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O Reino Unido é hoje uma tremenda barafunda política onde os extremos mandam e tentam impor, sem sucesso, o seu extremismo. O resultado das últimas eleições que Theresa May resolveu antecipar por pura e manifesta arrogância, são a clara evidência de que nas Terras de sua Majestade a barafunda política é soberana.
A barafunda no Reino Unido é já de tal ordem que poderá - no médio e longo prazo – isto poderá vir a acabar mal para os britânicos. Trocando isto por miúdos, a incerteza em que vive actualmente a Grã-Bretanha por culpa da sua classe política e do pensamento dominante que - ainda – assola a Europa, vai acabar por enfraquecer o ténue equilíbrio entre Povos que fazem parte do Reino Unido. Convêm não esquecer que os membros do Reino Unido não estão lá muito satisfeitos com tudo o que se tem passado em Londres nos últimos tempos. Os “ventos” separatistas podem muito bem voltar em força com as consequências gravosas de um passado não muito distante.
Mas tudo isto poderia, e deveria, ter sido evitado. E isto tanto a nível interno como externo porque David Cameron agiu como agiu porque teve o apoio incondicional de uma Europa que agora tem submetido o Reino Unido a um vergonhoso e deplorável bullying. Uma cena caricata mas verdadeira até porque hoje em dia só entra e sai da União Europeia quem a Alemanha quer e ponto.
Obviamente que podemos acusar May de ter sido arrogante nesta sua aposta nas eleições antecipadas. Não é desta forma que se derrota um adversário político. Especialmente se tivermos em linha de conta o estado em que David Cameron deixou o Reino Unido para se dedicar a tempo inteiro ao seu adorado mercado do peixe de Lisboa. Theresa May nunca deveria ter seguido este caminho mesmo sabendo que do outro lado está um Jeremy Corbyn sem uma ideia clara do futuro do Reino, mas também não se poderia esperar outar coisa de alguém que foi somente a Ministra da Administração Interna do governo liderado por David Cameron.
Em política a arrogância tem um preço muito elevado, contudo a forma como os apoiantes de May reagiram ao resultado das últimas eleições e a forma autoritária como Theresa May pretende continuar a governar faz-me crer que o velho ditame inglês “Keep Calm and Carry On” vai dar lugar ao “Thank you David”. E quando tal suceder não será pelos melhores motivos.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (12/06/2017)
O Ditado “Burro velho não aprende línguas” transporta em si a ideia de que a inteligência e a aprendizagem não são possíveis de acontecer a partir de determinada idade, ou seja que as faculdades cognitivas do ser humano deixam de existir ou que o Homem vai perdendo capacidades. Partindo da ideia de que o ser humano está em constante evolução ( Darwin), e de acordo com a perspectiva construtivista e interaccionista de inteligência, conhecimento e aprendizagem (Piaget), ao Homem é possível a formação ao longo da vida, através de uma constante adaptação e na interacção com os outros. In ÁGORAEDUCACAO
Este ditado popular português descreve na perfeição o actual estado de coisas na União Europeia (UE). Com o Brexit a ser hoje uma clara realidade e o crescimento, aqui e acolá, da extrema-direita seria expectável que a Europa procurasse reflectir sobre o seu futuro para evitar um – mais do que - possível colapso, mas não é bem isto que está a acontecer.
De um lado temos a Alemanha e os seus aliados a desejar o pior possível para o Reino Unido para, desta forma, amedrontar e ameaçar os – possíveis - futuros dissidentes europeus. Não que a saída do Reino Unido implique cedência alguma da parte da UE à ideia de Theresa May de que se vão embora mas as relações económicas e financeiras entre ambos ficam na mesma. Pelo contrário. O Reino Unido optou pela saída da UE, e agora tem de se “sentar à mesa para se fazer contas”. Mas daí até se chegar ao que os alemães e aliados desejam vai uma longa distância… E no meio desta distância está a extrema-direita que ameaça, cada vez mais, os valores europeus.
Da Holanda vieram os primeiros sinais de perigo. Isto, colocando de parte a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América, pois claro. Felizmente o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, resolveu levar a cabo meia dúzia de acusações patéticos na altura das eleições holandesas e tal obrigou a que o reeleito Primeiro-ministro dos Países Baixos tivesse de tomar a postura rígida e radical que é do agrado os apoiantes da extrema-direita, mas em França vamos ter eleições para a Presidência da República, e na linha da frente está a Sra. Le Pen que já declarou publicamente que não descansará enquanto o projecto Europa Unida deixar de ser uma realidade. E não me parece que o maluquinho que preside à Turquia salve – mais uma vez - a europa de tão tenebrosa eleição.
Nuvens muito negras aproximam-se cada vez mais da Europa e o que fazem os líderes europeus? Uns a pretexto do Brexit estão - repito - muito mais interessados em aterrorizar os seus colegas europeus e outros (François Hollande) preferem uma Europa a duas velocidades que alargue o fosso Norte/Sul que está, aos poucos, a destruir por completo a União Europeia.
A solução de grande parte dos actuais problemas da Europa passa pela extinção da moeda única. Isto porque é muito por causa do euro que os cidadãos europeus são fustigados por uma austeridade bruta e cega, mas para tal era preciso que a Europa deixasse - de vez - de ser burra velha e aprendesse línguas.
Uma nota final. Sair do euro não é o mesmo que sair da União Europeia. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Para mais hoje em dia temos países europeus que não fazem parte do euro mas que são membros da UE. Este recado é dirigido aos “engraçadinhos” que resolveram comparar Catarina Martins a Marine Le Pen.
Artigo publicado no site Repórter Sombra (03/04/2017)
Alea jacta est (grafia em latim: alea iacta est) significa, em português, "O dado está lançado", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Na linguagem popular, é uma expressão utilizada quando os factores determinantes de um resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los. Foi a frase em latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com as suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que atualmente corresponde ao território do norte da península Itálica) e o território da Itália. In Wikipédia
E pronto. Eis que o Brexit se tornou realidade. O Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) iniciou o processo de saída da União Europeia. E este é, sem sombra de qualquer dúvida, o momento ideal para que toda a Europa inicie - de imediato - uma profunda reflexão. O Brexit não é um grito de revolta pelo que está a suceder na Europa em si. É antes a manifestação corpórea de uma extrema-direita que está cada vez mais próxima dos corredores do Poder em muitos países europeus e tal irá – mais cedo do que tarde – colocar em xeque a paz no Velho Continente.
Sim. Este é um momento que exige reflexão ao invés de estarmos todos a jogar o pachorrento e infinito jogo da culpa. No Brexit todos nós tivemos culpa. Todos sem execpção. É verdade que David Cameron teve mais pujança do que razão quando se lembrou de jogar um jogo político que acabou mal para ele e para os seus. Mas não façam de Cameron o único vilão desta triste história. E deixem o povo britânico de fora deste jogo estapafúrdio das culpas.
Se querem apontar o dedo a alguém apontem-no - com força e plena convicção - a todos nós que entregamos a condução do projecto europeu a burocratas em Bruxelas que não sabem ver mais nada senão uma folha de excel e uma série de teorias bacocas neoliberais que não passam de meros pensamentos criados numa qualquer esplanada de café acompanhados de uma boa chávena da mais pura cafeína.
Contudo se há pessoa que está perfeitamente à vontade nisto das culpas sou eu. Já há muito que venho dizendo que o caminho que a Europa unida vem segundo há já uns bons anos a esta parte é mau. Péssimo. Terrível. Uma Europa que “mói” Democracias, que “esvazia” Parlamentos, que impõe a sua política pela força da finança, que coloca Norte contra o Sul, que maltrata os Estados-membros periféricos, que financia guerras, que apoia e financia movimentos obscuros e – sobretudo – que se esquece da Democracia, do Estado Social, de igualdade, liberdade e fraternidade em detrimento da alta finança e do grande capital (mercados) não tem futuro.
É esta a nossa triste realidade. Uma Europa onde o Brexit está a ser encarado por todos os actores europeus como algo de perfeitamente normal até porque – segundo os burocratas não eleitos de Bruxelas - quem fica verdadeiramente a perder são os britânicos (em último casos os Ingleses).
Como é óbvio a extrema-direita afia as facas e agradece de sorriso aberto tal comportamento. A Europa insiste na via-sacra da austeridade nua e crua (algo reprovado pelo FMI) porque os bacocos, ultrapassados e completamente desfasados da realidade Tratados Europeus assim o determinam.
Não se tenha a mais pequena dúvida de que a caixa de pandora está aberta e de que os ventos de 33 do século passado voltaram a soprar.
Alea jacta est.
Artigo publicado no Repórter Sombra
A crise das dívidas soberanas fez com que a União Europeia se dividisse entre Credores e Devedores. A compreensão, liberdade e igualdade entre os Estados-membros - princípios fundadores da União - foram postos de lado em nome da estabilidade financeira de alguns.
Isto porque o alargamento da União foi feito sem pensar em todos. Basicamente o que sucedeu foi que os mais ricos viram no alargamento a oportunidade de adquirir mão-de-obra qualificada e barata. Esqueceram-se de que no seio da União havia um grupo de Países (Portugal, Espanha, Itália, República da Irlanda, Malta e Grécia) que tinham tido um pseudo crescimento/desenvolvimento que precisava de ser reforçado e organizado pela União Europeia.
Agora juntemos a estes factos a gravíssima crise migratória no Centro da Europa. Crise que é provocada pela guerra na Síria. Uma guerra patrocinada directamente por Ingleses e Franceses e pelos Alemães de uma forma indirecta. Diga-se neste ponto que os Refugiados Sírios não querem ser acolhidos nos Países pobres da União. E como se não bastasse, os Países do Leste querem fazer parte do projecto europeu mas não querem a divisão de esforços entre os Estados-membros. Inclusive já se começa a falar na hipótese de construção de muros que impeçam a entrada de Refugiados em países como a Hungria, Eslovénia, Áustria etc. criando, desta forma, ima espécie de zona tampão na Sérvia (um País nada problemático), Macedónia e Grécia. E muitos destes muros serão construídos nas fronteiras de Estados-membros da União Europeia.
É neste cenário que surge a última crise Reino Unido/União Europeia onde um lado e outro impõem a sua lógica sem que se haja um meio-termo. Se de um lado os Britânicos ameaçavam (e ainda ameaçam) com o “Brexit”, do outro temos um conjunto de burocratas que impõe a sua intolerância perante tudo e todos. Ambos os lados fazem finca-pé das suas posições porque acima dos interesses da União estão os seus próprios interesses.
O problema é que no actual estado de coisas os Britânicos têm todo o direito de jogar o seu jogo. Estes nunca se consideraram verdadeiramente Europeus. Para mais sabem que um eventual “Brexit” será altamente prejudicial para a União Europeia. Para além disto não foram os Britânicos os primeiros a tomar medidas de “estrangeiro rua”. Pouco ou nada se falou na temática, mas há não muito tempo o Governo Belga tomou a decisão de expulsar cidadãos europeus que não conseguiam arranjar emprego na Bélgica mo prazo de seis meses.
O espaço Europeu tem graves desequilíbrios que deveriam ter sido tomados em consideração na hora da expansão Europeia para o Leste. E é muito por causa disto que o projecto europeu acabará por ruir mais cedo ou mais tarde.
A Europa está fracturada e não se vislumbram sinais de que estas fracturas possam desaparecer. É verdade que as desavenças entre os mais ricos vão sendo serenadas aqui e acolá, mas o problema no seu todo mantêm-se e não é com acordos feitos à pressão como este último celebrado entre Reino Unido e União Europeia que impedirão colapso da Europa unida. Estes apenas contribuem para se adiar o inevitável caso não se faça ima profunda reflexão e se regresse ao princípio fundadores da União do “todos diferentes, todos iguais” em todos os aspectos sem excepçáo alguma.
Artigo publicado no Repórter Sombra
Vou ser directo e sincero, o caso Maddie tira qualquer um do sério. Isto porque este caso nasceu torto e com muitas incoerências que ainda estão por explicar.
Uma delas prende-se com o facto de quando a criança despareceu os Pais terem ido “a correr atrás” de um representante da televisão Britânica e não da Polícia.
Depois ainda está por explicar porquê razão os Pais de Maddie a deixaram sozinha num quarto de um apartamento situado no rés-do-chão e foram para uma jantarada com os amigos e conhecidos.
E temos ainda o ônus da questão: porquê razão Madeleine McCan foi supostamente raptada?
Por norma os raptores exigem sempre algo em troca e como é sabido os Pais da criança são pessoas de posse e muito influentes no Reino Unido (ou pelo menos dizem ser) e como tal seria natural que um suposto raptor exigisse um resgaste ou outra coisa qualquer.
Mesmo que se trate de um acto de vingança contra os McCan este seria sempre "assinado" por quem o levou a cabo senão de que outra forma este tiraria proveito do seu gesto.
Tudo isto são questões pertinentes que aguardam uma resposta oficial e convincente mas os Tabloides e Comunicação Social Inglesa preferem passar a ideia de que em Portugal é tudo defeitos atrás de defeitos, esquecendo-se de dizer que há anos que a conceituada Scotland Yard investiga este caso sem chegar a lado algum. Só agora, passados 7 anos, é que a Yard divulga um retrato robô de um suspeito. Ter de esperar 7 anos para se fazer um desenho de um individuo que se parece com o ex-árbitro Jorge Coroado é obra!
Por isto é que eu digo para se arquivar este processo. A verdade que “morra” com os McCan e com quem sabe o que realmente aconteceu naquela noite. Já chega de ver gente a lucrar com o infortúnio de uma pobre criança.