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Ao contrário de muito "boa gente" que anda pelas Redes Sociais a incentivar a que amanhã (Domingo, 24 de Janeiro de 2021) não participemos no acto eleitoral que vai eleger o próxim@ Presidente da República de Portugal, eu digo - clara e taxativamente - para que votem!
Vamos tod@s votar! Seguindo e respeitando, ora pois, as normas de segurança que a crise pandémica nos impõe. E isso sem taras, maluqueiras, "policia dos bons costumes", julgamentos sem saber e respeito (sempre!) pelo próximo.
Fazer mais e ralhar menos...
Votando passamos a ter legitimidade para expor o nosso descontentamento ao contrário dos "tribalistas" das Redes Sociais que falam muito, mas não fazem absolutamente nada!
Numa altura em que a crise da Covid-19 aumenta e meio mundo anda a insultar o outro meio por ser "irresponsável", talvez seja a hora de aceitarmos de uma vez por todas que o que é inevitável, inevitável é.
Notícia publicada a 31/12/2020 no site do jornal Expresso. Quem quiser pode ler aqui.
Confesso que não dá para entender tal coisa.
Confinamento eterno, máscaras à força na via pública e transportes públicos, recolher obrigatório, policiamento nas ruas das cidades, vilas, aldeias e nas entradas e saídas das mesmas, comércio fechado às 13H, restauração, hotelaria, aviação e afins de rastos, etc.
Esforços e mais esforços de todos em nome de uma guerra que se tem de vencer e a 31 de Dezembro de 2020 somos brindados com a notícia de - mais - um surto de covid-19 num Lar (este na cidade da Guarda).
A 15 de Agosto de 2020 Ana Mendes Godinho, Sra. ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, proferiu as seguintes declarações sobre o trabalho que o seu ministério tem estado a desenvolver no que aos surtos de covid nos Lares dizem respeito:
"tem estado, desde o início da pandemia, a acompanhar a situação nos lares, e tem desenvolvido mecanismos que, por um lado, permitam antecipar surtos e dotar estas instituições dos meios necessários e, por outro, no acompanhamento de todos os surtos e na resolução de problemas concretos na sequência do surgimento destes"
Ora voltando à notícia do "recorte" em cima, eis que se lê o seguinte:
Anselmo Sousa referiu que o surto no Lar Joaquim Nunes Saraiva -- Fase 1, da Santa Casa da Misericórdia de Mêda foi detetado após, no sábado, alguns utentes terem apresentado sintomas de infeção por covid-19.
Ou seja; o surto foi detectado a 26 de Dezembro de 2020.
Sobre o assunto em apreço, disse ainda o Sr. Anselmo Sousa o seguinte:
"Não é fácil a nível de recursos humanos. Já solicitámos as Brigadas de Intervenção Rápida da Segurança Social"
Face a tudo isto, pergunto:
Andamos todos a fazer um esforço tremendo e a colocar todo um país de rastos a todos níveis para quê?
Aí está o cerne da questão. E vai de encontro o que venho pensando... A Humanidade não aprendeu absolutamente nada com a pandemia da Covid-19.
Não. O verdadeiro acto de cidadania não se resume, não se cinge nem termina na vacinação.
A vacinação é apenas uma das "engrenagens" de um Mundo que se quer melhor.
O(s) verdadeiro(s) acto(s) de cidadania consiste(m), tão-simplesmente, no respeito pelo próximo, educação no espaço público, higiene nos espaços comuns, fiscalização das condições de habitação em Lares, Hospitais e outros tais, fiscalização da higiene em espaços públicos e outras coisas tais que após a tão desejada imunização vão voltar a ser desprezados até uma qualquer outra pandenmia.
Se há coisa que me mais me tem assustado nesta pandemia não é o facto de estarmos a enfrentar uma doença desconhecida que tem ceifado Vidas de todas as faixas etárias. E muito menos me assusta a mais do que provável exploração que a indústria farmacêutica fez, faz e fará de um problema que se nota à escala global. Todos sabemos que os países e Estados que tiverem maior capacidade financeira tem acesso privilegiado a soluções que outros países e estados onde a pobreza sistémica é uma realidade por força dos interesses dos países e Estados mais ricos.
O que me assusta verdadeiramente é que o Mundo, mais concretamente o Ocidente, a Europa e, no caso do meu país (Portugal), não ter a mínima e manifesta capacidade de se organizar minimamente para aquilo que é uma guerra contra um inimigo perigoso de facto mas que pode muito bem ser controlado e, a seu tempo e com muito custo, derrotado.
É medonha a forma quase que infantil como os nossos governantes não conseguem pensar a médio e longo prazo, ficando – sempre – pelas intervenções curtas que lhes garantem estabilidade e votos para poderem dar continuidade à sua governação. E não lhes interessa, ou parece não interessar, que continuem a falecer pessoas quando as suas mortes podiam (e deviam) ter servido para a necessária recauchutagem de um sistema que se fez obsoleto em nome de uma paranóia tal em torno de um rigor financeiro que serviu, serve – e pelos vistos – servirá os interesses de alguns.
Numa guerra, mesmo nas indesejadas como a que estamos a viver, existem baixas. É um facto incontornável que cidadãos, pessoal médico, polícias, administrativos, etc. serão vítimas fatais desta guerra contra a Covid-19. Não há volta a dar dada a força e capacidade de mutação do raio do vírus. E face a tal o que tem feito a classe política europeia (a portuguesa inclusive)?
Tem procurado levar a cabo políticas que permitam a que os profissionais de saúde tenham mais e melhores condições de trabalho?
Já foram aprovadas e aplicadas medidas tais como fiscalização apertada e coimas pesadas para Lares de Idosos, Centros de Dia e locais de trabalho onde a higiene e segurança não existem?
Foi disponibilizada verba e logística para a modernização de Centros de Saúde, Hospitais, Edifícios públicos, Esquadras, Tribunais, Prisões e demais infraestruturas estatais que foram construídas nos anos 80 do século passado e assim permaneceram?
A resposta é um redondo não! Nada se fez e nada se fará. Tudo o que tem sido feito pelos Estados europeus (Portugal incluído) cinge-se, única e simplesmente, ao ataque cerrado e cego aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos em nome da saúde pública. A criação de estigmas e de frases feitas do tipo “estão pessoas a morrer nos Hospitais, como tal não podem haver festejos” tem sido uma constante.
Já dizer-se que morrem pessoas nos Hospitais porque esses não tem capacidade de resposta adequada aos tempos que correm é algo que parece “queimar uns quantos fusíveis” dos ditos Catedráticos da Saúde que atiram com tais frases feitas para a Praça Pública não com o objectivo de acalmar e sensibilizar a população mas sim de causar ainda mais pânico e divisões numa população que deveria, acima de tudo, estar unida contra um inimigo comum.
Agora acena-se com a vacina como se de uma solução miraculosa se trate. Chama-se à atenção de que a dita não será suficiente, o que é verdade pois algo que é feito à pressa e sob uma tremenda pressão (do sector financeiro especialmente) não poderá – nunca – ser a solução do grave problema mas sim mais um problema suave que juntará ao já existente problema da Covid.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (15/12/2020)