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A Lei da Cópia Privada é um tema que tem dado muito que falar. Mas mesmo muito. Lembro-me de que a dita já deu polémica no tempo do último Governo Sócrates (salvo erro), tendo depois caído no esquecimento de tão contestada que foi.
O actual Governo pretende voltar à carga com este assunto que já está na agenda da Assembleia da República. No dia 17 de Setembro a proposta de Lei da Cópia Privada vai a votos. Não deixa de ter a sua piada que os Deputados possam vir a aprovar uma Legislação que está prestes a ficar “fora do prazo”. Mas este tipo de “manobras” do actual Executivo é o pão nosso de cada dia… Que o digam os Agentes da Justiça e a tremenda balbúrdia que vai nos Tribunais por causa de uma tal de Reforma que tinha de ser feita desse por onde desse. Mas isto “são outros quinhentos”.
O que me causa uma certa estranheza, ou não, é o facto de, salvo erro da minha parte, esta tal Lei da Cópia Privada vir a estabelecer um imposto cujo valor será definido em função da capacidade de armazenamento do dispositivo. A verba que será cobrada irá em parte reverter para o fundo da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
Ou seja, com esta lei em vigor quando eu tiver a brilhante ideia de tirar uma fotografia com o meu telemóvel Android e a quiser guardar na memória do dito ou num cartão de memória vou forçosamente estar a contribuir para a SPA. O mesmo tipo de lógica se aplica ao que eu guardo da memória do meu Computador e Pen. E com isto, segundo os defensores da dita Lei, vou estar a proteger os interesses dos Autores Portugueses e a combater a Pirataria.
Ora deixa cá ver se eu percebi bem. Uma foto que eu tirei ou um documento que eu criei e quero guardar num dispositivo de armazenamento tem obrigatoriamente de passar pela forçosa contribuição para a SPA? Mas por Alma de quem quando neste caso o Autor até sou eu! Que faz a SPA por mim quando eu crio uma minuta qualquer e a guardo no meu PC ou Pen para utilização futura? E como vai esta forçosa contribuição para uma Organização que diz precisar de fundos para os seus projectos combater a pirataria?
Querem combater a Pirataria e ajudar a SPA? Com certeza. Deixem de lado as ideias ridículas, baixem o IVA dos Tablets, Pcs, Pens, Telemóveis, CDs, DVDs, Livros e outros tantos e vão ver como a Pirataria desparece num instante e a SPA vê os seus Fundos aumentarem a uma velocidade estonteante.
Da biblioteca do gato destaco hoje O Diário de um Banana. Trata-se de uma série de livros escritos e ilustrados por Jeff Kinney, um Norte-americano Criador e Designer de jogos online.
Greg Heffley, a personagem principal, foi criada em Janeiro de 1998 num pequeno apartamento em Massachusetts. Ao princípio não havia quase nada sobre ele, era só um esboço num papel. Jeff Kinney foi criando esboços e histórias ao longo dos anos até que juntou todas as piadas num só caderno. O resultado foi um caderno de 1300 páginas que foi posto online no site Funbrain.com em 2004. Mas mais de 90% do material escrito não foi para a edição final.
Um ano depois a editora New York Times decidiu publicar o Diário de um Banana e foi assim que Greg Heffley passou de um caderno de esboços para um livro best-seller internacional traduzido em 28 línguas e com milhões de cópias vendidas em todo o mundo sempre com enorme sucesso. Os primeiros 3 livros foram escritos com material do livro publicado no site FunBrain, mas há muitas coisas novas. O quarto e o quinto livro é que já foram feitos com material diferente.
A história baseia-se num ra+az que no seu dia-a-dia tem que lidar com os seus irmãos Rodrick e Manny, os seus pais e a escola. Para além disso tem o desejo de se tornar famoso e popular.
São livros que são lidos num dia. O seu conteúdo não é grande coisa e tem vindo a piorar de edição para edição. Contudo não deixa de ser um livro engraçado que serve para distrair a mente, até porque não podemos viver somente as coisas sérias da Vida.
Tendo em consideração o tipo de livro que é lamenta-se que o seu preço seja elevado, mas é preciso termos em linha de conta que estamos em Portugal onde ter-se saúde é uma coisa muito cara.
Hoje na Biblioteca do gato temos a autobiografia de Fidel Castro (da autoria de Norberto Fuentes) com informações que nunca vieram a público escritas por quem foi por mais de 20 anos Chefe dos Serviços Secretos Cubanos.
Desde o aluno rebelde até os dias actuais, passando por todos os momentos cruciais como a Sierra Maestra ou a Crise da Baía dos Porcos, Norberto Fuentes narra na primeira pessoa, numa narrativa flexível, a Vida de Fidel Castro lançando luz sobre tudo o que foi deliberadamente obscurecido ou manipulado.
Graças à documentação e à posição privilegiada do seu autor como braço direito do Ditador, este livro acaba por ser um documento imprescindível para se conhecer todos os detalhes até agora desconhecidos de Fidel Castro e das suas entranhas políticas de mais de quarenta anos.
Estamos sem sombra de dúvida perante um livro poderoso que deve ser lido sem complexos e sobretudo sem orientação política para que se possa compreender sem complexos o que lá está escrito. Fica aqui portanto a sugestão de uma longa mas muito construtiva leitura.