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Pouco mais se tem falado da Ucrânia senão que nos últimos dias tem existido manifestações violentas um pouco por todo o País com especial foco na capital Kiev. O motivo é simples: os Ucranianos querem uma maior aproximação ao espaço Europeu em detrimento das boas relações com Moscovo.
Os mais desatentos dirão que a este Povo do Leste apenas lhe interessa os fundos comunitários que darão o empurrão final para que a Ucrânia saia do marasmo em que está “atolada” há muitos anos, mas a coisa não é bem assim. Assim como não é estranho o silêncio das Instituições Europeias sobre os mais recentes acontecimentos nas terras de Chernobyl. Vamos por partes.
A Ucrânia foi sempre vista pelos Russos como uma colónia onde habita a mão-de-obra que faz os trabalhos que mais ninguém quer fazer. Os Russos sempre acharam que os Ucranianos são um Povo de preguiçosos. Estas teses foram um dos Mandamentos da antiga União Soviética que recorria aos Ucranianos para todo o tipo de trabalho sujo. Por exemplo; quando Estaline teve a brilhante ideia de invadir a Finlândia por uma questão de defesa (?), o contingente de soldados Soviéticos era composto quase na totalidade por Ucranianos, soldados estes que foram massacrados na gélida Finlândia. Escusado será dizer o que Estaline fez na Ucrânia durante a 2.º Guerra Mundial… E depois ainda tivemos Chernobyl.
Em resumo, a Ucrânia tem razões históricas mais que suficientes para voltar costas a Moscovo e afrontar a Rússia com uma aproximação ao Ocidente.
Contudo o Ocidente aqui representado pela União Europeia também não parece muito interessado em anexar mais um membro ao seu Clube. Isto porque a Ucrânia não é a Croácia, Bulgária, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Republica Checa. A Ucrânia tem tudo para poder ser uma das maiores potências Europeias e Mundiais sem ter de pedir licença a ninguém dado que recursos naturais não lhe faltam e extensão territorial também não.
A Sra. D. Europa (entenda-se Alemanha) não tem nenhum interesse em que venha agora a Ucrânia fazer-lhe sombra. Para mais com toda a certeza que a Alemanha não vai montar as suas fábricas de automóveis e de medicamentos a baixo custo em solo Ucraniano porque por lá a mão-de-obra é altamente qualificada. Convêm recordar que uma das melhores Universidades de Física Nuclear está sediada na Ucrânia.
Naturalmente que eu sou a favor de que a vontade do Povo se sobreponha à vontade dos Governantes. Se os Ucranianos querem que o seu País celebre um acordo comercial com Bruxelas e não com Moscovo, então que se celebre o dito acordo mas convêm não esquecer que cá pela Europa a “patroa” não está muito interessada no assunto. Resta-lhes Moscovo, mas depois é o que se vê…