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Como é que se branqueia o novo mapa judiciário? É simples. Já explico.
Em primeiro lugar, é urgente inserir o novo mapa judiciário (que a humilde MJ diz ter posto em prática ao fim de 200 anos) na retirada do Estado, da soberania, do interior, das regiões com pouca gente, gente envelhecida, gente que não vale a pena, gente que custa dinheiro.
Na visão que esquece a essência das funções do Estado, essa que não tolera a discriminação de populações no acesso a postos de correios, a serviços de finanças ou ao seu tribunal, aqui, sem dúvida, custe o que custar, surge o discurso opaco de exemplos de tribunais onde se fazia "pouco".
O novo mapa judiciário é mais um ataque ao estado social, é economicista, ofensivo e desistente e a sua implementação tem sido um desastre, como se vê. A deslocação dos processos dará lugar, um dia, à deslocação insana de cidadãos para um tribunal posto a uma distância que descarrega nele e não no Estado o custo desta trapalhada.
Reformar o Estado tem sido colocar tribunais em contentores ao mesmo tempo que o CITIUS esteve sem funcionar uma semana por decisão do Ministério da Justiça. Já alguém se perguntou o que aconteceria se o portal das finanças encerrasse por uma semana?
Como é que se tapa este assunto desagradável para a reformadora prometida há duzentos anos? Lança-se o assunto da "base de dados dos pedófilos acessíveis aos pais".
Não é a primeira vez. É a segunda. A primeira foi precisamente quando a MJ foi contestada aquando do anúncio do mapa judiciário. Tema explosivo largado sem pormenores, bom para artigos de opinião, para debates, para entrevistas e, lá atrás, mudo, fica o novo mapa judiciário.
Crónica de opinião da autoria de Isabel Moreira
Agora já percebem porquê razão passei completamente ao lado do tema da Lista Pública dos Pedófilos. Tema por si só tão ridículo que nem merece esta simples frase que acabei de escrever.