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Hoje proponho que quem me lê faça um simples exercício.
José Sócrates, na qualidade de Comentador da RTP, quando falava sobre Eusébio afirmou que no dia do Portugal x Coreia do Norte, em 1966, quando saiu de casa Portugal perdia por 3 x 0, e quando chegou à escola já a Selecção vencia por 5 x 3.
Confesso que estava a seguir o programa, mas não dei importância nenhuma a esta declaração que me pareceu de uma banalidade atroz.
Muito depois de ter ouvido o Comentador eis que segui com as minhas habituais tarefas do dia-a-dia, quando de repente começo a deparar com um certo borburinho na internet sobre as tais declarações de Sócrates.
Fui ver o que se passava e eis que meio mundo resolveu fazer um julgamento sumário a Sócrates dado que, segundo estes, era de todo impossível o Comentador ter tido aulas naquela altura porque o dia do jogo foi num Sábado do período de férias escolares. Acrescente-se que neste meio mundo estava um tal de Correio da Manhã.
Confesso que acreditei nas acusações. Estava eu longe de imaginar que naquela altura (1966) havia aulas ao sábado de manhã, e que à tarde havia actividades escolares. Além disso, as férias escolares só começavam no final de Julho!
Fiquei surpreendido e rapidamente me retratei assumindo o meu erro e ignorância.
O mesmo não sucedeu com este tal meio mundo que perante a evidência começou a divagar e a trazer a lume a famosa licenciatura de Sócrates que foi feita a um Domingo e a apelidar de Socráticos todos aqueles que tentavam mostrar que as suas acusações eram falsas e despropositadas.
Agora expliquem lá uma coisa (eis o exercício):
- Como é que este meio mundo (Correio da Manhã incluído) conseguiu estar tão atento a um pormenor de um assunto tão banal como o de ter escola no dia 23 de Julho de 1966 e não prestou atenção nenhuma ao que o Governo não fez no que à Lei do Cinema diz respeito?