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Ponto prévio; é certo e sabido que na Invicta existe uma certa franja de personalidades que tem por hábito tudo fazer para colocar uma espécie de “mordaça” em torno de quem não concorda com alguns aspectos da gestão camararia do actual Presidente da Câmara Municipal do Porto. Salvo prova em contrário, na cidade do Porto ainda impera a Democracia/Liberdade de Pensamento/Expressão e, como tal, é perfeitamente natural que cada portuense tenha a sua opinião sobre os mais variados temas relacionados com a sua cidade.
Feito o esclarecimento, passemos aquilo que penso sobre o facto de recentemente a Câmara do Porto ter aprovado o alargamento de estacionamento pago a novas ruas.
Até que compreendo – e apoio – a ideia de a Câmara tentar colocar um pouco de ordem no estacionamento dado que em muitas das ruas da Invicta os peões tem de vir para a rua porque os carros estão em cima dos passeios. O mesmo digo relativamente a alguns automóveis cujos proprietários e proprietárias os param de qualquer forma, jeito e feitio porque vão tomar o seu “cafezinho” (ou fazer outra coisa qualquer) e voltam já. Mas não me parece que tal problemática se resolva com a colocação de mais parcómetros. Tal pode até fazer bem às contas da Câmara Municipal do Porto (CMP) dado que vai entrar mais algum dinheiro nos cofres, mas o problema vai-se manter. Ou melhor, o dito fenómeno do “estacionamento selvagem” vai-se agravar nas zonas onde não existirão dos ditos parcómetros e de pouco, e até mesmo nada, vai servir o suposto aumento do reforço de fiscalizadores porque estes não conseguem cobrir todas as zonas de estacionamento da cidade do Porto. Para além disto há sempre aquele condutor/a que não se importa de pagar as multas que tiver de pagar dado que não aprende nada com isto.
Por altura já sei que haverá quem discorde. Mas calma. Vou dar um exemplo que vos mostrará que isto do estacionamento pago é uma não solução.
Costumo ir de férias para uma cidade algarvia que todos os anos em Agosto sofre do dilema do “estacionamento selvagem”. Este ano o Presidente da Câmara da dita cidade resolveu colocar parcómetros nas ruas. E, obviamente, também houve um claro reforço da fiscalização. Qual foi o efeito prático de tal medida? O estacionamento melhorou e apareceu mais ordenado é verdade, mas por outro lado nos dias que antecederam o fim-de-semana e feriado até em cima dos passeios estacionavam! De nada servia o parcómetro que passava a ser, nestes dias, mais uma figura pitoresca das terras algarvias. Isto quando os cavalheiros e madames do volante não se lembravam de parar o carro quase em cima da praia ou nas ciclovias.
E a Policia nada fazia? Vontade não lhe faltava, mas em conversa com o Superintendente lá da terriola fiquei a saber que, pese embora o reforço de agentes e a colocação de parcómetros, o problema do “estacionamento selvagem” mantinha-se e, em certos casos, até piorou ou passou a existir onde dantes não existia.
Portanto, não me venham cá com esta de que os parcómetros são a solução ideal para se combater o “estacionamento selvagem”. O dito “estacionamento” na cidade Invicta (e em qualquer outra cidade) combate-se com outro tipo de medidas. Medidas que, pela sua natureza, não servem para depois se fazerem “Contas à moda do Porto”. E é aqui que reside o cerne da questão.
Artigo de opinião publicado no site Repórter Sombra (12/09/2016)