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Tenho para mim que os pilares fundamentais de qualquer cidade/vila/aldeia são três. São eles:
- Escolas/Infantários/Colégios;
- Hospitais/Centros de Saúde e;
- Polícia/Tribunais.
Sem estes elementos qualquer cidade/vila/aldeia está condenada ao desaparecimento e, ou, desertificação. Perante isto olhemos então para o novo mapa judiciário que irá entrar em vigor a partir da próxima Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014.
Olhando então para o mapa que temos em cima que o Jornal de Negócios disponibilizou no seu site, rapidamente percebemos que os fechos ocorrem, na sua grande maioria, nas zonas interiores do nosso País. Zonas que sofrem do gravíssimo problema da desertificação. Problema que irá com toda a certeza agravar com esta iniciativa Governamental. E isto por duas simples razões:
- A Justiça não é acessível e nunca foi barata. De relance digo-vos que o Processo mais barato da nossa Justiça rondará os 300€, mais coisa menos coisa;
- O sentimento de insegurança irá levar a que muitas pessoas optem por abandonar o Interior em busca das grandes Cidades do Litoral onde se sentirão mais integradas e protegidas.
Ora isto tudo para chegarmos à seguinte conclusão. Passamos o ano todo a ouvir Governantes, Políticos e Analistas das mais diversas áreas a queixar-se de que Portugal tem cada vez mais o seu interior entregue ao mato e que o Litoral já está saturado (ou próximo disto) no que à sua densidade Populacional diz respeito, e quem nos governa resolve acelerar e agudizar ainda mais este triste e medonho processo em nome de uma ideologia que teima numa poupança que nunca alcançou nem alcançará mesmo depois de tantos cortes?
Isto só mesmo num País inclinado para o mar de nome Portugal.
Ontem aconteceu algo que marcará com toda a certeza a história da Democracia Portuguesa. A Policia violou a Lei que jurou aplicar e defender.
Nunca tal coisa passaria pela cabeça do cidadão porque a Policia foi sempre uma forte aliada do Poder vigente e a prova disto é que mesmo com o 25 de Abril a entrar pelas ruas adentro, tanto a PSP como a GNR permaneceram fieis ao Estado Novo até este ter dado o seu último suspiro.
Actualmente a Sociedade Portuguesa, embora mais evoluída e instruída, olhava para as Forças da Ordem com desconfiança e desrespeito.
Escrevi “olhava” porque aquilo que os Sindicatos da Policia fizeram na escadaria da Assembleia da República com a anuência dos seus colegas que estavam destacados para a defesa do nosso Parlamento mudou a visão que muita gente ainda tinha dos Agentes, Guardas e Inspectores.
A tomada pacifica da escadaria em protesto contra os cortes cegos do Executivo Passos/Portas mostrou que afinal a Policia talvez seja humana e está do lado dos cidadãos.
Contudo há que ver a outra face da moeda. E quando digo tal coisa não estou aqui a chamar o discurso de grilo falante de Morais Sarmento (acérrimo defensor do actual Governo), mas sim a chamar a atenção para o que poderá acontecer no futuro.
È que se porventura o Executivo abrandar os cortes que pretendia levar a cabo nas Forças da Ordem e continuar a aplicar a sua receita masoquista de austeridade sem dó nem piedade a todos os outros sectores da Sociedade, então esta invasão das escadarias que parecia representar a vontade de todos nós transforma-se num gesto egoísta e egocêntrico que mais tarde trará graves problemas à Policia quando esta tiver de dispersar manifestantes que tentem levar a cabo o mesmo tipo de invasão.
O mal de toda esta história é de ser obrigatoriamente como as moedas e tem duas faces. Vamos esperar que a outra face nunca se mostre para o bem da nossa Democracia.
Foquei também a saber, segundo esclarecimento da Secretaria de Estado da Administração Pública, que “o que a proposta visa é que os actuais titulares dos cargos não sejam obrigados a fazer a opção pelo salário, caso já tenham escolhido a pensão”.
Acrescente-se que tal medida só se aplica a quem tenha de fazer a opção a partir de Janeiro do próximo ano (2014).
Vamos a ver se eu entendi.
Cavaco Silva, Assunção Esteves e demais pessoas que tenham exercido ou que exerçam cargos políticos a nível nacional ou regional tem o direito de escolher entre receber o salário do cargo que ocupam ou a pensão e os reformados da função pública/caixa geral de aposentações e trabalhadores da função pública sofrem um corte sem dó nem piedade nas suas reformas, pensões e salários e não tem direito a outra coisa senão comer e calar.
Mas agora uns são filhos e outros são enteados? Ou será que esta da escolha entre a pensão/salário para certas personagens foi uma imposição da Troika?