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Confesso que não tinha ideias de retomar aqui a escrita, mas o desenrolar dos acontecimentos e a forma tresloucada com que estamos a lidar com o assunto guerra como se de um lado estivessem os “bons” e do outro os “maus” começa a ser preocupante.
Sintoma de uma Sociedade ocidental que, embora mais instruída e com uma imensa panóplia de fontes de informação e de saber à sua disposição, insiste no “entrincheirar de ideias estilo tribal”.
É uma “doença” que os Órgãos de Comunicação Social (OCS) dos nossos dias contribuem e tudo fazem para que cresça estilo inflamação. Isto porque acima dos deveres de informar com isenção e do esclarecer com fundamentação está a lucrativa especulação e repetição de mentiras para que com o tempo se tornem verdades absolutas.
Para além da ausência premeditada de cura e medicação eficaz para a referida doença de que padece a nossa Sociedade ocidental, eis que a referida OCS dá tempo de antena a “tudólogos” que nada sabem ao bom estilo José Milhazes e outros tais da mesma triste natureza e índole. Curandeiros que não passam de meros charlatões que buscam apenas fama e promover a ignorância do pensamento único.
Em suma, é isto:
Na Inglaterra, a primeira vacinada foi simbolicamente uma idosa, nos EUA uma enfermeira, em Portugal foi um diretor. Somos um país de penachos, como sempre fomos nos últimos 48 e nos anteriores 48 anos. E um país de tolos, pelos relatos que oiço da invasão completa de hospitais por batalhões de jornalistas em total desorganização, entrevistando pessoas em salas de espera e nos corredores, perseguindo cada uma das pessoas que é vacinada. Em plena pandemia! Ninguém pensa. Ninguém prepara nada como deve ser, a não ser para o espetáculo mal amanhado do show-off televisivo. Que ridículo.
(...)
PS2: horas depois do início do processo, os jornalistas continuam nas salas onde são administradas as vacinas, invadem salas de espera em direto nos telejornais e passei-se nos corredores dos hospitais. Gostava de saber onde param as regras da DGS e qual o interesse disto, que põe em causa a saúde pública em vários dos principais hospitais portugueses.
Retirado algures do facebook
Depois de tudo isso querem mesmo que eu leve isto a sério?
Querem mesmo fazer-me crer que a pandemia nos ensinou alguma coisa?
"Novembro é mais um teste à nossa contenção, à nossa serenidade, à nossa resistência" - Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal
Embora não simpatize com Marcelo Rebelo de Sousa, reconheço a sabedoria desta sua frase e vejo com bons olhos o apelo ao bom senso que esse fez no seu discurso à Nação.
Creio ser importante que nessa altura conturbada que todos estamos a atravessar que a Vida, como bem precioso que é, não sirva – nunca! - de pretexto para o atropelo dos direitos das minorias.
Apesar de tudo, com pandemia ou sem pandemia, Portugal é um Estado de Direitos. Para mais, no estado de emergência a linha que separa a Democracia da Ditadura é muito ténue.
Daí ter ficado bem mais sossegado após ter ouvido o que disse hoje o Sr. Presidente da República.
A ver vamos se isto se mantém assim embora me pareça que a nossa Comunicação Social pretendesse outro tipo de “estado de emergência”.
E a verdade seja dita que anda para aí muita gente que acha que estado de emergência é o mesmo que linchamento na Praça Pública.
Se o Covid-19 desperta alguma preocupação e exige de todos nós cautelas é um facto que não nego e que, inclusive, até que subscrevo e aconselho.
Agora usar tal problemática para se fazer o circo circense mediático ao qual não podia faltar a triste figura de quem não passa sem um microfone ou a modernice que dá pelo nome de selfie, já é algo que se me apetece dizer que roça o ridículo porque a fronteira do caricato esta já há muito que foi ultrapassada.
Doença dos tempos modernos… Ou dito de outra forma, estupidez em saldo. Quem agradece é uma tal de economia paralela. Mas isto são outros quinhentos.