Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Fui Praxista durante quase toda a minha Vida Académica. Passei por todas as Hierarquias Praxisticas, participei em muitas actividades, tive os meus momentos de alegria, os meus momentos de tristeza, passei por situações complicadas e fáceis, fiz grandes amizades que ainda hoje perduram e foi graças à Praxe que terminei a minha Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto.
Contudo uma regra de ouro imperou sempre durante todo este período. Não fazer nada que não fosse do meu agrado e sobretudo evitar confrontações porque a Praxe vive-se, sente-se e passa-se á frente.
E assim foi. Nunca ninguém me obrigou a fazer nada com a qual eu não concordasse. Educadamente sempre consegui “driblar” as “ordens” que achava que não faziam sentido. E não foi por ter esta postura que fui colocado de lado, expulso ou rotulado de imprestável. A Praxe aceitou-me tal como eu era.
Vêm isto a respeito da perigosa generalização que a Comunicação Social está a fazer sobre a Praxe tendo por base o infeliz acidente da Praia do Meco.
Primeiro que tudo há que perceber que os jovens que faleceram foram para o dito local porque quiseram. Até prova em contrário não há nada que contrarie esta tese.
Segundo, só colocou pedras nos sapatos, deixou o telemóvel em casa e se aproximou perigosamente do mar quem quis. Como já aqui o disse é perfeitamente possível dizer não na Praxe. Só é “carneiro” quem quer.
Terceiro, na minha Faculdade era recorrente a Comissão de Praxe e o Conselho de Veteranos reunirem com todos os Praxistas para lhe passarem a mensagem muito clara de que há que ser responsável no momento de dar a “ordem”. Inclusive vi muita gente ser recriminada e punida por ter usado e abusado dos Caloiros. Não sei se tal se aplica à Praxe da Lusófona mas isto não invalida que os Caloiros desta Faculdade não possam recusar-se a fazer o que vai contra a sua vontade.
Quarto, a Comissão de Praxe não ameaça nas Redes Sociais que está a “vigiar” e que vão punir quem quebrar um “certo silêncio”. As Comissões de Praxe quando detectam um determinado comportamento que acham que necessite de ser chamado à atenção chamam o Praxista em questão depois de este ter cometido o erro. Muito menos tal Comissão se serve do disfarce do nickname da Internet para ameaçar. Por norma isto das ameaças internáuticas e dos nicknames é o comportamento normal dos anti Praxe.
Isto para concluir que entendo que os Pais dos jovens falecidos na praia do Meco queiram fazer justiça. Assim como aceito que possam ter existido comportamentos perigosos da parte dos Praxistas na noite em que se deu a tragedia.
Agora o que eu não aceito é que se faça um circo mediático em torno do caso com o claro objectivo de passar a ideia de que a Praxe foi a responsável pela morte dos jovens. Para mais nada está provado nas instâncias próprias.
A Justiça deve fazer o seu trabalho sem sofrer pressões, ingerências e outras coisas tais que possam influir no seu normal desempenho. É assim que as coisas são e devem continuar a ser. E lamento que tenhamos a triste Comunicação Social que temos.