Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Tenho acompanhado com algum interesse a questão do Referendo da Independência da Escócia. Não pelo que irá a acontecer na Grã-Bretanha, mas sim pela forma como certas personagens se aproveitam do tema para colocarem a sua colher no mel.
Falo, obviamente, da Catalunha. Muitas vezes comparo esta Região Espanhola com uma Menina Rica que tendo tudo e mais alguma coisa faz birra porque quer ter ainda mais qualquer coisa. Basta que apareça escrito numa qualquer Praça Pública “Independência” e lá surge a Menina Rica com o seus sinetes dourados a choramingar pela sua independência.
Daria razão à Catalunha e aos Catalães nesta saga da sua independência se porventura estivéssemos a falar de uma Região com dificuldades financeiras sem estruturas e centros económicos, mas a Catalunha é, e sempre foi, o motor financeiro e económico de Espanha. Em Barcelona, Capital da Catalunha, há de tudo e os Catalães são, sem sombra de dúvida, aqueles que tem o melhor estilo de vida e aos quais pouco ou nada lhes falta.
Daí a pergunta, porquê razão querem a Independência?
Actualmente a Catalunha tem tudo o que o Governo Central pode atribuir a uma Região. Já no tempo de Franco os Catalães foram os mais beneficiados pelo Regime, tendo inclusive cerrado fileiras juntamente com o Ditador na luta contra os Makis (Comunistas do País Basco que combatiam o Regime Franquista).
Mas se formos ouvir e ler os Independistas Catalães rapidamente verificamos que se acham cheios de razão e que são oprimidos pelo Governo Centralista de Espanha. Logos eles a quem, repito, não lhes falta nada e inclusive não tiveram na sua história conflitos sangrentos que só muito tempo depois culminaram numa união pacífica por força do destino como sucedeu com a Escócia.
Os Catalães deveriam era passar todos cá pelo burgo para saberem o que é um Governo verdadeiramente Centralista. Até lá só sabem é fazer figurinhas tristes de boa cheia com muita propaganda Clubística pelo meio.
Por muito que se disfarce o Velho Continente atravessa novamente uma fase delicada da sua longa existência. A Crise Económica e Financeira dos últimos anos alimentou fortemente os egos dos Nacionalistas e por toda a Europa começam a ser visíveis traços, mesmo que ainda ténues, de uma enorme tensão.
O referendo Suíço é apenas a ponta de um longo icebergue que arranha e fere de morte o Titanic que é capitaneado pela Alemanha.
A Escócia pretende agora referendar a sua Independência e mostra-se indiferente ao que possa acontecer a si e ao Reino Unido & Companhia num futuro não muito distante.
Mais tarde com toda a certeza tanto a Catalunha como o País Basco quererão seguir o mesmo trilho do Nacionalismo e achar-se-ão com todo o direito de o fazer sem interferências de ninguém.
E como reage a União Europeia perante este Icebergue do Nacionalismo que, mais cedo ou mais tarde, irá afundar com um enorme estrondo o seu Titanic?
Ameaça, faz troça e repudia. Acha-se de tal forma poderosa ao ponto de fazer, impor e dizer o que muito bem lhe apetecer sem medo das consequências negativas. Assim um pouco à Maria Antonieta quando confrontada com os problemas do seu Povo.
E toda a gente sabe como acabou a pobre da Maria Antonieta. Com a cabeça num cesto por força e vontade do Povo que ela tanto desprezou, ignorou, espezinhou, explorou, usou, troçou e abusou.