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"Darkest Hour"
Biografia, Drama, História - (2017)
Realizador: Joe Wright
Elenco: Gary Oldman, Ben Mendelsohn, Kristin Scott Thomas
Sinopse: Com a Grã-Bretanha à beira de perder a guerra para a Alemanha, Winston Churchill sofre pressão para fazer um acordo com Hitler para estabelecer o estado como parte do território do Terceiro Reich, mas resiste à pressão.
Critica: Confesso que não me vou alongar muito na crítica a este “A Hora Mais Negra” de Joe Wright. O filme está muito bom, mas está longe de ser sublime. Contudo este é, sem sombra de qualquer dúvida, uma excelente biografia onde somos “brindados” com uma interpretação notável do actor Gary Oldman.
O argumento que Joe Wright escolheu para a sua produção cinematográfica pareceu-me um tudo ou nada aborrecido. Espacialmente na carga dramática que este procurou implementar para que não acabemos a assistir a um documentário. Confesso que a temática não dava para muito mais, mas entregar a qualidade e interesse do filme à brilhante prestação de um actor parece-me manifestamente pouco para um Realizador. A história até que “arranca” bem dado que Joe Wright procurou captar a “politiquice” houve na altura em torno do avanço dos alemães na Europa, mas este interesse vai desparecendo de uma forma gradual até ao momento em que a personagem incita o sue4 Povo à luta pela sua liberdade (mais do mesmo). Tal é perfeitamente compreensível, é um facto, mas bem que poderia ter sido um tudo ou nada mais bem trabalhado.
No elenco é que reside a “+pedra chave” deste “A Hora Mais Negra”. Gary Oldman é Winston Churchill! O restante elenco é “paisagem” que está ali para somente para tornar ainda maior e extraordinário o trabalho de Gary Oldman.
Nos cenários e banda sonora deixo aqui um enorme elogio a este trabalho de Joe Wright dado que os cenários estão impecavelmente filmados. Genial a preocupação do Realizador em criar ao pormenor todo os cenários da época em que tudo se desenrola. O mesmo digo da banda sonora que está excelente.
Em suma; “A Hora Mais Negra” de Joe Wright tem a minha recomendação.
"Under sandet"
Drama, História, Guerra - (2015)
Realizador: Martin Zandvliet
Elenco: Roland Møller, Mikkel Boe Følsgaard, Laura Bro
Sinopse: Um grupo de jovens alemães prisioneiros de guerra são feitos inimigos de uma nação, onde eles são agora obrigados a cavar 2 milhões de minas terrestres com as suas próprias mãos.
Critica: Começo a gostar cada vez mais destas produções extra Hollywood. Tem sido aposta ganha esta minha odisseia por filmes estrangeiros sobre uma matéria que o universo norte-americano adora exagerar (para o seu lado, obviamente). Este germânico “Under sandet” é, sem sombra de qualquer dúvida, algo que dá gosto ver e rever.
O argumento que Martin Zandvliet escolheu para a sua produção cinematográfica é fantástico. Este versa sobre uma faceta do 2.º Guerra Mundial que praticamente ninguém fala ou opina. Acredito que na Alemanha esta parte da história seja bem conhecida, mas para quem está do lado dos vencedores é muito interessante ver o que passaram os alemães no final da dita guerra. Se lhe juntarmos uma excelente e bem doseada carga dramática, eis que temos aquilo que em apetece apelidar de argumento de luxo.
O elenco é bom. Muito bom. Mas é bom pelo seu todo e não por causa do desempenho de a ou b. A rigidez e extrema riqueza do argumento assim o exigem. Se porventura algum dos elementos que compõem este - curto - elenco fosse mais “fraquito”, a qualidade do filme desceria muito. A história exigiu alguns dos melhores da sétima arte da Alemanha e estou perfeitamente convencido de que Martin Zandvliet procurou seguir tal nesta sua produção.
Os cenários e banda sonora é que poderiam estar um tudo ou nada melhor. É um facto que a banda sonora não tem aqui um papel muito importante, mas também não era preciso “apaga-la do mapa”. Os cenários embora muito pouco diversificados poderiam estar um tudo ou nada mais bem explorados no que à sua filmagem diz respeito (especialmente na fase final do filme).
Em suma; “Under sandet” tem a minha alta recomendação. Vejam, apreciem e aprendam algo com ele pois vale sempre a pena conhecer os dois lados de um conflito
"A escolha do Rei"
Drama, História, Guerra - (2016)
Realizador: Erik Poppe
Elenco: Jesper Christensen, Anders Baasmo Christiansen, Odd-Audor Bentsen, Anders Vegdal Bjerke
Sinopse: Na dia 9 de abril de 1940, os soldados alemães chegam à cidade de Oslo. O rei da Noruega enfrenta uma escolha que vai mudar seu país para sempre.
Critica: Por vezes é uma excelente ideia sair do circuito fechado do cinema norte-americano para experimentar algo diferente. E ao fazermos tal coisa corremos o sério risco de darmos de caras com um filme que nos surpreende pela positiva. E foi exactamente isto que me aconteceu com este filme norueguês que tem o pomposo título de “Kongens Nei”. Uma excelente reconstituição, com algum drama à mistura, de tudo o que aconteceu na Noruega no princípio da 2.ª Guerra Mundial. “Kongens Nei” coloca também a nu a forma como os alemães lidavam com as relações internacionais na altura e com o regime de Hitler tratava a sua oposição interna. Um excelente filme!
Erik Poppe criou um argumento que faz deste “Kongens Nei” algo de muito agradável de se seguir. Sem fugir, uma vez que fosse, à realidade dos factos que ocorreram na altura em que a história se desenrola, o realizador norueguês teve a enorme capacidade de colocar a necessária carga dramática em cima da história que o seu povo viveu na altura e que este tão bem retrata no seu filme. Toda a vivência da família real, os seus anseios, as suas indecisões, a revolta, as curiosidades em torno da questão do momento e tudo o mais estão presentes num argumento capaz de fazer corar muito artista “hollywoodiano”.
O elenco teve uma prestação ímpar. Não tenho um único senão a apontar a todos eles. Parabéns a todos pelos fantásticos desempenhos. Já os que tiveram um papel secundário bem que poderiam ter mostrado um pouco mais de naturalidade em certas cenas (especialmente nas de combate).
Os cenários bem que poderiam, e deveriam, estar mais bem filmados. Em certos momentos parece que estamos a ver uma espécie de vídeo amador. Tal não seria um grande problema se houvesse mais abundância no que a este aspecto diz respeito. Valha-nos a banda sonora, o argumento e o desempenho do elenco para não se dar grande importância a esta lacuna.
Em suma; “Kongens Nei” tem a minha alta recomendação.
"Dunkirk"
Acção, Drama, História - (2017)
Realizador: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial acontece a Batalha de Dunquerque. É nessa cidade da França que as forças britânicas e francesas são encurraladas pelos alemães. Dessa forma entra em acção a Operação Dínamo, que visa evacuar pelo mar mais de 300 mil soldados. O filme é baseado em factos reais.
Critica: Confesso que já vi documentários sobre a temática muito (mesmo muito) melhores do que esta produção do realizador Christopher Nolan. A ideia de Nolan - presumo - terá sido a de criar um filme emocionante que fizesse com que o espectador sentisse uma série interminável de emoções mas, a meu ver, este falhou redondamente tal objectivo. Aliás, em muitos momentos Dunkirk chega a ser altamente previsível e até mesmo aborrecido. A única coisa que se aproveita é a excelente filmagem dos cenários. Salvo erro da minha parte, Dunkirk vai ser um dos nomeados para os óscares. Depois querem que eu leve isto dos óscares a sério.
O argumento de Dunkirk é pobre. Dos mais pobres que vi até à data sobre a temática. Este tenta apelar a todos os sentimentos de quem assiste ao dito filme, mas falha redondamente dado que em muitos momentos existe um vazio lógico impressionante. Para mais isto de ver os soldados aliados a serem atacados por um inimigo invisível tem muito que se lhe diga… Mau demais para ser verdade.
No elenco tenho de confessar que gostei muito do trabalho que Fionn Whitehead levou a cabo. Fionn Whitehead interpretou um papel que não era fácil de todo embora seja um tudo ou nada complicado explicar como é que na época um soldado francês conseguia ser dono de um sotaque inglês quase fluente. Pormenores… Voltando ao elenco, apenas me apraz dizer que a banalidade foi a palavra de ordem no que ao trabalho dos restantes actores diz respeito.
Repetindo o que já aqui disse, os cenários são, sem sombra de qualquer dúvida, o melhor que este Dunkirk tem para nos oferecer. Para além de serem de uma precisão fantástica estão muitíssimo bem filmados. Só é pena que o resto não lhes siga o exemplo.
Concluindo, Dunkirk não tem a minha recomendação. Este é, até à data, dos piores filmes de guerra que vi. Muito marketing… Um mal que aos poucos vai destruindo uma Hollywood que parece ter esgotado as ideias.