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Pode ser falta de sorte da minha parte ou até mesmo uma pequena – grande – impressão, mas sempre que tenho a oportunidade de ver Pedro Passos Coelho nas bancadas da Assembleia da República (AR) tenho o azar (ou sorte, como preferirem) de o ver às gargalhadas enquanto algum elemento do actual Governo discursa e/ou responde às intervenções dos Deputados.
Obviamente que Pedro Passos Coelho bem que poderia aproveitar as parcas vezes em que se apresenta ao trabalho na AR para dar uma outra imagem de si e do partido que lidera, mas não quero ir por este caminho porque já é público que elegância, boa educação e postura digna de um líder de um partido não é com este Pedro. O que me realmente me aguça a curiosidade é a razão pela qual Passos se ri com tanta vontade. Estarão os Deputados, Primeiro-ministro e restantes Ministros a dizer anedotas a toda hora ou será que Passos acha uma piada imensa ao estado lastimável em que entregou o nosso País a António Costa e seus pares? É que, convenhamos, os debates do Orçamento do Estado e do estado da nação são assuntos de uma importância tal que por decerto não terão piada pelo que não se percebe a imensa graça que Pedro Passos Coelho parece achar às ditas temáticas
Passos Coelho deveria aproveitar o facto de ser líder da oposição a um Governo fortemente “amarrado” por tudo e todos para demonstrar que a melhor opção teria sido a de continuar a sua governação. Mas não. Pedro Passos Coelho está muito mais preocupado em publicamente fazer troça daqueles que hoje nos governam com inteira legitimidade. E é muito por isto que Pedro Passos Coelho se “afunda” cada vez mais nas sondagens.
Para mais não percebo a boa disposição de Passos se tivermos em consideração aquilo que este fez nos últimos quatro anos em que esteve nos comandos dos destinos de Portugal. É verdade que José Sócrates e o seu “governo sombra” começaram a abrir o buraco em que Portugal viria a ser enfiado, mas Pedro Passos Coelho e a sua fabulosa equipa de neo liberais não só escavou ainda mais fundo o dito buraco como tudo fez para que o nosso país nunca mais saísse do dito.
Uma nota final para falar um pouco sobre as recentes polémicas em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Primeiro queria aqui dizer que é uma vergonha e um tremendo insulto o ordenado que o Governo de António Costa acordou pagar ao novo Presidente do aqui referido Banco. Em tempos de vacas magras o Estado não deve pagar salários milionários a um gestor que vai acumular o dito com prémios e uma pensão. E não me venham cá com a historieta da competência, pois basta olhar para o actual estado da banca portuguesa para se chegar à conclusão de que competência no que à gestão de bancos e afins é coisa que cá pelo nosso pequeno burgo não existe.
Segundo, não era necessária tanta polémica e tanta demagogia barata da parte de PSD e CDS em torno da questão da obrigatoriedade de o Presidente da GGD apresentar as suas Declarações de Rendimentos (IRS) ao Tribunal Constitucional. O grande objectivo de tal é, tão-somente, o de se indagar se durante o período correspondente ao seu mandato não existem indícios de enriquecimento ilícito. “Quem não deve, não teme” pelo que se o cavalheiro indicado por António Costa para a administração da CGD não o quer fazer é porque tem “algo na manga” e nós (Contribuintes) já estamos fartos de pagar os “algo na manga” dos competentes gestores da nossa banca.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (07/11/2016)