por Pedro Silva, em 27.10.20
Não pode, ou melhor, não devem existir cidadãos de 1.ª, 2.ª e até mesmo de 3.ª categoria.
A nova Lei que obriga a usar máscara na via pública sempre que o distanciamento social seja fisicamente impossível não pode, de forma alguma, patrocinar - e muitos menos criar - situações em que uma pessoa pelo facto de padecer de um problema de saúde deixe de ter acesso a um qualquer recinto ou de circular livremente na via pública ou transportes públicos.
Para mais, a forma atabalhoada e à pressa com que o nosso Legislador criou a dita normativa dá azo a que cidadãos com problemas de saúde grave que não possam utilizar uma máscara sejam marginalizados porque não tem a felicidade de ter um médico à sua disposição no imediato que passe a dita declaração que justifica perante (pasme-se!) outros cidadãos que não podem utilizar a máscara porque esta coloca em risco a sua saúde.
A dita Lei ainda não entrou em vigor. Tal só irá ocorrer amanhã, Quarta-feira (28 de Outubro de 2020) mas a "polícia da máscara e dos bons costumes", ao estilo Santa Inquisição da Idade Média já começou o seu trabalho de marginalização de quem, pelos vistos, escolheu ter uma doença grave.
Isso é Portugal em pleno Século XXI.
Parabéns Sr. António Costa e Sr. Rui Rio. Nem André Ventura teria feito melhor.
p.s. Coisas existem pela sua gravidade que são bem mais importantes do que o futebol. Adoro o Futebol Clube do Porto da mesma forma que adoro opinar sobre futebol, mas nos tempos que correm fazem - mesmo! - falta gente com Alma pensante.