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Porque funciona a “Geringonça”? Eis uma questão que todos já colocaram. Muito em especial nos momentos em que a dita “Geringonça” que nos governa foi submetida a uma maior pressão interna e externa. A resposta é simples e para tal basta que se siga a lógica do meu último artigo de opinião que foi publicado no Repórter Sombra.
O que sustêm a “Geringonça” e a faz trabalhar mesmo nos momentos mais complicados é o diálogo. Sim. Diálogo, aquilo que o PSD de Pedro Passos Coelho e CDS-PP de Assunção Cristas abominam por completo. Aliás, bem vistas as coisas a política é – na sua base e essência – a arte de bem dialogar, porque não existe outra forma de um político honesto e competente convencer o seu eleitorado senão através do diálogo.
Não é por mero acaso que os “Barões” do PSD começam a apelar a Pedro Passos Coelho para que deixe de ser o arrogante cínico que deseja o mal de Portugal para poder governar a todo o custo. Marques Mendes e outros já perceberam que a “Geringonça” está aí para durar e somente uma faciosa Comunicação Social (a facção aliada de Passos Coelho) é que teima em não aceitar a realidade das coisas.
Actualmente a Direita portuguesa está perdida e não sairá do tenebroso labirinto em que se meteu enquanto não aceitar que vai precisar de dialogar e não de hostilizar, radicalizar e culpabilizar para voltar a ter crédito junto do eleitorado. Para mais os últimos meses tem trazido à nossa realidade factos que não abonam em nada a favor de PSD e CDS. Até nos recentes incêndios que arrasaram a Madeira e alguns Distritos de Portugal continental o Governo Passos/Portas teve uma tremenda responsabilidade por causa da famosa Lei do Eucalipto.
Obviamente que dialogar não isenta a “Geringonça” de alguns sobressaltos. Mas estes sobressaltos são uma consequência natural da política porque dialogar exige, precisamente, a troca de ideias. É precisamente nessa trica de ideias que surge o “combustível” que faz com que a “Geringonça” funcione na perfeição. PS, BE e PCP fazem exigências e cedências para que Portugal continue num rumo sereno e, sobretudo, mais justo para todos os portugueses. Algo que Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas parecem não conseguir fazer, e graças a isto vão ficar - por largos anos - na oposição.
Uma última nota sobre a “embrulhada” da Caixa Geral de Depósitos (mais uma embrulhada que o Governo Passos/Portas deixou ficar para alguém resolver) para dizer o seguinte.
Ainda estou para perceber porquê razão o actual Governo insiste em querer nomear como Administradores do Banco público pessoas que já ocupam outros cargos. Como se isto de gerir um Banco fosse uma espécie de “frete” ou favor que nos fazem para o qual são bem renumerados. Não haverá por aí mais gente com capacidade e competência para recuperar a Caixa da trapalhada em que Passos e Portas a meteram?
Artigo publicado no Repórter Sombra (22/08/2016)