Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ponto prévio, não sou contra nem a favor do uso de máscaras na via pública quer seja possível, ou não, o distanciamento social a que essa pandemia nos obriga. Sou, isto sim, inteiramente a favor que em tempos de crise profunda, de falência das lideranças e de tremenda e preocupante descoordenação dos nossos governantes impere algo tão simples e precioso como o bom senso.
Isto para aqui dizer que na minha opinião não me parece razoável esse futuro e muito desejado obrigar à força o cidadão comum a ter de usar a máscara na via pública sempre que o distanciamento social não seja possível. Prefiro, de longe, a sensibilização, a fiscalização e prevenção. Isso porquê:
1 – Cidadãs e cidadãos existem que padecem de doenças ou problemas de saúde ou realizam trabalhos que os impedem de usar a máscara. A recente Lei aprovada na Assembleia da República permite a essas pessoas solicitar uma declaração médica que justifique o não uso da máscara nas circunstâncias já aqui referidas, mas ou essas mesmas pessoas tem capacidade financeira para poderem ser acompanhadas no privado ou então vão estar meses à espera que o seu médico as possa atender tal a balbúrdia que vai nos Hospitais e Centros de Saúde por causa da histeria patrocinada pela nossa Comunicação Social e Governo de António Costa em torno da problemática da Covid-19;
2 – Está demonstrado por a+b que a disseminação da doença se dá, essencialmente, em espaços onde existam multidões. Então porque razão se permitiu a entrada de público no Grande Prémio de Fórmula 1 que se realizou no Algarve esse Domingo? Público este que não respeitou o devido distanciamento social mas que se encontrava munido da máscara. O mesmo tipo de lógica aplico a eventos culturais, desportivos e religiosos;
3 – A obrigação da utilização da máscara vai criar na maior parte das pessoas uma falsa sensação de segurança. O facto de cumprir a Lei mas não fazer o resto (distanciamento social. higiene e etiqueta respiratória) vai redundar no mesmo e o problema da Covid em vez de diminuir, aumenta;
4 – Ausência total e fatal de liderança dos nossos governantes e Direcção Geral de Saúde (DGS). Porque razão António Costa e o seu Executivo não prepararam com tempo um plano estratégico nacional (de Norte a Sul) para que todos os Hospitais e Centros de Saúde estivessem preparados para o que estamos a passar reforçando, desde logo, pessoal qualificado/não qualificado, material e espaço para se poder responder, da melhor maneira possível, ás solicitações dos doentes Covid e não Covid? Esse ponto devia dar que pensar;
5 – Custa-me entender que depois do sucedido em vários Lares e que está a suceder em várias Escolas, Faculdades, demais estabelecimentos de ensino, locais de trabalho, transportes públicos, etc. ainda não surgiu ninguém no Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (e outros Ministérios) e, inclusive, Assembleia da República que tenha tido a capacidade de perceber que é fundamental fiscalizar, fiscalizar, fiscalizar e fiscalizar previamente mesmo que para tal se tenha de reforçar Recursos Humanos e meios e, por último;
6 – Custa-me a crer que o comum dos cidadãos saiba utilizar a máscara correctamente de forma a não prejudicar a sua saúde. As máscaras cirúrgicas (as mais solicitadas) têm um curto prazo de validade e não devem ser utilizadas das 9H às 19H sob pena de provocarem patologias como tonturas, alergias, complicações oculares, etc. Claro que quem for profissional de saúde sabe o que deve fazer para além de que sabe também que para se proteger eficazmente da Covid necessita de algo mais do que uma máscara no rosto.
Em suma. Não vou aqui alimentar discussões e muito menos entrar nas vulgares conversas que por norma acabam sempre no insulto gratuito.
Não sou, nem quero ser, o Dono da Razão.
Apenas quis deixar aqui a minha opinião e, sobretudo, apelar ao bom senso de todos nós e pedir a quem nos governa que assuma de vez as suas responsabilidades e procure, de facto, buscar soluções para o problema em vez de recorrer ao extremismo que nada mais transparece senão uma total descoordenação que assusta e abre caminho a aventureiros do estilo André Ventura.