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Depois de ter aqui feito notar qual a indumentária que acho que um Ciclista Urbano consciente deve utilizar para poder circular na Via Pública em Segurança e dentro da Lei, eis que agora venho falar de duas pedras chave para uma pedalada segura na Cidade. Falo, obviamente, da Paciência e da Boa Educação.
E porque tem um Ciclista de ter paciência na estrada? A resposta é simples: Portugal. Estamos em Portugal, País onde a “esperteza saloia” tem lugar cativo.
Quem não anda na rua da sua cidade e se confronta com um individuo que não sinaliza quando vira para a direita/esquerda? Quem não já não teve que "travar em cima do acontecimento" porque o automóvel que seguia atrás de repente ultrapassa para logo de imediato parar sem dar sinal algum do que o vai fazer? E pior que tudo, quem não tem que infringir o Código da Estrada porque o beltrano/fulana foi ao “cafezinho” e deixou o “popó” estacionado no meio da rua ou em cima do passeio? E quem já não teve de se desviar do chico esperto que mesmo estando mal parado resolve abrir a porta do seu carro toda para trás como se porventura fosse um elefante a entrar na viatura (já agora, este é o maior perigo para quem pedala na estrada)?
E é aqui que entra também a Boa Educação. Uma vez que não vale a pena discutir com esta gente, e muito menos descer ao seu nível, tentemos, nós Ciclistas, cumprir com as Regras de Trânsito sinalizando sempre a nossa presença, mudança de sentido/via e agradecendo sempre quando um condutor de um veículo automóvel nos cede a passagem. Assim como será de bom-tom que, quando surgir oportunidade e segurança para tal, que o Ciclista encoste o mais possível à berma para deixar passar os carros que seguem atrás.
Convêm recordar que por muito bom que um Ciclista seja este nunca conseguirá de modo algum andar ao mesmo ritmo de um carro, pelo que nunca será de mais ser-se paciente e educado com os outros para que estes olhem para nós como mais um que vai na estrada e não como um empecilho que lhe está a atrasar o dia.
Boas pedaladas!
Ser-se ciclista em Portugal não é fácil. Não bastasse a falta de infra estruturas (entenda-se ciclovias), temos também de lidar com a pujança e má criação de quem circula nos passeios e ruas das nossas cidades.
No caso dos passeios sou como o outro. Quem circula num passeio não espera de forma alguma vir a ter de ceder passagem a bicicletas. Contudo nada impede um ciclista de circular no passeio se não houver uma ciclovia ou BUS. Naturalmente que quem vai a pedalar num passeio deve ser paciente, educado e cauteloso.
Já nas ruas a música é outra. É que é por aí que as bicicletas devem circular preferencialmente. E claro que o devem fazer de forma a não perturbar o trânsito, circulando sempre o mais encostado possível ao passeio (e quando digo o mais encostado possível não estou a dizer que devem circular na berma, facto que, por si só, é impossível) e sinalizar sempre com o braço estendido a intenção de virar à esquerda/direita. À noite os cuidados na rua de um ciclista devem ser redobrados uma vez que, para além do capacete que se deve utilizar sempre, exige-se que se circule com um colete reflector e uma luz dianteira/traseira.
Na passada Sexta-feira à noite sai do escritório. Esperei que todos os carros tivessem passado, comecei a circular e virei para uma rua com dois sentidos. Neste momento eis que um condutor começa a buzinar e a barafustar alto e bom som enquanto me ultrapassava. Como se fosse o Rei da estrada que quer o trajecto só para ele. Eu estava de capacete posto, colete reflector equipado, luz dianteira e traseira ligada e seguia o mais encostado possível ao passeio. Que queria sua Eminência parda que eu fizesse mais? Que me atirasse para cima do passeio para que o Excelentíssimo passasse sem ter de fazer uma ultrapassagem?
Mais á frente, depois de ter estado num semáforo à espera do verde, eis que outra inteligência começa aos berros. Não me perguntem o que queria a personagem até porque eu estava mais atento ao que se ia passando à minha frente, mas sei que o “recado” era para mim.
Sinceramente que quer esta gente? Se vamos de bicicleta no passeio ralham. Se vamos na rua protestam e buzinam.
Ciclista urbano sofre!