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E se Draghi estivesse calado?

por Pedro Silva, em 11.04.16

Imagem Crónica RS.jpg

Actualmente cá pelo nosso pequeno burgo à beira mar plantado meio mundo anda muito ocupado com a “papelada” do Panamá. Não que não este meio mundo não tenha razões mais do que válidas para levar a cabo esta sua ocupação, contudo o Mundo não para por causa do Panamá e em Portugal aconteceu algo de muito grave que merece uma resposta de repúdio conjunta. Se não puder ser de repúdio que seja, pelo menos, de chamada de atenção porque nem tudo o que venha do estrangeiro é bom (ao contrário do que a nossa triste mentalidade afirma).

 

Ora vem isto a respeito da participação do Presidente do Banco Central Europeu (BCE) no nosso Conselho de Estado.

 

E antes de desenvolver a temática faço, desde já, um parêntese para aqui dizer que o Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República, por ele presidido. A este compete pronunciar-se sobre um conjunto de actos da responsabilidade do Presidente da República. Este deve também aconselhá-lo, no exercício das suas funções, sempre que ele assim o solicite. Para mais o Conselho de Estado é constituído por membros que o são por inerência dos cargos que desempenham ou que ocuparam e por membros designados pelo Presidente da República e eleitos pela Assembleia da República.

 

Ou seja, nada impede que Mário Draghi participe no dito órgão consultivo do nosso Presidente da República. O problema e que o Presidente do BCE nada sabe da realidade Portuguesa dado que o seu conhecimento se resume, tão simplesmente, a uma folha de excel onde os cidadãos Lusos se resumem, tão-somente, a números que fazem parte de duas simples equações: somar e subtrair. Dito de outra forma; o que raio terá passado pela cabeça do Professor Marcelo Rebelo de Sousa para ter convidado Mário Draghi a participar no Conselho de Estado?

 

Ora a trama fica ainda mais complexa quando me deparo no site do Jornal Público com as seguintes declarações de Draghi:

 

Mario Draghi, apurou o PÚBLICO, sugeriu até a alteração da Constituição e das leis eleitorais, embora nunca o tenha feito de forma específica ou directamente visando Portugal. Se na intervenção inicial já tinha afirmado que “a melhoria do funcionamento do mercado de trabalho continua a ser fundamental” e “um importante desafio em Portugal”, nas respostas aos conselheiros considerou que as Constituições dos países são, muitas vezes, obstáculos a reformas como essa.

 

Ou seja, Draghi veio para o nosso Conselho de Estado repetir a “lenga lenga” que o Partido Popular Europeu (PPE) implementou, quase que á força, na Europa do EURO que tão simplesmente fracturou esta mesma Europa em dois (Ricos e Pobres) e que faz com que esta mesma Europa se mantenha firme na sua recessão económica com as consequências político sociais que todos conhecemos 

 

Mário Draghi perdeu uma boa oportunidade de ter estado calado mas em vez disso preferiu tronar público uma sal faceta que todos desconhecíamos: a de “Direitola”. Como se já não lhe bastasse e chegasse o papel de guardião da moeda de um País ficcionado, desnivelado, fracturado e cada vez mais esgotado em si mesmo.

 

Artigo publicado no Repórter Sombra

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publicado às 23:34


1 comentário

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De rui a 13.04.2016 às 19:34

É GOLPADA ATRÁS DE GOLPADA: veja-se o caso da venda em contra-relógio do Banif (custo de milhares de milhões de euros aos contribuintes).
.
Por muitos mestres/elite em economia que existam por aí... porque é que quem paga (vulgo contribuinte) não há-de ter uma palavra a dizer!!!???!!!???!!!
.
Ora, de facto, foram mestres/elite em economia que enfiaram ao contribuinte autoestradas 'olha lá vem um', estádios de futebol vazios, BPN , BES , Novo Banco, Banif, etc .
.
Vontade de combater golpeadores ' que andam por aí... não é apontar 'milagreiros'... mas sim reivindicar/criar:
- MAIS CAPACIDADE NEGOCIAL PARA OS CONTRIBUINTES/CONSUMIDORES!
.
.
Ao não reivindicarem mais capacidade negocial... os contribuintes/consumidores estão otariamente a colocar-se a jeito dos lobbys que pretendem aplicar 'Golpes Palacianos'...
.
Ora, o contribuinte não pode ir atrás da conversa dos parolizadores de contribuintes - estes, ao mesmo tempo que se armam em arautos/milagreiros em economia etc ), por outro lado, procuram retirar capacidade negocial ao contribuinte!!!
Mais, quando um cidadão quando está a votar num político (num partido) não concorda necessariamente com tudo o que esse político diz!
Leia-se, um político não se pode limitar a apresentar propostas (promessas) eleitorais... tem também de referir que possui a capacidade de apresentar as suas mais variadas ideias de governação em condições aonde o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
.
.
Caso 1:
O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
---»»» Democracia Semi-Directa «««---
-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» Leia-se: deve existir o DIREITO AO VETO de quem paga!!!
[ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »]
.
.
Caso 2:
CONCORRÊNCIA A SÉRIO!!!
Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés etc ), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade (sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá COMBATER EFICAZMENTE A CARTELIZAÇÃO privada.
[ver blog « http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/ »]

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