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imagem retirada de facebook
O Ditado “Burro velho não aprende línguas” transporta em si a ideia de que a inteligência e a aprendizagem não são possíveis de acontecer a partir de determinada idade, ou seja que as faculdades cognitivas do ser humano deixam de existir ou que o Homem vai perdendo capacidades. Partindo da ideia de que o ser humano está em constante evolução ( Darwin), e de acordo com a perspectiva construtivista e interaccionista de inteligência, conhecimento e aprendizagem (Piaget), ao Homem é possível a formação ao longo da vida, através de uma constante adaptação e na interacção com os outros. In ÁGORAEDUCACAO
Este ditado popular português descreve na perfeição o actual estado de coisas na União Europeia (UE). Com o Brexit a ser hoje uma clara realidade e o crescimento, aqui e acolá, da extrema-direita seria expectável que a Europa procurasse reflectir sobre o seu futuro para evitar um – mais do que - possível colapso, mas não é bem isto que está a acontecer.
De um lado temos a Alemanha e os seus aliados a desejar o pior possível para o Reino Unido para, desta forma, amedrontar e ameaçar os – possíveis - futuros dissidentes europeus. Não que a saída do Reino Unido implique cedência alguma da parte da UE à ideia de Theresa May de que se vão embora mas as relações económicas e financeiras entre ambos ficam na mesma. Pelo contrário. O Reino Unido optou pela saída da UE, e agora tem de se “sentar à mesa para se fazer contas”. Mas daí até se chegar ao que os alemães e aliados desejam vai uma longa distância… E no meio desta distância está a extrema-direita que ameaça, cada vez mais, os valores europeus.
Da Holanda vieram os primeiros sinais de perigo. Isto, colocando de parte a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América, pois claro. Felizmente o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, resolveu levar a cabo meia dúzia de acusações patéticos na altura das eleições holandesas e tal obrigou a que o reeleito Primeiro-ministro dos Países Baixos tivesse de tomar a postura rígida e radical que é do agrado os apoiantes da extrema-direita, mas em França vamos ter eleições para a Presidência da República, e na linha da frente está a Sra. Le Pen que já declarou publicamente que não descansará enquanto o projecto Europa Unida deixar de ser uma realidade. E não me parece que o maluquinho que preside à Turquia salve – mais uma vez - a europa de tão tenebrosa eleição.
Nuvens muito negras aproximam-se cada vez mais da Europa e o que fazem os líderes europeus? Uns a pretexto do Brexit estão - repito - muito mais interessados em aterrorizar os seus colegas europeus e outros (François Hollande) preferem uma Europa a duas velocidades que alargue o fosso Norte/Sul que está, aos poucos, a destruir por completo a União Europeia.
A solução de grande parte dos actuais problemas da Europa passa pela extinção da moeda única. Isto porque é muito por causa do euro que os cidadãos europeus são fustigados por uma austeridade bruta e cega, mas para tal era preciso que a Europa deixasse - de vez - de ser burra velha e aprendesse línguas.
Uma nota final. Sair do euro não é o mesmo que sair da União Europeia. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Para mais hoje em dia temos países europeus que não fazem parte do euro mas que são membros da UE. Este recado é dirigido aos “engraçadinhos” que resolveram comparar Catarina Martins a Marine Le Pen.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (03/04/2017)
O panorama partidário português sofreu as mais variadas alterações ao longo dos anos. Com o 25 de Abril houve uma “explosão” de Partidos de ideologia de Esquerda. Uns mais radicais e outros mais moderados, vários foram os Partidos de Esquerda que marcaram, positiva e negativamente, a nossa 3.ª República.
Chegados ao Século XXI os Partidos pós revolucionários despareceram. Ou melhor, fundiram-se num só Partido que, aos poucos, ganhou um enorme protagonismo no nosso panorama político “roubando” um pouco a predominância que o Partido Comunista Português tinha como “Partido de Protesto”. Mas o Bloco de Esquerda não se ficou por aí dado que hoje em dia este se apresenta, cada vez mais, como um “Partido de Governação” e a prova disto mesmo está no facto de ser um dos mais fortes pilares da governação Socialista de António Costa.
Temos, portanto, que ao Bloco de Esquerda de Catarina Martins e Mariana Mortágua - que tem contribuído, e muito, para uma “limpeza da porcaria” que grassa na nossa sociedade civil e política – se exige uma maior responsabilidade. Dito de outra forma; será intolerável ao Bloco voltar a colocar em cima da mesa dos debates temas como a criminalização do piropo (temática que ridicularizou o Partido e que fez com que este perdesse muita força política).
Até digo mais, depois de Mariana Mortágua ter tido a coragem de trazer a público os “podres” da nossa Banca e a promiscuidade que existe na Política e Alta Finança as responsabilidades do Bloco de Esquerda aumentaram em flecha. O Bloco tinha deixado de ser o Partido do “contra” para passar a ser aquele Partido que se afigurava como diferente dos outros. O problema é que as coisas não se passaram bem assim porque o Bloco trouxe para a nossa Sociedade mais uma das suas antigas “parolices”. Esta história do Cartão de Cidadão vs Cartão da Cidadania é caricata, senão mesmo ridícula em todos os termos e sentidos.
Sou o primeiro a defender a igualde em todos os sentidos entre os Direitos e Obrigações de Homens e Mulheres. Sou o primeiro a estar contra a descriminação das Mulheres seja ela qual for. Mas pergunto-me onde é que haverá discriminação na denominação de um Cartão que outrora era conhecido como Bilhete de Identidade? Ou melhor; qual é a situação mais grave eu que merecia uma maior atenção da parte da ala feminista do Bloco: a temática Cartão de Cidadão vs Cartão da Cidadania ou as pressões psicológicas que as entidades patronais por norma fazem sobre as Mulheres que engravidam/tencionam engravidar (teste de amamentação e outras coisas tais)?
Confesso que estaria do lado do Bloco se este optasse por ter a iniciativa de tornar o actual Cartão de Cidadão mais prático, seguro, e, sobretudo, mais condizente com os valores que temos de pagar pela sua renovação, mas pelos vistos o Bloco de Esquerda ainda não se libertou, em definitivo, daquela sua ala que só tem prazer em ser do contra (à boa moda do Partido Comunista Português),
Bloco, Bloco… Quando é que vais ser uma alternativa no verdadeiro sentido do termo?
Artigo publicado no Repórter Sombra
Não são muitas as vezes em que estou de acordo com a porta-voz do Bloco de Esquerda mas acho que as suas declarações sobre o actual estado de coisas no Brasil reflectem uma realidade. Uma triste e deveras preocupante realidade dado que hoje em dia as Democracias começam a ser, cada vez mais, colocadas em xeque mate por um perigosíssimo populismo crescente que a crise económica internacional e recente “guerra” petrolífera criaram.
Chamem-me de conservador - se assim o entenderem - mas para mim o ditado popular “cada macaco no seu galho” deve ser seguido à risca se não quisermos ter uma Sociedade onde os oportunistas de ocasião possam surgir. Dito de outra forma, para mim tudo o que seja do foro da Justiça não pode, não deve e nunca deverá ser dissecado, investigado e debatido na Comunicação Social.
Ora o que vamos vendo no Brasil é um bom exemplo daquilo que uma Sociedade democrática não pode nem deve nunca ser. O cúmulo dos cúmulos está no facto de a equipa de investigação liderada pelo Juiz Sérgio Moro ter feito chegar ao famoso canal de televisão Globo as recentes escutas telefónicas da Presidente Dilma Rousseff numa clara e manifesta tentativa de manipulação da opinião pública brasileira (e não só). Algo de parecido com tal só a manobra populista de Hitler e seus comandos aquando da fatídica noite de cristal.
Obviamente que não estou aqui a defender Dilma, Lula ou outro qualquer agente político ligado ao PT.
Assim como também não apoio qualquer outro político brasileiro de qualquer outro partido que esteja também sobre a alçada da Justiça por suspeitas de corrupção como sucede com o deputado Eduardo Cunha (PMDB do Rio de Janeiro) e o senador Antonio Anastasia (PSDB de Minas Gerais) que foram incluídos na Operação Lava Jato, que investiga o desvio de 10 bilhões de reais da Petrobras.
Contudo o que vamos assistindo no terreno (e não só) é que tanto o deputado Eduardo Cunha como o senador Antonio Anastasia são praticamente esquecidos pelo Juiz Sérgio Moro, TV Globo e manifestantes Anti Dilma na sua demanda contra a corrupção. E isto diz-nos muita coisa. Muita coisa sobre as reais intenções de todos estes agentes que nunca acharam muita piada ao facto de Lula, Dilma e o PT terem feito alguma coisa para que o fosso entre os pobres (negros) e os ricos (brancos) diminuísse drasticamente.
Vamos a ver como vai isto terminar mas não tenhamos a mais pequena dúvida de que "o que está acontecer no Brasil é um golpe de Estado do século XXI".
Artigo publicado no Repórter Sombra