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Não tenho por hábito seguir o programa da RTP. Quando o faço é porque está em cima da mesa um tema que me interessa bastante ou que me possa afectar de uma forma directa ou indirecta.
Como tal não podia de forma alguma passar ao lado do assunto do Prós e Contras que se centrou na Reforma da Justiça. Evidentemente que o tema em si não foi dissecado, analisado, esmiuçado e devidamente debatido pelos intervenientes do dito programa. Isto porque quem estava contra tinha mil e umas razões válidas para apresentar, e quem estava a favor da forma como a Reforma foi feita não soube apresentar um único argumento.
E é bom salientar que não estou aqui a falar da Reforma da Justiça, mas sim da forma como a Reforma está a ser levada a cabo.
Ora, ao ver o tal de "debate" fiquei com a clara ideia, se calhar errada, de que tanto o Governo como os Magistrados estão completamente a favor da forma atabalhoada, ridícula e nada profissional como o actual Executivo levou a cabo a dita Reforma. O que não deixa de ser algo de perplexo, dado que ainda há não muito tempo a Sra. Ministra da Justiça dirigiu ao País um pedido de desculpas público pela forma como tem sido conduzido este processo.
Para mais é de risota, com todo o devido respeito pelo Sr. Secretário de Estado da Justiça, que um elemento do Governo não saiba dizer publicamente onde estão os Processos que deveriam estar no portal CITIUS. Assim como é anedótico este mesmo Sr. dizer em directo que a partir da meia-noite os Processos iriam aparecer no dito sistema e no minuto seguinte ser confrontado por uma Advogada que se encontrava na Plateia que deu conhecimento de que os Processos que tinha consultado de tarde já não se encontrarem disponíveis no CITIUS. Mas ridículo, no verdadeiro sentido da palavra, é o Sr. Secretário de Estado vir dizer que os Contentores onde decorrem Audiências não são Contentores mas sim Pré fabricados como se a diferença entre ambos fosse muito grande.
O Prós e Contras em si é um desastre natural. Sempre foi e das poucas vezes que o vou vendo cada vez mais se acentua esta minha ideia sobre o dito, mas o “debate” sobre a Reforma da Justiça deu para perceber que a maioria dos Portugueses elegeu um conjunto de pessoas que se não é irresponsável é, sem sombra de dúvida, cobarde e pouco ou nada lúcida sobre o actual estado das coisas.