercosur ficando inibida de toda e qualquer relação comercial privilegiada com os países da sua região. Provavelmente a única relação comercial internacional que o país de Maduro terá é com Cuba e mais uma dúzia de Estados que estão interessados no crude venezuelano.

 

É neste cenário que surge a possibilidade de a União Europeia (EU) vir a aplicar sanções á Venezuela caso o regime de Maduro opte por convocar uma Assembleia Constituinte. E, face ao que tem vindo a público, Portugal não parece estar com intenção de votar favoravelmente tal posição por parte da UE. E, bem vistas as coisas, esta será uma posição inteligente dado que este caminho das sanções internacionais não é, nunca foi, nem nunca será a solução de problemas como o da Venezuela.

 

E não é preciso uma ginástica mental muito apurada para se perceber porquê razão concordo com a suposta posição portuguesa. Senão vejamos.

 

Cuba é uma ditadura que vem sendo sancionado há décadas pelos Estados Unidos da América, mas o regime cubano mantêm-se firme e pelos vistos irá manter-se imutável por muitos mais anos.

 

O Irão é já há muitos anos um Estado religioso totalitário que vem sendo sancionado internacionalmente há anos a fio. Tudo se mantêm na mesma não obstante a recente abertura deste país ao Ocidente.

 

Recentemente a Rússia de Putin foi, e é, fortemente sancionada pela UE e Estados Unidos por causa da anexação da Crimeia e por uma suposta participação na guerra civil que ainda hoje divide a Ucrânia em duas partes distintas. Qual o resultado de tal? Zero! A Crimeia continua a fazer parte da Federação Russa e a guerra civil ucraniana parece ter vindo para ficar.

 

A Coreia do Norte, o país mais isolado e sancionado do Mundo, ainda recentemente mostrou que não é com sanções nem com manobras militares nas suas fronteiras que o mundo conseguirá colocar um ponto final no rígido e sombrio regime norte-coreano.

 

Mais exemplos existirão que demonstram a ineficácia das tais “sanções”. Daí que me pergunte, face ao que vamos vendo a acontecer numa Venezuela - onde ninguém tem razão - os políticos europeus (e não só) não terão capacidade para ir mais longe do que o discurso formatado de sempre? A Venezuela necessita de soluções e não de quem agudize ainda mais os seus agudos problemas.

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (24/07/2017)

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publicado às 21:30


¡Adiós Fidel Castro!

por Pedro Silva, em 28.11.16

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Fidel Castro faleceu no passado sábado. Mas antes de partir El Comandante deixou a sua marca. Uma marca indelével que marcou profundamente a nossa história. Foi muito graças à Cuba de Fidel que assistimos à tardia transferência de um Mundo antigo para o nosso Mundo moderno onde as liberdades e identidade dos Povos falaram mais alto do que a opressão dos velhos, caducos, desfasados e rancorosos Impérios Ocidentais.

 

É realmente isto que incomoda muito boa gente. A Cuba de Fidel embaraça muito dos ditos “pró democracia” porque este minúsculo país das Caraíbas foi capaz de impulsionar movimentos independentistas em Africa, América Central e do Sul. Argélia e Angola são dois exemplos do que a Cuba de Fidel fez de bom pelo Mundo.

 

Fidel conseguiu resistir – de uma forma brilhante – à opressão dos Estados Unidos da América que viram naquele pequeno arquipélago o local ideal para as suas máfias instalarem os seus “negócios”. Sobreviveu à queda da União Soviética e ao jogo nuclear que foi encabeçado por Nikita Khrushchov e John F. Kennedy (ambos dispensam apresentações).

 

E, mais importante do que tudo, Fidel Castro conseguiu criar uma Cuba onde o Estado Social funciona graças a um serviço nacional de saúde que é dos melhores – senão o melhor do Mundo - e a um ensino que chega a todos e é para todos. A pobreza em Havana é uma miragem e favelas nem vê-las. E tudo isto sob a sombra de um criminoso embargo comercial que os Norte-americanos insistem em manter.

 

Claro que nem tudo foi bom nesta Cuba de Fidel. Fidel eternizou-se no poder e deixou-se corromper por este em muitos dos momentos complicados da sua longa vivência política. É público o desprezo que Fidel sentiu aquando da saída de Che Guevara da máquina revolucionária que El Comandante liderou durante muitos anos. Assim como é também pública a forma como o Homem do Charuto e das longas barbas não lidou com a oposição interna. A forma como Fidel tentou gerir a frágil economia do seu país também não foi a melhor apesar de Cuba ser, quando comparada com os seus vizinhos da América Central e do Sul, o país que em melhor estado se encontra em termos de qualidade de vida.

 

A Cuba de hoje é, sem sombra de qualquer dúvida, mais um exemplo de que nem sempre o modelo de governação ocidental é o ideal. É verdade que por lá existem muitos atentados à liberdade e que se trata - sem sombra de qualquer dúvida - de uma Ditadura, mas tenho muitas dúvidas de que se a Cuba de Fidel tivesse optado por uma governação à ocidental viesse a ter sucesso e marcado de uma forma tão positiva o nosso Mundo. Basta olhar para Miami e ver a forma como os radicais reagiram à morte de Fidel Castro.

 

Hasta siempre ComandanteGracias por nos ter deixado a sua Cuba. Para despedida relembro algumas das frases de Fidel que ficaram para todo o sempre gravadas na História da Humanidade.

 

A Hstória absolver-me-á

 

- Aos 26 anos, defendeu-se a si próprio no julgamento, depois de passar 76 dias preso na sequência do ataque ao quartel Moncada de Santiago de Cuba, a 26 de julho de 1953

 

Se saímos, chegamos; se chegamos, entramos; se entramos, triunfamos

 

- Em 1956, no México, antes de zarpar no Granma, com 80 pessoas a bordo

 

Quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme

 

- Na Praça da Revolução, a 15 de outubro de 1976, de luto pelas 73 vítimas do atentado contra um avião cubano em Barbados

 

Os que não têm coragem, os que não se querem adaptar ao esforço, ao heroísmo da Revolução, que se vão embora, não os queremos, não precisamos deles.

 

- A 1 de Maio de 1980, durante o êxodo de Mariel

 

Jamais me aposentarei da política, da revolução ou das ideias que tenho. O poder é uma escravidão e eu sou seu escravo

 

- Em setembro de 1991

 

Os homens passam, os povos ficam; os homens passam, as ideias ficam.

 

- A 20 de julho de 1996

 

Artigo publicado no site Repórter Sombra (28/11/2016)

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publicado às 16:00

Hoje na Biblioteca do gato temos a autobiografia de Fidel Castro (da autoria de Norberto Fuentes) com informações que nunca vieram a público escritas por quem foi por mais de 20 anos Chefe dos Serviços Secretos Cubanos.

 

Desde o aluno rebelde até os dias actuais, passando por todos os momentos cruciais como a Sierra Maestra ou a Crise da Baía dos Porcos, Norberto Fuentes narra na primeira pessoa, numa narrativa flexível, a Vida de Fidel Castro lançando luz sobre tudo o que foi deliberadamente obscurecido ou manipulado.

 

Graças à documentação e à posição privilegiada do seu autor como braço direito do Ditador, este livro acaba por ser um documento imprescindível para se conhecer todos os detalhes até agora desconhecidos de Fidel Castro e das suas entranhas políticas de mais de quarenta anos.

 

Estamos sem sombra de dúvida perante um livro poderoso que deve ser lido sem complexos e sobretudo sem orientação política para que se possa compreender sem complexos o que lá está escrito. Fica aqui portanto a sugestão de uma longa mas muito construtiva leitura.

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publicado às 15:30


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